sexta-feira, 8 de março de 2013
Esquecimento!
Nunca dantes nesta minha vida esqueci tantas coisas por onde ando. Nem precisa me dizer as causas nem o quê fazer para minorar os devastadores efeitos. Desde maio de 2011, quando cheguei a Belém, já comprei 12 (exatamente isso, doze) guarda-chuvas. Na última semana esqueci meu cubículo aberto com as chaves na porta e essa escancarada. Quando dei conta que estava sem chaves, em absoluto pânico, fui a três lugares por onde passara até que alguém me sugeriu: vá ver se não deixou em casa? Deixei! Fui salvo pelo Jorge (não é Salve Jorge) o zelador a quem culmino de mimos e tratamento de lorde, como sempre faço notadamente com os mais humildes. Ontem a coisa saiu de controle. Fui buscar o almoço levando um garrafãozinho de cinco litros d'água e minha mochila presa às costas. Me desvencilhei de tudo para esperar a quentinha sentado vendo TV. Quando chegou o almoço Barb minha nora me chamou ao telefone e falei uns bons minutos com ela. Foi o bastante para chegar em casa e dar falta da água. Voltei esbaforido e o caixa me tranquilizou: calma professor, a água tá aqui. Lá vou eu subir meus dois lances de escada, abrir três cadeados e entrar em casa para, só então, perceber que esquecera a mochila também e, pela terceira vez, fazer todo o Caminho de Santiago do Esquecimento! Hoje pela manhã, ao tomar o café no mesmo local onde almoço, notei que não estavam na mochila minhas gotas de sucralose (adoçante que prefiro aos ofertados pela Casa) ao que a dona me falou que as tinha esquecido desde o café de ontem. Chega! Basta! Resolvi tomar uma medida drástica e fazer um check-list de decolagem. Como provavelmente vou esquecer de ver o tal rol de procedimentos e como tenho o costume, já produto de TOC senil, de bater nos meus dois bolsos traseiros para ver se as moedas e a carteirinha ainda estão lá, vou colocar um grande papelão, bem grosso e em branco, nesses bolsos. Tova vez que me retiro de qualquer lugar dou a batida, sinto o papelão e vou tentar lembrar: Check-List! Se não resolver pelo menos repito o caso da velha e famosa historinha dos velhos esquecidos que se encontraram e um falou para o outro que sua mulher o levara em um médico que lhe passou uns exercícios mentais e umas homeopatias e estava curadíssimo, não esquecendo sequer as coisas mais difíceis de lembrar. Quando seu amigo lhe perguntou o nome, telefone ou endereço do médico, ele o fitou demoradamente e respondeu com uma pergunta: como éo nome daquela flor vermelha que tem uns espinhos no talo. Aí o ainda esquecido falou: Rosa. Ao que o "lembrado" berrou: ROOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOSSSSAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! Como éo nome daquele médico que me curou de esquecimento?
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário