sexta-feira, 31 de maio de 2013

Ditaduras!

Eu vivi numa época de ditaduras. Peguei Vargas eleito mas Pai do Povo, como Perón, na Argentina. Perez Jimenez na Venezuela, Bautista em Cuba, Stroessner no Paraguai, Somoza na Nicarágua. Na quartelada de 1964 fui morar em Brasília, para estudar na nova Universidade fundada com o mesmo nome, idealizada por Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro nos moldes da Patrice Lumumba, em Moscou. Foi um estrago! A Redentora acabou com tudo. Em 1965 morre o Senador Lobão da Silveira e assume um grande amigo da família, Armando de Moura Palha (um beijo pro Armandinho, Mariazinha e Maria Augusta, onde estiverem). Dr. Palha nos convidou para almoçar no Hotel Nacional, a mim e meu irmão André. No meio do seu papo muito inteligente meu irmão pergunta: Dr. Palha, esses gorilas não aguentam três anos né? A velha Raposa Felpuda, acostumada com as coisas do poder, deu um sorriso maroto (igual do conjunto musical) e decretou: vinte anos, no mínimo. Ficaram 21! Depois vi Videla, Pinochet e coisa pior, tomando mais asco e ojeriza das ditaduras, qualquer forma delas, até as de esquerda que escangalharam meu latente comunismo, com os horrores da Europa Oriental e Ásia. Consegui salvar meu Marxismo Cristão! Mas tô falando disso porque tenho um grande pavor que, de repente, as tentativas de repetir Chávez, Evo Morales, Rafael Caldera, Cristina Kirschner, Daniel Ortega e quejandos, comecem a tomar vulto "neste país". Lula tentou convocar uma mini-constituinte e eu fiquei hirto de pânico. Sabia o que ele tava querendo. Mas agora, com a aprovação maciça de Dilma, sua reeleição garantida e os Bolsas tirando a fome do povo, a base do governo normalmente crescerá e garantirá os dois terços necessários para convocar uma constituinte. e, se isso acontecer, pelo amor de Deus escrevam o que estou dizendo, vão transformar nossa democracia representativa (ainda que mambembe com esses parlamentares de meia-tigela) em democracia participativa. Isso quer dizer que tudo passará a ser decidido não por leis mas por plebiscitos para indagar se podem fazer ou referendum, para aprovar o que já está feito. Aí, meu amigo, com todo mundo sem fome, grana no bolso, de repente carrinho na porta, frango na panela, pleno emprego garantido, Minha Casa Minha Vida arranjando um zero quarto pra "patroa" e PUMBA: aprova-se a Emenda da reeleição eterna e pronto! Nunca mais vamos nos livrar dessa corja. Claro que você pensará que sou o rei das teorias da conspiração e do caos e aí mora mais perigo ainda. Você abre a guarda, constata que a participação direta do povo no comando da nação é melhor do que pelo Congresso Nacional e tem até maior representatividade internacional. Não esqueça que, convocada a constituinte, eles terão maioria de qualquer jeito, até por mensalão, quinzenão, semanão ou diarião. Meu amigo, nesse momento a serpente já chocou os ovos e Hitler redivivo tá nas ruas do Brasil. Aí você vai conviver com a ditadura mais dura que se conhece: com apoio popular das massas analfabetas ou ignorantes e suporte da ONU. Me tira o tubo, antes. Simples assim!

Politicamente incorreto!

Para os padrões de hoje, sou a pessoa mais politicamente incorreta que existe. A ninguém é dado firmar-se em seus padrões para esquivar-se de práticas naturais no passado mas absolutamente condenáveis no presente. Fui educado para ser homofóbico, porque perseguidos e ridicularizados eram os homossexuais de minha infância e juventude; machista nojento, porque era afirmação da masculinidade bater e trair as mulheres; fumante inveterado porque era bonito e valorizado por Hollywood o homem que fumava; crente nas pessoas públicas porque elas trabalhavam para honrar cargos eletivos e morriam pobres do jeito que nasceram; flagrantemente racista porque os poucos amigos negros que tinha eram aprovados pelos meus pais e avós, como "pretos de alma branca" e minha avó dizia que temia encontrar, na volta do culto na Igreja Assembléia de Deus, um preto no meio do caminho; nazista e anticomunista porque meus avós assim eram, como também o ídolo Getúlio Vargas e os políticos respeitados pela minha família, todos da elite, nenhum progressista. Para mim, cego era cego e não deficiente visual; deficiente físico era aleijado, sem qualquer pecha ou ofensa; portador de síndrome de Down era chamado, PELOS JORNAIS, de mongoloide; portador de hanseníase era leproso; deficiente auditivo e da fala, eram surdos e mudos, mesmo; homossexuais masculinos, eram bichas, viados, frutas, qualiras e femininos, sapatonas, bico largo ou macholas; alcoólatra ou alcoólico era bêbado ou bebum; tudo era falado com naturalidade ou desdém. Poucos anos antes do meu nascimento, em 80% dos países do mundo o homossexualismo era crime punido com prisão e, no mundo islâmico, com a morte. Eu convivia com essas coisas sem aprofundar meu pensamento a respeito. Só agora, muito recentemente, o mundo passou a perceber o nojo do preconceito e suas consequências danosas para a humanidade. Não foi fácil rever tudo na minha cabeça e adaptar-me a mudanças guturais em minha formação. Como sou civilizado, minha luta contra isso prossegue viva mas nem sempre obtenho êxito. Tem uma coisa que não abro: aos 65, doente e dando um duro inimaginável para meus dias, há valores que não abro a mão só para agradar os outros. Minha linguagem é ferina e debochada. É assim que escrevo e é assim que sou. Me manifesto publicamente só depois que descobri a net, os blogs e o Face. Antes me restringia às salas de aula. Se você que me lê não gosta, é simples: não me curta, não me leia, me esculhambe, discorde, me xingue pois aceito TUDO COM PRAZER. Mas, por favor, não me obrigue a ser politicamente correto só para agradar à plateia como faz a Rede Globo. Decididamente não vou embranquecer meus pelos pubianos, também conhecidos por pentelhos, só pra que concordem comigo ou me aplaudam. Dentro desse espírito eu pergunto: cadê aquela grita geral contra a escolha do Deputado-Pastor para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados? Por que o silêncio repentino? Será que o Deputado Willys, aquele com nome de Jeep, cansou ou as meninas resolveram dar um tempo? Ou, mais importante ainda, será que todo mundo acordou para o que eu desconfio há SÉCULOS: aquele Feliciano me parece a maior bichona inserida no armário mais profundo da história, e a tchurma ensarilhou as armas? Quem viver verá a continuidade dessa novela, nesta mesma bathora e neste mesmo batcanal! AAAAAFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFf garotas, não parem, não parem, não parem! Simples assim!

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Desgraça em andamento.

Não vou continuar batendo na mesma tecla para não ficar repetitivo e mais chato do que sou. Tem um burguesão ex-aluno meu, claro que um vagabundo social mamando nas tetas dos pais e tirando a vaga de quem queria estudar em uma universidade federal séria, que dizia ser eu tão chato que poderia sentar numa lâmina de barbear e ficar balançando as duas pernas bem livres e longe do chão. Pois bem, as coisas estão piorando a passos de Usein Bolt. Nosso orçamento da União foi cortado drasticamente em bilhões de reais, diminuindo-se a meta de superavit primário (o dinheiro que sobraria de nossa arrecadação para rolar os juros da dívida pública além de mantê-la em níveis palatáveis) exatamente a metade, de 120 para 60 bilhões de dólares, simplesmente por que não terá dinheiro para manter a meta anterior. Praticamente tudo está sendo "investido!(?)" nas Bolsas Sociais, dentre elas as mais recentes versões da Bolsa Puta e, pasmem, da BOLSA ABORTO. Aquele soluço no pagamento do Bolsa Família, na verdade, parece ter um baita susto de falta de grana no caixa para pagar o benefício que só faz crescer, enquanto o Ministro MANTEIGA, com o cinismo que lhe é peculiar, anunciava como BONS os ridículos números de nossa economia no primeiro trimestre do ano. Crescemos exatos 0,6% AO LONGO TRÊS MESES, e ele insiste em que ainda iremos, ao final do ano, para um crescimento entre 4 e 4,5%. Como, cara pálida? De que cartola tiraremos cerca de 3,4 a 3,9 de evolução da atividade econômica? A gastança está desenfreada para a verdadeira e grande Bolsa em ebulição: a Bolsa Eleição, aquela que garantirá a continuidade dos desmandos, o poder pelo poder, sem qualquer planejamento ou direção. Na verdade a enorme capacidade de nosso empresariado ainda conseguiu auspiciosas taxas de evolução do investimento, da ordem de 4%, o que é messiânico. Da mesma forma, a indústria nacional recuou, crescendo como rabo de cavalo, PARA BAIXO, o mesmo acontecendo com o consumo das famílias, aquela balela sempre usada na TV para explicar a evolução da economia, o "fim" da miséria e a "explosão da nova classe média", sem falar que também arrasta a INFLAÇÃO! O Setor Terciário, nosso recente motor, patinou em 0,9% de crescimento no semestre. Acabamos dependurados no desempenho de nossos campos, responsáveis por 10% de subida mesmo em meio aos sem-terra e índios que lotam até fazendas produtivas. Nossos fazendeiros e empresários agropecuários, tidos como os demônios capitalistas, ainda que se esquivando de políticas inexistentes ou que só beneficiam a agricultura familiar (louvável para espantar a fome mas insubsistente pra segurar um país espoliado), combates ao grande capital nos campos, escapando das expulsões de suas terras, abandono de imensas lavouras produtivas, crédito mambembe, ainda continuam segurando a tocha pra farra da gastança federal. Recuaram, imaginem, as nossas exportações de minérios a números alarmantes e nossas importações cresceram a níveis equivalentes aos anos de ouro da política neo-liberal da abertura de mercados e de desregulamentação da era de Collor a FHC. Ah, ia esquecendo: NUNCA SE PRIVATIZOU TANTO! E nunca se gastou tanto nesses estádios para Copa do Mundo e que já estão desmanchando na Copa das Confederações. Tá bom por aqui, né? Simples assim!

domingo, 26 de maio de 2013

De congruências e paradoxos!

A coisa que mais me cobraram na vida, todos os que cruzaram meu caminho, foi ser um cara congruente. A quem se considera paradoxal ou incongruente eu digo: acalme-se afinal TODOS são assim. Não falo em tergiversar sobre nossos valores fundamentais de vida, aqueles que adquirimos em nossa educação, socialização e aculturação formal e informal e que são congelados em nosso tronco psicológico até mais ou menos os nove anos de idade, segundo as mais sérias pesquisas e escolas desse pensamento. Quando você rompe com eles, o seu demônio interior (como Sócrates chamava a consciência de cada um) berra na mesma hora e lhe incomoda por toda a vida. Não adianta você tentar justificar para os outros e até pra você mesmo. A gente consegue até iludir uns poucos mas, JAMAIS, iludiremos esse cruel juiz que habita em nós mesmos. Eu falo daquelas incongruências que você pratica no cotidiano que lhe trazem incômodos e todos cometem, tipo: mentirinhas (eu tô com panela no fogo e depois te ligo; ele tá em reunião). Inconfidências (por favor não conta isto a ninguém, aí você não conta até dobrar a esquina e encontrar seu maior confidente). Alguns elogios mais se chegando a bajulação; algumas negativas quando você tá cheio de grana pra emprestar pro primo viciado em jogo. Às vezes a coisa é mais primal, curial. E você que posa de congruente, não venha com esse discurso moralista pois, sendo humano, NINGUÉM O SERÁ! Tenho certeza que alguma vez, mesmo aos 47 do segundo tempo, você enfiou os dois pés numa jaca mole. Nunca conheci um semelhante a mim que mais detestasse a injustificável, sob todos os aspectos (exceto a pedidos em certas horas), violência física contra mulheres, seres mais fracos nesse aspecto do que os homens. Pois saiba que, uma certa e ÚNICA VEZ NA VIDA, dei um tapa em uma mulher. Sim, fiz isto e confesso em público, para lastrear minha opinião, mais que isso, meu estilo mais caro e recôndito de vida, de que fui e sou um incongruente. Por esse ato já pedi perdão ao vivo e prossegui pedindo à Deus, à vida, a mim mesmo mas nunca consegui me perdoar pois nada justifica isso, nada! Assim, meus queridos irmãos, sou um incongruente e paradoxal, exatamente como o é o ser humano e a própria existência. Simples assim!

sábado, 25 de maio de 2013

(In)segurança de voo!


Voo desde a barriga de minha mãe. Nunca tive o menor medo de voar pois, ao entrar num avião, sempre fazia e faço uma prece: Senhor! Se for o dia de minha partida, perdoa meus pecados e Me recebe no teu Reino! Isso não uma reza mas uma convicção. Não possui nada de superstição, apenas sou realista e, daí em diante, curto até mau tempo. Mas não sou idiota para perceber, desde sempre, que sempre, que a expressão SEGURANÇA DE VOO não passa de uma mera exortação retórica sem qualquer ligação avião é o meio mais seguro de om a realidade. As estatísticas dizem que o meio de transporte mais seguro é o avião.. Retórica também! Se você fizer a relação entre o número de viagens de qualquer meio de transporte e o avião, ele não será o mais seguro. Mas se você inclui a extensão dos deslocamentos, evidentemente que nenhum outro meio de transporte carrega tanta gente e tão rapidamente, a relação muda a favor do avião., EVIDENTE QUE VAI DAR O AVIÃO COMO O MEIO MAIS SEGURO. Repito só ele carrega tanta gente, tão longe e tão rápido, mas também MATA MAIS! Há razões claras para isso. Todas as medidas adotadas para segurança dos voos obedece, em primeiro e destacado lugar, a lógica capitalista DE MERCADO, nada mais. Se você invertesse a lógica para a segurança e depois o mercado, claro que você já teria à disposição, com a tecnologia atual, penso que os seguintes itens de segurança real: pistas de pouso de 10 km para permitir um avião em decolagem, abortar com segurança qualquer falha humana ou mecânica; além disso, o episódio da TAM em Congonhas, não teria acontecido pois aquele problema no manche teria pista de sobra para reverter ou dar o cavalo de pau, assim como qualquer pouso problemático, sabendo-se que o pouso e a decolagem são os momentos mais críticos do voo, sendo o primeiro até considerado um acidente controlado. Uma boa parte dos fundos do avião para colocar um imenso paraquedas, tipo aquele que segura a Soyuz, para não permitir a carnificina ocorrida com aquele voo da Japan Air Lines que deu uma pane hidráulica (um furo vazou todo o óleo do sistema) que faz o avião não obedecer a qualquer comando e voar a seu bel prazer até bater ou acabar o combustível. Mais de quinhentas pessoas morreram chorando e mandando sms de despedida a seus entes amados, quando um acionamento do enorme paraquedas tenho certeza que salvaria alguém ou muitos. Por que não paraquedas individuais. Deu pane, abre a porta, pula, conta até cinco e puxa a corda. Se vai todo mundo morrer mesmo, qual o problema de tentar[i]? Que tal materiais especiais para os tanques que evitem explosões? Pelo lado dos seres humanos, pilotos são isso e cometem falhas que matam muitos. Então bota um super computador pra solucionar. Não dá! Quantas vezes você já viu aquele aviso que começa num X vermelho: seu computador executou uma operação ilegal e será desligado. Não dá pra dizer: espera que eu vou consertar pois você estará de bico em baixo caindo. Apesar de tudo dizer o contrário, o avião é o único meio de transporte que, diante de qualquer problema, não dá para frear, parar e saltar para a segurança do solo, pois você estará a milhares de metros dele! Claro que vou ser moído pelos pilotos a começar de meu sobrinho. Mas se a vida humana valesse algo, essas coisas já teriam sido criadas há muito. Aceito sugestões. Simples assim!



As lápides anônimas!


Existem pessoas que, por razões muitas vezes incompreensíveis, são condenadas à morte e executadas friamente e, por espantoso que seja, PERMANECEM VIVAS! Falo dos velhos abandonados, física, psicológica, financeira e socialmente à sua própria sorte. Eu mesmo conheci e tive amplo e profícuo contato com esses mortos-vivos. Gente que gozava de respeito e admiração em seu meio que, às vezes por um deslize, são incineradas no altar da vida. Amigos, famílias, meios pelos quais se movia, de repente, se escondem e até pessoas que os prestigiavam ou ainda precisavam deles, colocavam-nos em um limbo de absoluto silêncio e abandono. Como Descartes, “Penso, logo ele não existe”! Cruzaram em minha vida velhos famosos nessa condição e Deus me concedeu a supina graça de amá-los, respeitá-los e dar-lhes a coisa mais importante que de mim pediam: um pouco de atenção. Apesar de não ser usual nos dias de hoje, aprendi a me interessar pelo que me ensinavam. Suas histórias de vida. Minha bisavó Cunhã, morou conosco até um ano antes de morrer, com 94 anos quando escolheu ir para o Pão de Santo Antônio, vivendo com suas velhas amigas, todas, como ela perto de cem: Lulú, Donana, Da. Sofia... Mas tive tempo útil para, entre seis e dez anos, ouvir suas histórias VIVIDAS sobre o Batalhão de Voluntários de Itapipoca marchando na principal avenida da cidade. A caminho da Guerra do PARAGUAI. Sua admiração pelo “maior governante da História do Brasil”, sim, apenas D. Pedro II a quem viu em Fortaleza descendo da Catraia Imperial e andando pela avenida principal (hoje, do Imperador) a metros de distância de seu êxtase, junto com Da. Tereza Cristina (Terezina), Princesa Izabel e seu marido, o Conde D’Eu. Quer mais ou já tá chorando, como eu? Seu genro, meu amado Cacá, um dos mais sensíveis homens que conheci. Também morava em casa, até os 81, quando mudamos pra Brasília e ele ficou com Tio Celeste e Tia Lili morrendo, hoje sei que de banzo, aos 84. Falava francês e latim vulgar. Escrevia em Latim clássico. Um poço de sabedoria no qual eu bebia gulosamente mesmo nos dias de sábado à noite quando todos meus amigos estavam na esbórnia. Meu tio-avô Belarmino, gostava de falar e contar histórias com detalhes. Puxei a ele o meu memorialismo. Ele dava datas, horas e referências e eu babava em sua volta. Um místico, espírita, maçom do mais alto grau, chegando a Sereníssimo de todas as Grandes Lojas do Pará, umbandista e, por último, andou visitando igrejas evangélicas por instância de meu tio Abreu, português como ele, um maravilhoso contador de causos da Serra da Estrela. Meu Deus, que saudade da sabedoria deles! Meu tio Sérgio, velhinho, cabecinha branca. Visita obrigatória em seu asilo na Penha, quando ia ao Rio. Me aproximava fazendo a saudação comunista, punho direito fechado e braço levantado e ele, trêmulo, respondia com lágrimas de emoção. Genioso, matou quatro ao longo da vida e jogou dez Guardas Civis de Belém que tentaram prendê-lo, na Baia do Guajará. Comigo era um doce. Que sorte eu dei na vida! Tinha dez anos e já ia sozinho a Bento Ribeiro, sábado cedo e voltava domingo à tarde para Copa. Ia ficar o fim de semana com meu tio Jerônimo (Mundico), sua mulher Lídia (tia Lili) e sua cunhada Felicidade (tia Feli). Pegava o 12, ia até a Central do Brasil e o resto ficava por conta das histórias da Revolução de 32 na Serra da Mantiqueira e nosso TV Rio Ringue, das 10 a uma hora, que tia Lucy não me deixava ver, mas eles sim. Faziam para eu comer o que lhes pedia e deixavam eu andar no quintal montado no jabuti. Foram largados em vida por quase todos. Eu era um dos poucos que me babava com suas histórias. É! Esses meus velhos inesquecíveis; como sinto a falta deles. Uma falta que pouca gente sentia mesmo quando ainda eram vivos, mortos-vivos, como se habitassem cemitérios abandonados onde nomes e datas foram apagados das lápides. Simples assim! Perdão mas não deu pra escrever menos!

terça-feira, 21 de maio de 2013

Um boato e seus desdobramentos!

Confesso que fiquei chocado com os boatos sobre suspensão do programa e pagamento de abono, do Bolsa Família ainda que guarde um certo incomodo com as manifestações açodadas acusando a oposição de tê-lo espalhado. Sei não!!!! Mas o que me deixou pasmo, mesmo, foi assistir ao estouro da boiada, em ataque às máquinas da CEF, tal qual novos dragões do Homem de La Mancha, desde sábado e entrando pelo domingo. Aprumei bem a vista para identificar os maltrapilhos, esfomeados retirantes, comedores de ratão do sertão e outros abandonados da sorte. De repente me passavam à frente hordas de mulheres parrudas, jovens, muito fortes, prontas pra trabalhar, pelo menos, abraçar-se a uma carrada de roupa suja para lavar e ganhar dinheiro. Ledo engano! As beneficiárias todas exibiam Romanéis pelos dedos e pulsos; grossas bijus; roupas suspeitosamente de grife de feira popular. Poucos homens, quase nenhum idoso (a), nenhum maltrapilho pra fazer um caldo. Esse crime decerto será denunciado e desancado pela história "deste país". Conseguiram criar uma geração de preguiçosos, indolentes e vagabundos amarrados às tetas da Viúva, parindo estrategicamente um filho por ano para aumentar os ganhos com o Programa. Nenhuma possibilidade de desistência ética e unilateral para diminuir o tamanho da Bolsa. Vão ficar nele até secarem as tetas. Afinal, não são eles a "nova classe média brasileira" ou os que "deixaram a linha de extrema pobreza"? Tenta tirar essa chupeta pra ver o que te acontece! Mais fácil enfiar mais uns três aviões em outros prédios de Manhattan. Simples assim!

domingo, 19 de maio de 2013

Os empreendedores!

Antes da primeira revolução industrial, ocorrida por volta do quarto final do século XVIII, sempre houve trabalho mas praticamente não haviam empregos no mundo. Exércitos regulares, clero, vassalagem. O resto era por conta própria: pequenos ofícios como armeiro, ferreiro, alfaiate, sapateiro, curandeiro etc.Os empregos surgiram, naquela época, com as fábricas e uso maciço da energia fornecida pelo vapor e pelo carvão mineral. Ao final do século XIX, após o barateamento na produção do aço (Conversor Bessemer), descoberta e exploração do Petróleo em Titusville (Pensilvânia, USA), além do desenvolvimento do Dínamo de Faraday, os grandes empreendimentos explodiram, dando ao capitalismo uma ubiquidade na qual navega até hoje, mesmo com a experiência do comunismo pragmático entre 1917 e 1991, com o fim da União Soviética e colapso da economia do leste europeu. A verdade é que o início do século XX trouxe os maiores e primeiros gigantescos empreendimentos da História. Figuras como Cornelius Vanderbilt, Andrew Carnegie, J.P.Morgan e John Rockefeller, nos Estados Unidos e Krupp, Rotschild e outros, na Europa inauguraram uma era de gigantismo dos empreendimentos: imensas ferrovias e estradas de rodagem; canais de eclusas interoceânicas (como Suez e Panamá); enormes plantas industriais; barragens, minas, estaleiros. Isso tudo exigia uma grande expertise e cálculo sem erros dos enormes riscos envolvidos pois, qualquer deslise, levaria à bancarrota não só os milhões de empregos gerados como também países inteiros. Os centrais, como no crack de 1929 e periféricos, desde então transformados em chão de fábrica do mundo. Com a grande crise de petróleo de 1979 (segundo choque), o mundo capitalista buscou ajustar-se à nova realidade reduzindo estados, cortando empregos e dizimando organizações seculares ao redor do planeta. O trabalho tomou uma conotação diferente, os empregos formais escassearam, notadamente os ofertados pelos governos e os pequenos e médios empreendimentos seguraram o rojão. Continuam segurando. De pipoqueiro passando por cabeleireira e chegando nos terceirizados da NASA, empreender passou a ser a saída para milhões de pessoas sem condições de competir no mercado formal de trabalho. Estudei muito a vida desses homens e perscrutei todas as teorias sérias sobre os empreendedores de qualquer tamanho e tirei, para meus alunos e para mim mesmo, as seguintes regrinhas para bem empreender:
1 - Não existe qualquer glamour em ser chefe de si mesmo. Você provavelmente trabalhará muito mais do que antes pois não terá quase ninguém para dividir seu êxito ou malogro, além de sua ROTINA.
2 - Pense que não existem negócios privados ou particulares. Ao abrir uma birosca que só vende cachaça, para os cachaceiros, ela já será uma empresa pública e eles, os cachaceiros, seus reais patrões.
3 - Não crie embaraços para seu público alvo. "São normas da casa, senhor!" devem ser guardadas para o serviço do governo. O cliente já está de saco cheio de tanta regra para ter que enfrentar mais algumas na padaria ou farmácia.
4 - Se for possível e rentável, empreender num hobby pode ser muito gostoso. Fazer o que se gosta de fazer não é trabalho mas prazer.
5 - Nuca inicie o negócio sem uma séria e científica pesquisa de mercado. Você pode ser um excelente cão farejador para negócios, do mesmo jeito que eram os fabricantes de diligências, de locomotivas a vapor e os que se entupiram comprando linhas telefônicas que se transformaram em nada em minutos.
6 - Criatividade não é sonho nem gera-se num ambiente de liberdade caótica. Nada mais excitará sua criatividade do que saber que será enforcado logo pela manhã.
7 - Nunca esqueça que você não casou com seu empreendimento, se tem um cônjuge e filhos esperando no quarto até dormir. De nada adianta ganhar o mundo e perder a felicidade.
8 - Trabalhar em casa é uma armadilha mortal se você não tiver autodisciplina.
9 - Se você quer saber mais, deixe de ser preguiçoso e vá trás de uma cartilha do SEBRAE. Simples assim!

 

De filosofia e tapiocas.

Domingo é muito especial para mim. Afinal, é o dia no qual, bem cedo, vou à Tapiocaria Mosqueirense sorver meu café preto adoçado com sucralose (o único que não amarga no fim, é extraído da cana e não engorda nem faz mal a diabéticos), acompanhando duas tapiocas secas com manteiga (a única exceção que me permito no diuturno combate contra o colesterol). Chego por volta das seis e trinta e ainda pego a cara sonolenta dos garçons, muitos chegando da esbórnia em suas motos não muito caras. Espero desvirarem uma mesa e cadeiras para mim e sento. A avenida está quase deserta. Belém acorda tarde pois sábado à noite é dia das aparelhagens, do tecnobrega, do "treme", sem falar no carimbó, siriá, lundu da ilha e marujadas de Bragança. Me fascina o recorte das casas baixas e dos muitos prédios altos, emoldurando um céu de muitas nuvens. Lá em cima os altos cirros, parecendo bordados filigranados com nesgas de céu bem azul como pano de fundo. Mais embaixo seguem-se os extratos e, baixinho, os cúmulos de algodão. Não! Não há CB's hoje, aqueles bem cinza chumbo ou até preto anunciando que o pampeiro vai desabar. De repente me dou conta de que sou o inverso dos astronautas. Eles, da grandeza de seu macrocosmo observam a nossa pequenez microcósmica curiosamente tão azul quanto a tonalidade que me protege agora. A imensidão do universo! Aí, prazeirosamente, começo a viajar sem drogas, exceto as que meu corpo produz. A imaginação e a admiração, esta, segundo Aristóteles e até Sócrates (citado,  pois nada deixou escrito para nós), a verdadeira mãe de toda a Filosofia. Aguça-se meu hemisfério direito, meu cérebro límbico e, deixando a lógica às favas, mergulho nas mais recônditas emoções que a vida nos permite. Interessante como, apesar de estar vivendo a quadra ou terço mais duros da minha existência, vejo e sinto esta cidade me abraçar com um carinho e um amor até então insuspeitado. Já morei no Rio, Brasília, Anápolis, São Luís, Imperatriz, Timbiras e Fortaleza, mas jamais me senti tão amado e abraçado por uma cidade. Então vejo quão tolo era o pensamento de um amigo que me falava que cidades boas, para nós, eram aquelas onde ganhávamos muito dinheiro. Insensato! Quanta distância entre a prata corrompida e o amor que me abraça sob um céu que me protege. Certamente por ter pisado as mesma pedras em minha infância, persiste o fascínio desse aglomerado que criou alma, corpo e um coração que bate uníssono com o meu. Não importam meus apertos ou se estou sozinho ou não, na cidade e até no universo. Mais do que nunca me sinto feliz aqui e agora. Opa, chegou meu café preto fumegante e minhas tapiocas vazando de calor e manteiga, É servido?

sábado, 18 de maio de 2013

Uma ilha de compaixão!

Há pessoas que só vêm ao mundo para fazer peso. Outras vieram para ganhar dinheiro: por teste ou merecimento. Estas o capital teima em ficar, não importa a besteira que se faça; já aquelas, ele só vem uma vez. Se perdido, adeus, nunca mais volta! Outros seres passeiam por horas ou até séculos sem sequer chamar a atenção de Deus para suas existências. Outros ainda, de tão ignorantes, pouco percebem o que estão fazendo aqui. Mas existem os imprescindíveis. Não só os imprescindíveis de Bertholt Brecht que lutam por si e pelos outros entregando a própria vida, bem singular e insubstituível, no altar dos sacrifícios do cotidiano. Uns passam para a História, outros não passam de mera estória e, muita vez, de péssimo gosto. Mas eu me emociono com os auxiliadores, os ajudadores; aqueles que por vezes esquecem da própria escalada na bela montanha, só pra se colocar nas reentrâncias e ajudar quem vem escalando com dificuldade. Apontam caminhos e rumos. Ajudam sem cobrar! Em que pese raros, eu conheço um cara desses que há 45 anos cruzou na minha vida, com raias de meu sangue e por aqui ficou e tem sido um baluarte incansável nas tantas batalhas de meu terço final de existência neste plano: falo de Luiz Claudio Nunes, e ele sabe a razão de meu testemunho, simples assim!

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Sobre Gildo Wiladino e a Quarta Cruzada!

Gildo foi um dos maiores gênios que tive a honra de dividir um tempo e um planeta. Sua tese de doutorado é sobre a Quarta Cruzada, aquela mesmo chefiada pelo Monarca britânico, Ricardo Coração de Leão. Ele relata, no documento, coisas impensáveis sobre o que realmente acontecia com esses cavaleiros feudais que nada tinham de românticos: não tomavam banho, comiam com as mãos e as limpavam apertando-as entre o braço e a axila. As armaduras eram tão pesadas que eles não podiam montar. Eram, na verdade, içados por um sistema de roldanas que os jogava em cima da sela. Muitas vezes os cavalos morriam em meio dia de jornada tal o peso que tinham que suportar. Quando esses cavaleiros caiam da montaria em plena batalha eram alvo fácil da infantaria pois o peso não permitia que eles se levantassem. Contudo, as regras das boas maneiras em batalha não permitiam que os reis fossem mortos. Os muçulmanos, também chamados de sarracenos, não tinham essa regra mas a respeitavam com todo o ardor. Gildo contava que na batalha em frente a Jerusalém, Ricardo literalmente "caiu do cavalo" (expressão jocosa e popular que nasceu desses fatos) e ficou lá, paralisado e estatelado no chão. O sultão Saladino, Bey de Jerusalém e líder das tropas sarracenas, determinou que vinte de seus melhores homens içassem o rei e lhe fornecessem um belo cavalo branco, árabe puro sangue de sua coleção pessoal. Em gratidão e depois de salvo, Ricardo, utilizando a ética cristã em vigor naqueles tempos, matou todos os vinte. Saladino não o matou mas capturou-o e ele ficou quase 20 anos no cativeiro enquanto seu irmão, João Sem Terra, usurpava a coroa alegando que Ricardo poderia estar morto. Pressionado pelos Barões fiéis ao rei, João (John Without Land) assinou a primeira constituição do mundo ocidental, em 1215, a Carta Magna, reduzindo muito os poderes então absolutos do rei e criando o costume do parlamentarismo britânico que vige até os dias de hoje. Ricardo voltou e, já bem velho, reassumiu a coroa pra morrer tempo depois. Diz a história, já misturada à lenda, que teria sido ajudado em sua jornada de retorno, por um personagem mítico chamado Robin Hood, que vivia nas florestas de Sherwood. Mas isso, bem, isso já é outra história! Gostei tanto deste depoimento que dei sobre o Prof. Gildo Wiladino, a pedido de minha queridíssima amiga Julimar Matta Camargo, que decidi transformá-lo em meu Bom dia, simples assim, só que escrito às 20 horas. Abraço a todos!

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Sei não?????

Nos anos 30, os Estados Unidos viviam as agruras da Lei Seca, orientação extremamente conservadora e um progresso sem limites, crescendo a índices absurdos. Colhia os frutos do pós primeira guerra mundial. Com a ascensão do democrata Franklin Roossevelt, de contornos extremamente liberais para os padrões da época, um forte vento de esquerdização tomou conta de setores da vida americana, principalmente na área trabalhista, com o nascimento das imensas centrais sindicais, sob a liderança da NFL-CIO, uma super CUT. Esses caras pararam o país em uma enorme greve de rodoferroviários e assustaram o orgulho americano. Desde então os sucessivos governos vêm equilibrando esse jogo apesar de, por exemplo, até os anos 70, você não poder contratar um encanador para consertar uma torneira em sua casa, sem ser sindicalizado e encaminhado via Sindicato. Incrível, mas criaram praticamente uma ditadura sindicalista que só viria ser contestada na era Kennedy que abrandou a vida de negros e imigrantes que passaram a assumir os chamados "trabalhos de graxa". Enquanto isso, ao sul do Equador, Vargas, ditador caudilhista e populista, criava ilhas de monopólio e poder, dos quais os portos brasileiros são emblemático exemplo, ATÉ OS DIAS DE HOJE. Os estivadores sentaram em cima da maior saída de nossa economia para o mundo e a coisa foi emperrando. Nem os militares todo-poderosos dos anos 60-80, criaram a Portobrás mas não conseguiram furar esse férreo bloqueio. Evidente que, em pleno século XXI e precisando crescer a qualquer custo, o Brasil emperra em sua infraestrutura e, notadamente, na ineficiência de nossos portos, praticantes das tarifas mais caras e equipamentos mais obsoletos do mundo em desenvolvimento, além da manutenção de nossos  dinossauros no comando da estiva. Essa MP dos portos, por óbvio, qualquer que seja a bandalheira que esteja nela embutida, e sempre as há, precisa ser aprovada, mesmo que os XXXX da vida acabem por tomar conta de tudo. Dois pequenos problemas me causam espécie: você não pode melhorar a eficiência da fazenda se, da porteira para fora, não existem estradas vicinais ou silos e armazéns que guardem e escoem sua produção. Assim são os portos. Mesmo uma legislação revolucionária não resolverá as outras questões infraestruturais intocadas. A outra questão diz respeito, bem, sei lá, à desconfiança da pressa com a qual essa MP foi produzida e está sendo enfiada goela abaixo do Congresso. Tem gato na tuba! Dizem até que bilhões para as vergonhosas emendas parlamentares (prática utilizada à larga por FHC quando encalacrava sua "base de sustentação"). Tem alguma coisa escondida por aí e nem lente microscópica nuclear ou lupa intergalática vai enxergar nessa correria. Até a oposição tá combatendo sem nem saber o quê. Mas logo conheceremos o tamanho e grossura da verga. Sempre acontece. Simples assim!

segunda-feira, 13 de maio de 2013

VERGONHA!

Somos mesmo um país de pouca memória. Estou vendo puco movimento apesar de hoje se comemorar o dia nacional da vergonha, quando fazem 125 de edição da Lei Áurea. Pô, vergonha por que? Não foram os negros escravizados libertos nesse dia? Não, aliás nunca foram! Essa Lei foi uma jogada política ara tentar salvar a Monarquia que agonizava na UTI da História e viria sucumbir de fato pouco mais de um ano depois. Na data da edição da Lei consta haverem no país pouco mais de doze mil escravos, face aos fatores anteriores ocasionados pela proibição do tráfico imposta pelos ingleses, além da Lei do Ventre Livre e do Sexagenário. Na verdade nossos antepassados jogaram milhões de negros e mulatos, ainda hoje esmagadora maioria da população brasileira, nas ruas, incentivando a criação de guetos, mocambos e favelas. Analfabetos, sem nenhum treinamento profissional, apenas sabendo executar os chamados "trabalhos de graxa" como diziam em Portugal no tempo dos mouros; habilidades manuais e mais nada. Nenhuma indenização pelos séculos de sofrimento carregando nas costas um país e mantendo no poder uma nobreza falida desde o começo. Assim chegamos às cotas hoje. As gerações futuras não podem ser responsabilizadas pelas barbáries cometidas pelos povos no passado. Seria uma vida constantemente sangrando em veias abertas destilando injustiça, dor e morte, mas é sempre bom saber o que este país fez com os negros africanos e seus descendentes brasileiros. Pesquisas de Richardson, David & Eltis, David, atualizadas desde 1999 (Ed. Emory, CDRom), expõem as vísceras apodrecidas de nosso passado:
a) Foram realizadas cerca de 35.000 viagens negreiras entre 1.501 e 1.867 quando foi suspenso o tráfico, mesmo os contrabandos;
b) Só no ápice do tráfico, entre os séculos XVIII e XIX, 775.000 crianças africanas foram traficadas;
c) Es estimativas de desembarque são as seguintes, conforme o século e número de escravos:
1513-1600: 50.000
1601-1700: 560.00)
1701-1800: 1.680.100
1801 - 1867: 1.739.300
Um total de 4.009.400 que praticamente quadruplicaram em terras brasileiras com os nascimentos que vingaram.
d) a máscara está caindo sobre factoides históricos acerca de terem sido mercadores ingleses os maiores traficantes. Não! Três quartos dos mercadores que controlavam o tráfico (conf. Florentino, Manolo, UFRJ, sine data) entre 1790 e 1830 (só 40 anos de registros confiáveis), ERAM SEDIADOS NO BRASIL (Rio de Janeiro, Salvador e Recife). Além disso, vamos à verdade MAIS ACACHAPANTE SOBRE UMA MENTIRA DA HISTÓRIA OFICIAL: Navios britânicos trouxeram da África 3,1 milhões de escravos para suas colônias, incluindo os Estados Unidos. Navios brasileiros e portugueses "carregaram" 5,8 milhões de "peças", sendo 95% delas para o Brasil, transformando nosso país em CAMPEÃO INTERGALÁTICO DE TRÁFICO DE ESCRAVOS EM TODA A HISTÓRIA.
Ao terminar e pedir, pelo menos, um minuto de silêncio por esses números ao terminar de lê-los, saiba que,  segundo dados de 2012, foram libertos cerca de 4,8 milhões de escravos no Brasil de hoje, entre negros e outras etnias. Sem direito a usufruir, ao menos, a Lei Áurea. Simples assim!

Classificados Especialíssimos!

VOCÊ QUE É MÉDICO PEDIATRA COM OU SEM EXPERIÊNCIA

URGENTE! Maravilhoso emprego para médicos Pediatras para trabalharem em Imperatriz, segunda maior cidade do Estado do Maranhão. Oferece-se um salário mensal absolutamente surreal, para os padrões e possibilidades do Estado e da Cidade de R$-30.000,00 (trinta mil reais); não, você não entendeu mal, são trinta mil reais MESMO. Cidade de clima tropical sita às margens do Rio Tocantins onde você fará fronteira com o Estado do Tocantis, ficando a 600 km de São Luís e suas praias mornas e gostosas, afinal, não é a toa que chamam lá de Ilha do Amor. Hotéis maravilhosos e bem situados para enquanto não se instala em definitivo. Infinitas possibilidades para financiar e obter seu carrinho próprio sua lancha ou mesmo jet-ski. Cidade de porte médio, possuindo tudo o que possui um grande centro urbano do sudeste e sem suas mazelas de trânsito entupido. Interessados favor procurar o Prefeito Sr. Sebastião Madeira, munido dos documentos necessários. Aqui tratamos logo com o Papa sem a interferência de meros cardeais. Currículos para o Nº Z 1.614 na Portaria da Prefeitura Municipal de Imperatriz para o agendamento e venha logo pois a procura está ENORME!

PS: Íamos esquecendo de informar que você dará três plantões semanais; seu ponto eletrônico lhe será imposto desde o primeiro dia de trabalho; os índices de infecção hospitalar são ligeiramente abaixo de alarmantes; você terá uma média de 500 crianças e mães berrando todo o dia no seu ouvido dia, noite e madrugada; você terá que colaborar com o atendimento de 530 pacientes que se acotovelam nos corredores, mesmo fora de sua especialidade; o Aparelho de R-X não funciona há cinco anos mas você pode se virar mesmo sem chapa radiográfica, afinal você é formado em uma Universidade Federal para isso mesmo; também o Tomógrafo está aquecendo muito mas pode ser usado duas vezes por semana; não pense em encontrar consultórios livres para seus atendimentos ambulatoriais, pois a fila é de 732.000 pacientes; o ar condicionado da sala de repouso dos médicos está ligeiramente com defeito (compressor quebrado) mas ainda assopra o ar, amenizando um pouco os 45º que fazem lá dentro em noites mais fresquinhas pois durante o dia é só 3º abaixo de um forno de padaria; você não terá qualquer licença ou auxílio para fazer suas reciclagens e participações em encontros e conferências para troca de experiências nem cursos de aprimoramento na sua área, contudo, receberá um up grade nos seus conhecimentos no trato com o público, através de cursinhos ministrados todos os meses pelos guardas da Penitenciária de Pedrinhas; por final, esqueça-se do resto do mundo pois, como Dante entrando no Inferno, você estrá adentrando em sua sucursal na Terra e, por isso, não estranhe a placa na porta do Hospital contendo os dizeres:Ó vos que entrais, deixai na porta todas as vossas esperanças. Por último mesmo, você não pode reclamar, promover ou participar de movimentos grevistas ou mesmo operações padrões de um dia, isto porque existem 730 médicos cubanos e bolivianos acampados na frente do Hospital, só esperando sua vaga!

domingo, 12 de maio de 2013

A vida!

Frase do personagem Willy Loman, da peça The death of a salesman, traduzida em português como A morte do caixeiro viajante, de Arthur Miller, emblema do realismo psicológico, encenada pela primeira vez em 1949. Veja se você percebe alguma semelhança entre as agruras de Willy e as suas HOJE, morando em um país corrompido, corruptor e repousando no Maligno. Onde você vê uma pessoa imagine um país desgovernado:

Se você pensa que nada dá certo, que fica quando você não quer e parte quando você mais ama; se tudo o que você tem é insuficiente ou tem excesso de insuficiências; se tudo o lhe reluz não é ouro e acha que a vida não foi feita pro seu bico, é porque você atingiu A VIDA que é, antes de tudo, um projeto fracassado!

Ah essas mães!


Na dúvida, sempre perscrute a natureza e ela lhe responderá. Quando os cardumes de tubarão estão sob intenso ataque predatório (golfinhos, por exemplo, seu grande inimigo dos mares e principalmente o homem) as fêmeas, que normalmente parem um, no máximo dois filhotes, passam a ter até sete, nesse movimento misterioso da preservação das espécies. As mães pandas têm quase sempre um filhote. quando parem dois matam o mais fraco, com maior chance de sobrevivência da espécie. Se solitárias e enfraquecidas, as leoas velhas, estando sozinhas e imaginando o eventual abandono do bando a seus filhotes por fuga ou caça, mata-os a todos de forma menos dolorosa do que faria um predador. O leão novo que mata ou espanta o antigo macho alfa do bando, imediatamente mata todos os filhotes de seu adversário. Nesse instante, todas as leoas do bando entram no cio e são cobertas pelo neo alfa, gerando sua linhagem. Em suma, desde os exemplos da natureza as mães chegam até ao ato extremo de matar mas por puro amor, um extremoso e estranho amor. Já o macho mata por vaidade. Dá pra sentir a diferença entre pai e mãe? Pois é, feliz dia a todas as mães que eventualmente lerem, curtirem, compartilharem ou comentarem este texto. Elas são o ser mais inexplicável do mundo e da História. Impares, inigualáveis, luzes do mundo, mantenedoras e perpetuadoras da espécie, números primos, divisíveis por si mesmas e pela unidade. E só! Simples assim!

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Timidez, gagueira e epilepsia

Nasci gago! Acho que desde o ventre de minha mãe eu era gago aliás, como ela. Isso me marcou muito na infância (gaguinho, metralha etc.) e, principalmente, na adolescência. A gagueira é socialmente um desastre, nessa idade, um rastilho pra bullying (que nesse meu tempo sequer existia como fato reconhecível) e brutal para a construção de uma autoestima. Fui ficando naturalmente tímido e achei que habitava um mundo terrível. Não, ledo engano! Sempre pode piorar! Em 23 de setembro de 1961 (14 anos), na mesa do café, desabei desmaiado no chão, babando e me retorcendo. Acordei quatro horas depois com um diagnóstico, obviamente escondido por todos os meus familiares, de epilepsia, um mal socialmente devastador. Gago e epilético era demais! Meu pai me levou pro Rio e SP onde fiquei 30 dias fazendo todos os exames conhecidos pela medicina até então e podiam ser feitos nos grandes centros do país. O diagnóstico foi inconclusivo e achei que estava bom. Em 23 de outubro de 1963 (16 anos), um dia após o assassinato de Kennedy, aconteceu outra vez mas agora no páteo do meu colégio, caindo de cabeça no chão, batendo a testa em um resto de tijolo. Dessa vez foram sete horas desacordado. Aí veio a sentença irreversível: epilepsia meeeeeeeeeeeeeeeeeeeeesmo! Por pouco não me suicidava. Mas, passei a vegetar: minha timidez virou síndrome de pânico de sair nas ruas e passar perto de uma menina virou um calvário. Aos 25 e já casado (não sem antes meus pais avisarem aos pais de minha então noiva do perigo que seria casar comigo e gerar filhos epiléticos), meu médico que morava em Belém me chamou para um novo exame que surgira. Fiz tudo o que seria viável pela medicina brasileira em 1973. Resultado: diagnóstico de cura! Mas pastei muito com as meninas, só me aproximando com uma para namorar, perto dos dezoito anos, tateando de vergonha. Ainda restava a gagueira e o pavor de falar em público. Estando no INAN e sendo Secretário Geral do órgão, em 1973, Dr. Gamboa me designou para dar palestras sobre as políticas e filosofias do INAN em diversas capitais brasileiras. Estava preparado na parte de conhecimento do assunto mas me tremia só de pensar em gaguejar. Tive um estalo de Vieira, divino, dos céus. Não escrevi a palestra e decorei com facilidade o sumário na cabeça. Quando eu comecei as palavras fluíam fáceis e fui aplaudido de pé quase duas horas depois. Só aprendi que o gago não gagueja quando fala coisas sobre as quais se preparou e as diz como se fossem uma fala de um personagem em uma peça~nessa época. Virei um sem-vergonha na mesma hora e dei show onde fui dar a palestra. Transformei-me em um instrutor, palestrante, conferencista e, finalmente, um exitoso professor. Perdi a vergonha, perdi a timidez, adoro dar aulas e falar em público. Virei um chato mas nunca mais um tímido. Quando me lembro da timidez, gagueira e epilepsia, o ritmo de meu título me lembra o genial bolero de Rosinha Passos, "Formicida, Corda e Flor", que irei postar em seguida. Só nunca mais tive a chance de estar tão perto de meninas tão lindas como as que dispensei na juventude. Ossos do ofício. Que fazer!

O longe é um lugar que não existe! (Fernão Capelo Gaivota)

Apesar dessa verdade sempre curti um medo gutural da ideia de morar longe de meu país. As poucas vezes que me ausentei do Brasil, claro que tinha o fascínio de uma terra nova, novo idioma, novo clima, novas coisas. Mas sempre me perguntava: e quando o charme virar rotina? Passear em Paris, Istambul, Nova Iorque e outros lugares charmosíssimos ou exóticos, ao redor do mundo, é muito excitante. Mas, quando a névoa do glamour se dissipa e você começa a morar nessas cidades, quando se dá conta, já visitou todos os destinos turísticos e lugares que lhe agradam e só resta voltar do trabalho pra casa, curtir a mesma vida difícil com ou sem família, acordar cedo, dar duro e.............começar tudo de novo amanhã! Parece visão pessimista mas sei que é assim. Pensando nisso me vem a ideia dos imigrantes da virada do século XIX para o XX, principalmente incultos, jovens ou velhos demais, expulsos de suas terras pelas guerras infames, surtos terríveis de fome e outras mazelas que os empurraram a ir pra longe, mesmo que seja um lugar que não existe. Lembro da saga dos italianos em São Paulo. Os portugueses, sírios, libaneses e judeus, aqui no Pará. Nunca perderam o sotaque; nunca se desligaram de seus costumes como a tentar manter vivo o sangue de seus antepassados em país tão distante e diferente. Aqui praticamente TODOS trabalhavam duríssimo e só tinham uma mercadoria pra vender no mercado de fatores: a força de seus braços, músculos e, algumas vezes, o conhecimento em alguma arte ou ofício, como meu avô, Celestino da Silva Cativo e seu irmão Belarmino Cativo que aqui aportaram e se tornaram, trabalhando de sol à lua, donos da maior alfaiataria de Belém. Me encanta lembrar os japoneses do Kashi Maru. Nunca aprenderam a falar português ou sequer o nome do país onde moravam: BA-RA-JI-RU! Cruzaram mais de um oceano, não só de água salgada mas de diferenças culturais. Todos venceram. São respeitados e abriram o caminho para um país que sempre aceitará a diversidade. Salve os Levy, Obadia, Cativo, Abreu, Frahia, Bechara, Maiorana, Matarazzo, Omura, Sato que povoaram minha infância e ainda passeiam na minha saudade. Para eles o longe sempre foi um lugar que nunca existiu nem existirá. Simples assim!

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Tudo passa mas tudo volta!


Nos gloriosos tempos da privataria de FHC, mesmo que não se pudesse manter um estado caro e ineficiente como era o nosso, nunca se poderia financiar, pelo BNDES e com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), os grandes capitais internacionais para comprarem tudo a preço de banana, financiado pelo povo brasileiro. Essa joia teve uma consequência imediata que foi injetar capital nas nações centrais do sistema capitalista, resolvendo a questão do desemprego que já se mostrava alarmante naqueles anos 90 mas, pasmem, criando desemprego justamente aqui. E FHC passou seus oito anos de governo brigando e escondendo essas taxas e, com justiça, tomando porrada da Petralha! Mas ora vejam! Passados poucos anos, além de outras pérolas que não vale nem a pena rememorar pois todo mundo tá de saco cheio de saber, surfando numa onda de altas taxas de quase pleno emprego iniciada com a abastança internacional criada desde a era Lula, Nossa Guia resolve mandar buscar 6.000 médicos em Cuba. Não vou nem discutir os problemas jurídicos que essa loucura envolve, mas me cinjo à gastança do desgoverno nessas ajudas caritativas com essas nações periféricas de esquerda onde a liberdade é um bem que passa ao longe. Como a História é um romance que aconteceu e sempre se repete, o ato desses artistas, vai criar emprego em Cuba e criar desemprego aqui. Claro que vão berrar comigo: idiota! Esses caras, que ganham 10 dólares por mês lá na Ilha, vão trabalhar nos interiores onde nossos médicos não vão nem a cacete, ganhando o estágio inicial dos salários do SUS. Tá, Cara Pálida! Me engana que eu adoro! Esses caras vão fazer um H por alguns meses em Tracateua, Caxa-Prego ou Camaquã. Aí virão pras metrópoles disputar com nossos médicos, aceitando condições inferiores de trabalho e prejudicando ainda mais nossos déficits nesse campo. Ia esquecendo: e matando gente como eles fizeram com o Comandante Chávez. Simples assim!

domingo, 5 de maio de 2013

Fazer ou não fazer, eis a questão!

O tempo e certas experiências exitosas ou desastrosas me levaram a aprender que:
É arriscado mas sempre alertei meus amigos mais próximos quando estavam de mau hálito ou com cecê, coisas que dificilmente o "criminoso" percebe.
Jamais diga a um cônjuge que ele é corno. Amizade perdida, por mais profunda que seja.
Se você é homem e sentar em qualquer lugar público, defronte a um casal com mulher bonita, mude de lugar! Você pode resistir horas sem olhá-la mas ela, por curiosidade feminina que poucas pessoas entendem (principalmente o marido), VAI OLHAR PARA VOCÊ! Aí certamente virá briga entre eles ou, o pior dos mundos, entre ele e você!
Tive uma empregada (empregada mesmo não era minha secretária do lar. Coisa ridícula e preconceituosa) no Ceará que me disse desde o primeiro momento, Professor, não me deixe falar errado, me corrija! Se tiver essa liberdade jamais seja tão traíra quanto permitir que alguém fale, do seu lado, pérolas como: tecnicologia, gratuíto, exprimentar, eu tenho o direito de cuidar de fulano (claro que é dever!); não deixe o inculto ao seu lado demonstrar a erudição que não tem, do tipo: a gente vamos fazermos! Nunca poste no Face foto de bebês dizendo coisas do tipo: olhaí gente, não é a coisa mais linda do mundo, se não tiver certeza disso. Todos concordarão com você por educação mas SEMPRE se corre o risco de encontrar alguém sincero e a amizade vai pro espaço. Palavrão é gostosíssimo entre íntimos. Eu mesmo cultuo essa prática. Mas até encontrar um moralista ou crente fanático e tudo vai pelo ralo. Para os velhos, como eu: como todo o velho é surdo, sempre fala alto. Diminua dois decibéis em seu tom de voz. Em compensação, se você tiver uma visita idosa, nunca abaixe a TV ao som que você escuta pois ele passará a ouvir absolutamente nada!
Pelo amor de Deus nunca deixe um gay ou lésbica ou pai de ambos os casos, perceber seus status, se eles estão no armário. Só fale sobre o assunto se eles lhe consultarem. Por causa disso já joguei no lixo uma das maiores amizades de minha vida. Engraçado que quando eu comentei o fato com meu irmão ele foi taxativo: Perdeste a amiga!
Todo mundo sabe mas nunca é demais lembrar: ninguém muda de time, convicção política e é muito difícil mudar de religião. Ponha esses assuntos no seu index particular e JAMAIS OS DISCUTA COM ALGUÉM. Ninguém ganha essas discussões. Aliás, ambos perdem! Poderia continuar pois teria muito mais a dizer. Contudo, fiel ao conselho de encurtar sob pena de não ser lido, outro dia volto com a fase II. Simples assim!

De religiões e igrejas!

Sou Cristão pois acredito que Jesus é O Filho de Deus e ninguém se religa ao Pai se não através d'Ele. Como acabo de chegar de uma Missa na Igreja de São Francisco de
Assis, também chamada de Igreja dos Capuchinhos aqui em Belém, aproveito o aso para lhe aconselhar:
Se você tem fome da palavra, com muita erudição mas absolutamente acessível a qualquer intelecto, assista uma pregação nas Igrejas Memoriais e Primeiras Centrais Batistas, Presbiterianas e Metodista; se você quer se derramar emocionalmente com a presença do Espírito Santo, vá a um culto da juventude em qualquer Assembléia de Deus dos Ministérios de São Cristóvão ou Madureira, ou mesmo qualquer daquelas acima mencionadas, Renovadas; se você gosta de se alimentar com a Palavra, vá a um Culto de Doutrina em qualquer das igrejas mencionadas; se você quer se encher de fé, rito, tradição e beleza em sua volta assista a qualquer Missa numa Basílica ou Santuário Católico; se você quer se empaturrar gostosamente de fé popular, jamais deixe de participar do Círio de Nazaré; se você gosta de ouvir hinos inesquecíveis, com orquestras sinfônicas e corais inesquecíveis, vá no sábado a um Culto Adventista. Só se lembre de JAMAIS entrar nessas seitas onde se troca salvação por dinheiro! Feliz encontro!

sábado, 4 de maio de 2013

Uma jornada inesquecível!


Meu sobrinho Luiz Claudio Nunes mexeu com minha já ouriçada memória quando mostrou aquele C-47 da FAB. Em 1957 fui acometido, aqui em Belém, por uma hepatite seguida de insuficiência hepática severa. Essas coisas não têm muito tratamento até hoje, que dirá há 56 anos. Lembro que minha mãe me levou para o sul de Minas aonde fizemos uma, como se chamava àquele tempo, "estação de águas" em Lambari. Foram 15 dias de sonho. Muita água própria pro fígado, ferrosa e não sulfurosa. Voltamos pelo Rio e pouco tempo depois, após uma parada no Aptº de minha Tia Lucy, em Copacabana, meu tio Edmundo, Chefe de Gabinete do sexto Ministro da Aeronáutica consecutivo, nos despachou de volta em um avião do Gabinete do Ministro. GABAER, como eles diziam. Era um Lockheed L-18 Loadstar, o modelo mais moderno C-60A, feito em 1942, para 21 passageiros, com dois motores à explosão Pratt&Whitney Twin Wasp. Era um avião longilíneo e que não deu certo como o DC-3, justamente por não deslocar tanto peso. Em compensação tinha uma velocidade impensável para a época, atingindo, com vento de cauda, 410 km[h, (330 em cruzeiro) quando um Catalina chegava a 170 e o DC-3, 280. Era todo luxuoso, poltronas, ao invés do costumeiro banco corrido para tropas que eu estava acostumado. Tinha até Taifeiro de bordo pra servir sanduíches e refrigerantes. Alertado pra não me alongar se não ninguém me lê, sintetizo dizendo que saímos do Rio e, de pane em pane, pernoitamos no destacamento de Caravelas, na Bahia, ficamos dois dias em Salvador, mais três em Recife, dois em Natal, três em Fortaleza. Apesar de ficarmos nas Bases Aéreas, mamãe me levava pra passear e conhecer as cidades. Fizemos escala em São Luís e, na vinda de lá até Belém, o avião não conseguiu ganhar altura, e eu assistindo o espetáculo dos babaçuais balançando no vento logo abaixo do avião. Quando a gente é criança é absolutamente irresponsável. Todo mundo em pânico e eu me divertindo. Dava pra ver nossa sombra se deslocando na praia pois ele veio pelo litoral, pronto pra se escanchar em qualquer praia mais em condições. Chegamos a Belém cerca de meio-dia. O avião rolou pela pista em direção à Base mas não chegou ao terminal. Parou na pista de taxiamento. Descemos ali mesmo com nossas malas andando debaixo do nosso querido sol equatorial. No outro dia papai nos levou para vermos nosso pássaro prateado em cima de tambores de combustível vazios, já sendo canibalizado. Quando saí de Belém em 1964, ele ainda podia ser visto lá. Hoje só mora em minhas lembranças, simples assim!

AMIGOS!


Grandes amigos, como aqueles que sentamos juntos e comemos 500 quilos de sal acho que cabem nos dedos de uma solitária mão. Peço desculpas a tantos queridos parentes, colegas e conhecidos, mas meu coração agora pesa de saudade de três especiais. Dois de meu passado remotíssimo e um de meu passado remoto: Xavier de Albuquerque Sá Peixoto e  José Araripe de Souza Junior, na primeira categoria. Cássio Seixas Pinto Junior, na segunda. A falta que essas pessoas me fazem se aproxima de uma desgraça pessoal. Quando qualquer um deles morrer e se for antes de mim, o mundo terá perdido parte de seu sentido. Xavier me levou a este pensamento ao me falar, na madrugada de ontem, sobre pessoas que importam e as que só vieram fazer peso no planeta. É verdade! Se ou quando vocês partirem, estando eu aqui ou não, alguma pobreza cobrirá nossa casa; alguma tristeza se espraiará entre as estrelas; algum pranto se confundirá com a chuva; algum peso inexplicavelmente será reduzido da geografia e a orfandade quedará na História. Muito obrigado por persistiram escapando!

De quem menos se espera....

É de quem mais se recebe. Com a passagem de meu filho André Gustavo, desde quinta-feira e já retornando hoje a Brasília, acompanhei-o nos cafés e almoços de anteontem e ontem. Voltando ao local onde tomo refeições diárias (café e almoço), um pequeno mas delicioso restaurante com comida caseira e honesta, aonde diminuem o sal e cortaram o açúcar do café só pra atender a mim pois o paraense gosta muito de sal; além disso, substituíram o macarrão e a farofa por mais salada e feijão, tudo para, saindo do padrão, atender às minhas necessidades de hipertenso e diabético. É impossível entender o que significa isso para um pequeno restaurante que segue um padrão pra todo mundo. Mais difícil fica compreender a apreensão que o Otávio e Da. Sebastiana demonstraram e o grande alívio que tiveram quando eu apareci. Achavam que eu tinha sofrido algum acidente um mal-estar. Me exigiram a troca de celulares para que nunca mais aconteça isso. Eles ficam na Av. Generalíssimo Deodoro, entre Gentil Bitencourt e Conselheiro Furtado, bem defronte o Edifício com o mesmo nome da Avenida. O que estou fazendo é o mínimo que posso para expressar minha gratidão a eles e a todas as pessoas quase desconhecidas que, de um relacionamento comercial, transformam-no em pessoal e demonstram um carinho, cuidado e atenção que sempre esperamos que venham de pessoas mais óbvias. Na verdade, o mundo ainda tem jeito, enquanto existir gente assim. Gente humilde e leal!

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Alhos e bugalhos!

Recentemente -e afinal- estourou o escândalo da FIFA envolvendo duas múmias (Havelange e Nicolas Rós) e um desaparecido (Ricardo Teixeira), que receberam comprovadamente propinas de cerca de 50 milhões de reais, obviamente que isso é a ponta do iceberg. O curioso é que a FIFA, chefiada pelo Joseph Blatter um velho mafioso que obviamente também participou do butim, anunciou que não puniria os três gatunos pois os fatos apurados referem-se a um período anterior a 2004, pasmem, QUANDO A ENTIDADE AINDA NÃO POSSUÍA CÓDIGO DE ÉTICA. Espera lá Cara-Pálida! Quer dizer que pra punir tem que ter código de ética. Então tá! O direito é um conjunto de regras sociais que delimitam a fronteira entre o lícito e o lícito. Se você andar a vida inteira deste lado, não será incomodado até depois de sua morte pois existem direitos que transcendem a vida como o de herança. Só quando você cruza essa linha passa a responder perante essa mesma sociedade, pelos seus atos ilícitos, tendo todo um aparato estatal para julgá-lo, inocentá-lo, culpá-lo e puni-lo. Já a ética também é um conjunto de regras morais e que reverberam a cultura da sociedade em que vive, só que a  sanção é difusa e o atinge apenas em seu foro íntimo, sua consciência e sua vergonha na cara. Logo, parece claro que Códigos de Ética são uma excrescência criada pelas organizações humanas, apenas para jogar para a platéia, pois se você descumprir uma regra moral não será punido por qualquer aparelho do Estado Moderno. Assim, o código de conduta que os meliantes infringiram foi o Penal mesmo, nunca o moral ou ético pois esse eles nunca tiveram. Sempre digo em meus escritos que Gabriel Marcel afirma que o homem só será plenamente livre quando ele puder prometer e deixar de cumprir. Códigos de Ética não criam penas. Havelange, Rós e Teixeira, portanto, deveriam devolver a grana e cumprir pena pelo ilícito cometido, com ou sem Código de Ética. Simples assim!

quarta-feira, 1 de maio de 2013

ATENÇÃO! ISTO NÃO É UMA PIADA!

Vocês lembram de uns papos do Lula e do PT, pouco antes do término do segundo Mandato do Nosso Guia? Falavam sobre a necessidade de reunir uma nova Assembléia Constituinte. Claro que sob a alegação de que as reformas que estavam faltando precisavam ser votadas, na verdade se embutia uma tentativa de golpe branco de estado, com a votação de reeleições eternas como em Cuba, Venezuela, Equador, Bolívia e agora a Argentina. Abortou-se a ideia pois o escândalo do mensalão ainda estava com o corpo quente dentro do caixão. Não se iluda que o aumento da distribuição do pão gratuito das diversas Bolsas nada mais é que uma tentativa velada de garantir, de fato, a permanência dessa camarilha no poder. Expostas as feridas da falência do modelo com a desorganização orçamentária e retorno da inflação galopante, o desespero já está batendo por lá e, desse caldo de cultura golpista, estão pipocando as PECs do amordaçamento do MP, do ajoelhamento do Supremo e outras que tais, eles já estão testando a capacidade de absorção do sempre inerte povo brasileiro. Logo começarão a vir a nova tentativa de criação do Conselho Nacional de Comunicação, destinada a calar a imprensa e indevidas intromissões da política partidária, leia-se PT e aliados, na normalidade da vida nacional. Não sei o que poss fazer sozinho mas já vi campanhas como a Diretas Já e dos Caras Pintadas darem certo. Não se iluda pois a serpente já colocou seus ovos no ninho!