domingo, 19 de janeiro de 2014

Carta Aberta a meu Mestre André Costa nunes

Muitas vezes “acusado” de ser ateu e de introduzir a duvida a respeito de Deus, Albert Einstein elaborou e seguiu um pensamento religioso complexo e profundo, entendendo que a religião e a ciência eram complementares.

Gilberto Schoereder
Quando se pretende falar da relação entre Albert Einstein e a religião, é inevitável lembrar uma de suas frases mais famosas: “A ciência sem a religião é manca; a religião sem a ciência é cega”. Isso seria mais do que suficiente para se perceber que o cientista tinha uma relação especial com a religião. Alguns biógrafos de Einstein (1879-1955) chegaram a defender a noção de que essa relação ocorreu basicamente em sua infância, mas essa idéia já não é mais aceita. Uma das pesquisas mais profundas desse relacionamento entre ciência e religião na vida e obra de Einstein está no livro Einstein e a Religião, de Max Jammer, professor de Física e colega de Einstein em Princeton.

O interesse popular no cientista alemão se mantém, mesmo 50 anos após sua morte e num momento em que muitas de suas teorias vêm sendo questionadas. Einstein continua sendo uma das figuras mais conhecidas do planeta e, certamente, o nome que a maioria das pessoas imediatamente associa à ciência.

Jammer cita outra frase importante de Einstein, numa entrevista concedida ao escritor James Murphy e ao matemático John William Navin Sullivan (1886-1937), em 1930. “Todas as especulações mais refinadas no campo da ciência”, disse Einstein, “provêm de um profundo sentimento religioso; sem esse sentimento, elas seriam infrutíferas”.

Assim, percebe-se claramente a opinião do cientista de que a ciência e a religião eram complementares. No entanto, é preciso entender exatamente o que ele queria dizer com isso.

Os avôs e o pai de Albert eram judeus, mas ele não foi criado seguindo à risca as tradições judaicas. Segundo Jammer, tudo indica que seus pais não eram dogmáticos e sequer freqüentavam os serviços religiosos na sinagoga. Aos seis anos, ele entrou para uma escola pública católica, e teve aulas de religião – católica, bem entendido. Diz-se que só então seus pais resolveram lhe ensinar os princípios do judaísmo, para contrabalançar contrabalançar os ensinamentos católicos.



O SENTIMENTO RELIGIOSO SURGIU CEDO EM EINSTEIN, e ele chamou essa fase de sua infância de “paraíso religioso”, mas existem dúvidas quanto a como ele teria se desenvolvido. Quando os pais resolveram que ele devia conhecer o judaísmo, contrataram um parente distante para ensiná-lo e, segundo Maja, irmã de Albert, foi esse parente que despertou nele o sentimento religioso. Já Alexander Moszkowski, que escreveu a primeira biografia de Einstein, em 1920, afirmou, baseado em conversas pessoais com o cientista, que esse sentimento foi despertado após seu maior contato com a natureza, depois que a família se mudou de Ulm para Munique. O mesmo biógrafo também disse que a música desempenhou papel importante nesse sentimento religioso de Albert.

Apesar da biografia ter sido baseada em conversas pessoais, em 1949, o próprio Einstein escreveu, em Notas Autobiográficas, que sua religiosidade tinha se baseado tanto num sentimento de depressão e desespero quanto no reconhecimento da futilidade da rivalidade humana na luta pela vida. A religião trazia algum alívio, segundo ele disse, mas Jammer parece acreditar que essa idéia de Einstein foi formada posteriormente, uma projeção de suas idéias maduras para sua juventude.

Um fato importante ocorre aos 12 anos de idade, época em que deveria realizar o bar mitzvah, a confirmação judaica, que Einstein se recusou a realizar. Jammer entende que isso se deve à característica da personalidade de Einstein, de demonstrar independência com relação à autoridade e à tradição. Essas noções começaram a se desenvolver, ao que tudo indica, quando sua família recebeu um estudante judeu pobre, Max Talmud, dez anos mais velho do que Einstein. Os dois se tornaram grandes amigos, e foi através de Max que Einstein conheceu os textos a respeito de ciência, geometria, matemática, e a Crítica da Razão Pura, de Immanuel Kant.

Segundo o próprio cientista escreveu posteriormente, ele percebeu, através dos livros científicos, que muitas das histórias da Bíblia não podiam ser verdade e que os jovens são intencionalmente enganados pelo Estado com mentiras. “Dessa experiência”, ele escreveu em Notas Autobiográficas, “nasceu minha desconfiança de todo e qualquer tipo de autoridade, uma atitude cética para com as convicções que vicejavam em qualquer meio social especifico. Essa atitude nunca mais me abandonou, embora, mais tarde, graças a um discernimento melhor das ligações causais, tenha perdido parte de sua contundência original”.



ESSA POSTURA TAMBÉM SE EVIDENCIA NO FATO de que a primeira esposa de Einstein, Mileva Maric, pertencia à Igreja Ortodoxa grega. Os pais de ambos foram contrários ao casamento, mas eles não pareceram se importar com isso.

Max Jammer escreveu que toda essa situação poderia corroborar a tese de que a ciência e a religião são opostos irreconciliáveis, mas Einstein nunca concebeu essa relação como uma antítese, vendo os dois como complementares, como já ficou demonstrado nas frases citadas anteriormente.

O que aparentemente é uma contradição – uma vez que Einstein desaprovou a educação religiosa de seus filhos, considerando-a “contrária a todo o pensamento científico” – explica-se pelo entendimento correto de como Einstein usava os termos “religião” e “religioso”. Por exemplo, na expressão “ensino da religião”, ele via a instrução fornecida de acordo com a tradição de um credo; já na expressão “ciência sem religião”, o termo se referia ao sentimento de uma devoção inspirada, avessa aos dogmas. Em outras palavras, Einstein se referia ao sentimento religioso próprio da pessoa, sem intermediários, sem o poder da instituição e dos dogmas.

Jammer também levanta outra questão importante para se entender o pensamento de Einstein com relação à religião e Deus, e que está ligado à sua admiração pelo filósofo Baruch (posteriormente Benedictus) Espinosa (1632-1677), que negou a concepção judaico-cristã de um Deus pessoal, mas tinha a crença na existência de uma inteligência superior que se revela na harmonia e na beleza da natureza. Jammer explica que Einstein, como Espinosa, “negava a existência de um Deus pessoal, construído com base no ideal de um super-homem, como diríamos hoje”.

Numa oportunidade em que lhe pediram para definir Deus, Einstein disse: “Não sou ateu, e não creio que possa me chamar panteísta. Estamos na situação de uma criancinha que entra em uma imensa biblioteca, repleta de livros em muitas línguas. A criança sabe que alguém deve ter escrito aqueles livros, mas não sabe como. Não compreende as línguas em que foram escritos. Tem uma pálida suspeita de que a disposição dos livros obedece a uma ordem misteriosa, mas não sabe qual ela é. Essa, ao que me parece, é a atitude até mesmo do mais inteligente dos seres humanos diante de Deus. Vemos o Universo, maravilhosamente disposto e obedecendo a certas leis, mas temos apenas uma pálida compreensão delas. Nossa mente limitada capta a força misteriosa que move as constelações. Sou fascinado pelo panteísmo de Espinosa, mas admiro ainda mais sua contribuição para o pensamento moderno, por ele ter sido o primeiro filósofo a lidar com a alma e o corpo como uma coisa só, e não como duas coisas separadas”.



MAIS OU MENOS NA MESMA ÉPOCA em que falava sobre sua crença em Deus, Einstein também era acusado de ser um ateu, especialmente numa discussão provocada pelo cardeal O’Connell, arcebispo de Boston, ao advertir os membros do Clube Católico Americano da Nova Inglaterra a não lerem nada sobre a Teoria da Relatividade, uma vez que ela era “uma especulação confusa, que produz a dúvida universal sobre Deus e Sua criação (...) e encobre a assustadora aparição do ateísmo”.

O rabino Herbert S. Goldstein, da Sinagoga Institucional de Nova York, reagiu enviando um telegrama a Einstein pedindo que ele respondesse à simples pergunta: “O senhor acredita em Deus?” A resposta foi: “Acredito no Deus de Espinosa, que se revela na harmonia ordeira daquilo que existe, e não num Deus que se interesse pelo destino e pelos atos dos seres humanos”. Em última análise, pode se dizer que é uma resposta e um ponto de vista que se aproxima bastante de muitas posturas religiosas ou espiritualistas da chamada Nova Era, com um abandono do Deus pessoal.

Max Jammer alerta para o fato de que Einstein sempre estabeleceu uma distinção nítida entre sua descrença num Deus pessoal, de um lado, e o ateísmo, de outro. Num texto em que comentava um livro que negava a existência de Deus, Einstein disse: “Nós, seguidores de Espinosa, vemos nosso Deus na maravilhosa ordem e submissão às leis de tudo o que existe, e também na alma disso, tal como se revela nos seres humanos e nos animais. Saber se a crença em um Deus pessoal deve ser contestada é outra questão. Freud endossou essa visão em seu livro mais recente. Pessoalmente, eu nunca empreenderia tal tarefa, pois essa crença me parece preferível à falta de qualquer visão transcendental da vida. Pergunto-me se algum dia se poderá entregar à maioria da humanidade, com sucesso, um meio mais sublime de satisfazer suas necessidades metafísicas”.

Fica mais do que claro que Einstein não era e nem tinha qualquer apreço pelo ateísmo. Como Jammer destaca, ele não questionava a utilidade da educação religiosa, mas se opunha a ela – como no caso de seus filhos – “quando desconfiava que o principal objetivo era ensinar cerimônias religiosas ou ritos formais, em vez de desenvolver valores éticos”.



O PRIMEIRO ENSAIO DE EINSTEIN A RESPEITO DA RELAÇÃO ENTRE CIÊNCIA E RELIGIÃO data do final de 1930, ainda que se diga que seu interesse no assunto já vinha da década de 20. Sua postura contra todo tipo de dogmatismo religioso pode ser verificada mais uma vez na sua recusa em utilizar o termo “teologia”, entendendo que sua abordagem da religião diferia muito da dos teólogos profissionais, especialmente daqueles para quem “a teologia é detentora da verdade e a filosofia está em busca da verdade”.

A maioria de seus textos sobre religião surgiram no período entre 1930 e 1941, e diz Jammer que seu interesse em escrever sobre o tema cresceu devido a duas entrevistas. A primeira, no início de 1930, dada a J. Murphy e J.W.N. Sullivan, já citada no início da matéria. A segunda entrevista foi com o poeta e filósofo místico hindu Rabindranath Tagore (1861-1941), Prêmio Nobel de Literatura em 1913.

Aparentemente, Einstein ficou um pouco decepcionado com a conversa com Tagore, e resolveu escrever o ensaio chamado Aquilo em que Acredito, que despertou a ira dos nazistas. Um dos trechos diz: “A mais bela experiência que podemos ter é a do mistério. Ele é a emoção fundamental que se acha no berço da verdadeira arte e da verdadeira ciência. Quem não sabe disso e já não consegue surpreender-se, já não sabe maravilhar-se, está praticamente morto e tem os olhos embotados. Foi a experiência do mistério – ainda que mesclada com a do medo – que gerou a religião. Saber da existência de algo em que não podemos penetra, perceber uma razão mais profunda e a mais radiante beleza, que só nos são acessíveis à mente em suas formas mais primitivas, esse saber e essa emoção constituem a verdadeira religiosidade; nesse sentido, e apenas nele, sou um homem profundamente religioso. Não consigo conceber um Deus que premie e castigue suas criaturas, ou que tenha uma vontade semelhante à que experimentamos em nós”.



QUANDO ESCREVEU O ENSAIO RELIGIÃO E CIÊNCIA para a New York Times Magazine, em 1930, Einstein elaborou a idéia de três estágios do desenvolvimento da religião. O primeiro estágio, ele chamou de “religião do medo”. Pensando em quais teriam sido as necessidades e os sentimentos que levaram ao pensamento e à fé religiosa, entendeu que, para o homem primitivo foi, antes de tudo, o medo, seja da fome, dos animais, das doenças ou da morte. A mente humana, disse, criou seres imaginários de cuja vontade dependiam a vida ou a morte do indivíduo e da sociedade. E, para aplacar esses seres, os humanos lhes ofereciam súplicas e sacrifícios, formas primitivas de oração e rituais religiosos.

Ele não aceitava a idéia da religião se originando pela revelação, segundo a qual Deus dá a conhecer Sua realidade aos homens; isso exclui a aparição a Moisés e acontecimentos como o nascimento, vida e morte de Jesus Cristo, ou ainda as palavras de um anjo, como diz o Alcorão. Jammer diz ainda que a idéia da religião surgindo do medo não é de Einstein, ainda que provavelmente ele não tenha lido os autores que falaram disso antes dele.

O segundo estágio, ele escreveu, foi a “concepção social ou moral de Deus”, decorrente do “desejo de orientação, amor e apoio”. É o Deus que premia e castiga, ao qual ele já havia se referido anteriormente. Einstein via no Antigo e no Novo Testamentos uma ilustração admirável dessa transição de uma religião do medo para a religião da moral, ainda ligada a uma concepção antropomórfica de Deus.

O terceiro estágio Einstein chamou de “sentimento religioso cósmico” e, segundo explicou, é um conceito muito difícil de elucidar para as pessoas que não têm esse sentimento, uma vez que ele não comporta qualquer concepção antropomórfica de Deus. Ele disse que “os gênios religiosos de todas as épocas distinguiram-se por esse tipo de sentimento religioso, que não conhece nenhum dogma e nenhum Deus concebido à imagem do homem; não pode haver uma Igreja cujos ensinamentos centrais se baseiem nele. Assim, é entre os hereges de todas as eras que vamos encontrar homens que estiveram repletos desse tipo mais elevado de sentimento religioso, e que, em muito casos, forma encarados por seus contemporâneos ora como ateus, ora como santos. Vistos por esse prisma, homens como Demócrito, Francisco de Assis e Espinosa assemelham-se muito”.



APESAR DE TANTAS DEMONSTRAÇÕES DE QUE NÃO ERA ATEU, mas que via a religiosidade de uma forma particular, até recentemente Einstein era citado como um ateu. Numa conversa como príncipe Hubertus de Löwenstein, disse que o que realmente o aborrecia era que as pessoas que não acreditam em Deus viviam citando-o para corroborar suas idéias. Jammer cita um livro popular sobre a vida do cientista, publicado em 1998, em que surge a frase “ele (Einstein) foi ateu a vida inteira”, apesar de uma citação de Einstein no mesmo livro contradizer essa afirmação: “O Divino se revela no mundo físico”.

O maior problema parece ser mesmo a dificuldade das demais religiões em aceitar uma religião na qual as instituições e os dogmas perdem os sentido. Elas não aceitam essa situação, como não podem aceitar um homem que diz que “se você ora a Deus e Lhe pede algum beneficio, não é um homem religioso”.

Einstein não desrespeitava as religiões estabelecidas, mas apenas não concordava com elas. Jammer diz que ele venerava os fundadores das grandes religiões, e isso pode ser visto numa mensagem que enviou à Conferencia Nacional de Cristãos e Judeus, em 1947. “Se os fieis das religiões atuais”, escreveu Einstein, “tentassem sinceramente pensar e agir segundo o espírito dos fundadores dessas religiões, não existiria nenhuma hostilidade de base religiosa entre os seguidores dos diferentes credos. Até os conflitos no âmbito da religião seriam denunciados como insignificantes”.

Hoje em dia, muitos religiosos dizem exatamente isso, tendo em vista a situação explosiva em que p mundo se encontra, em grande parte devido a conflitos religiosos. Na religião de Einstein, os conflitos seriam impossíveis de existir.

(Extraído da revista Sexto Sentido 52, páginas 24-30)
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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

EUZÉBIO E EU!

Sim, por mais estranho que possa parecer, eu tenho uma história pessoal com Euzébio, que acaba de falecer aos 71. Logo que meu avô (Antonio André Victorão) chegou a Belém, na passagem do Século XIX para o XX, encantou-se com as cores do Remo pois detestou as do Paysandu que lhe lembravam seu arqui-inimigo, o Futebol Clube do Porto, pois era torcedor fanático do Sporting. Atleta e remador do Remo (poderia até ter cantado o glorioso hino: Atletas azulinos somos nós.....) e sendo destacado membro da colônia portuguêsa, logo foi chamado para fundar a Tuna Luso Caixeiral (mais tarde Tuna Luso Comercial e, finalmente, Tuna Luso Brasileira), sendo um dos 50 sócios fundadores e doadores de, cada um, 5 contos de reis para a compra do imenso terreno no Souza. Tudo registrado. Em 1958 a Tuna havia sido campeã enfiando 4 x 0 no meu sofrido Papão, penso que invicta, pois possuía um dos melhores times do norte-nordeste onde pontuavam o goleiro Dodó, o meio-de-campo: Satiro, Acapú e Muniz e um ataque arrasador onde flanavam Leoni, Teixeirinha, Estanislau, China e Juvenil. Uma máquina de jogar bola. O Esrtádio da Tuna, então, era maior que a Curuzu e o Evandro Almeida juntos e os empreendedores portugêses, para coroar com chave de ouro aquele ano mágico, construíram quatro moderníssimas torres de iluminação e importaram dezenas de refletores de luz fria algo, pelos anos 50, impensável por aqui. Para comemorarem a inauguração da iluminação mandaram buscar, nada mais nada menos, que o poderoso Sport Clube Lisboa e Benfica, tricampeão português e que tinha a base do time que se sagraria campeão europeu em 1962 e  terceiro lugar na Copa do Mundo de 1966, obviamente roubado pelas arbitragens que já tinham escolhido a Inglaterra para ser campeão na frente da Rainha. Numa quarta-feira à noite KK (como chamávamos meu avô) chegou com cinco convites para usarmos CADEIRAS DE PISTAS, que eram cadeiras comuns colocadas na beira do campo, entre o alambrado e a linha de lateral. Nada mais havia de chique do que ver o jogo oficialmente dentro do campo. O jogo foi no fim de julho e não choveu. Eu tinha 10 anos, meu irmão 13 e fomos abismados assistir algo impensável, mesmo porque o Brasil acabara de ser campeão mundial na Suécia.  O Benfica era uma máquina onde despontavam o histórico goleiro Costa Pereira, Coluna e Mateus, no meio, e na frente já jogava o ponta-esquerda Simões. Os times vieram beirando o gramado e ficaram bem perto de nós. Eu babava. Mas aí, passam os reservas em direção ao banco. Passam jovens como José Augusto, Torres (imenso), Hilário, Vicente, Morais (todos seriam nossos carrascos em 1966). De repente KK vira-se para o papai e diz: Alair,  visses esse crioulinho de cambitos (pernas finas), baixo e muito forte que pasou em meio aos reservas? Ele chama Euzébio, só tem 16 anos mas se fala que será o Pelé da Europa. Dizem maravilhas dele. Vi aquele mulato bem baixo e bem forte, andando devagar, mãos coladas ao peito como se sentisse um frio inexistente, conversando com os colegas. O jogo foi duríssimo (2 x 2) e Oto Glória (técnico brasileiro do Benfica) não quiz arriscar pondo o pretinho em campo. Aquela seria a última chance que tive na vida de ver jogar, tão perto de mim, essa glória do futebol e de Portugal, mesmo sendo moçambicano. Monstro sagrado comparável a Pelé, Maradona, Di Stefano, Tostão e Messi! Adeus!

ALGO SOBRE A VERDADE!

Geralmente busca-se a verdade em nossa vida. Penso que é uma busca inútil pois poucas verdades serão absolutas. Tento explicar! Emitimos juízos de fato sobre o que percebemos pelos nossos cinco sentidos físicos e então pensamos: não há como tergiversar sobre isso! Há sim! O som alto ou baixo, apesar de factual é, na verdade, valorativo pois depende da acuidade de cada ouvido. Parece que a cor cinza, ou o preto ou o branco são unanimidades, contudo, há vários tons de cinza; o branco pode ser gelo, pálido, neve e outros tons e até o preto, a negação da cor ou a reunião de todas elas, também admite nuanças. Desnecessário juntar mais exemplos. Os outros juízos que emitimos são valorativos e dependem de escolhas pessoais. Nesse campo dificilmente encontraremos unanimidades pois o feio bonito me parece. Existe uma área, um pouco nebulosa, sobre o sentido da verdade e que consiste na produção do conhecimento em seus vários aspectos: religioso, ideológico, científico e filosófico. Aí mesmo as verdades são falíveis. Para um religioso cristão a verdade está contida na Bíblia, concebida como a Palavra de Deus. Jesus Cristo, Filho de Deus, afirma categórico "eu sou o caminho, A VERDADE e a vida" e completa, conhecereis A VERDADE e ela vos libertará. Mas que verdade? Para o Muçulmano a verdade será o que está escrito no Alcorão, palavra de Alá, transmitida a seu único profeta Maomé (Mohamed); para o judaísmo a verdade está explícita no Torah e nas menagens proféticas, assim por diante. O conhecimento filosófico é o reino máximo da racionalidade e cada filósofo, desde os jainistas, sofistas, idealistas e realistas, reivindica a única verdade para suas filosofias. Nas ideologias esse problema do relativismo da verdade assume contornos bem nítidos já que cada uma delas não admitide refutação e tudo o que se diz ou faz, em nome de tal ideologia, quando não é seguido ou respeitado por todos, assume foros de mentira vantajosa, cabotinismo ou demagogia. Estamos passando por um obscuro tempo de patrulhamento sobre toda a forma de pensamento e ação no sentido contrário à ideologia que se quer impor no Brasil e sabemos o que acontece com os desviantes. Parece claro que vamos encontrar, na ciência, um porto seguro para nossa verdade. Ledo engano! O conhecimento científico é o único refutável e que só evolui não pelas adesões mas pelas negações das teorias vigentes e apresentação de novas. Até as chamadas lei científicas, axiomas ensinados como eternos, imutáveis e universais, não são isso. Desde a mais tenra idade aprendemos que a "água ferve a 100º C", contudo essa verdade é relativizada pelo que a própria ciência criou, tomando-a de empréstimo à filosofia, e que se chama LICENÇA EPISTEMOLÓGICA. O direito de criar posturas que expliquem e justifiquem a lei. Aquela velha conhecida só é lei quando são reproduzidas as "condições normais de temperatura e pressão", que só foram conseguidas em laboratório. Na natureza elas se modificam conforme a altura na qual se situa o experimentador. No topo de uma montanha, certamente a 85 a 90º C se dará a ebulição enquanto na base de um profundo vale ou depressão, isso ocorrerá somente entre 115 e 120º C. Logo, nossa tão querida e ansiada verdade é uma quimera apenas alcançável em minúsculos lapsos de tempo. Um valor que se apresenta a cada um a quem mostra sua face. Para toda a humanidade e o tempo todo, creio que a verdade absoluta não existe. E você, que sempre se achou dono dela, pode ser que esteja certo, mas em seu pequeno mundo. E que venham as refutações. Simples assim!

domingo, 5 de janeiro de 2014

SE O BRASIL FOSSE A CORÉIA DO SUL!

A Coréia do Sul foi um país criado, em 1945, de uma briga entre irmãos. Natureza inóspita, pouquíssimos recursos naturais, bacia hidrográfica pobre, muito pouca água potável, clima duro, montanhas escarpadas. Se compararmos esse país com o Brasil ,na ápoca chegava a parecer piada, num exercício simples de futurologia, apostar nela contra o Brasil todas as fichas na virada do século XX para o XXI, exatos 45 anos depois. Um nada em tempo histórico. No entanto a Coréia do Sul é a 13a. economia do mundo, SEM MAQUIAGENS e enquanto o Brasil de hoje está mortificado por perder pontos em uma agência de risco de investimentos a Coréia do Sul continua batendo recordes sobre recordes em sua situação de país que gerou a maior revolução na educação no mundo inteiro e cada vez mais se aproxima de um país de primeiro mundo, sem pobreza e miséria, numa posição de quase vanguarda nas pesquisas sobre as últimas tecnologias e descobertas científicas. Continuamos sendoum país portentosamente mais rico mas patinamos nesses 45 anos enquanto a Coréia do Sul, bom quanto a ele, melhor dirão as estatísticas internacionais da ONU, FMI e OCDE. Pincei, num excelente artigo, o que vai escrito em seguida. Não é leitura melhor para um domingo pois pode aumentar sua tendência a sentir náuseas. O artigo é de novembro de 2011 mas o câmbio é corrigido para hoje!

O salto sul-coreano de um país agrário para líder em pesquisa e tecnologia atende pelo nome educação. 

O foco veio da necessidade das indústrias na formação de recursos humanos e na valorização do professor. Em 20 anos, o salário saltou de US$ 200 (R$-420,00)) para US$ 5 mil (R$-12.000,00) ao mês, ao câmbio de 05 de janeiro de 2014. O cearense Soleiman Dias trabalha há 11 anos como professor em Seul e destaca que há, neste momento, uma nova transformação: 

- Hoje, o foco é formar um aluno mais criativo. 

O ensino fundamental tem nove anos. Nos seis primeiros, é obrigatório. Para universalizar a educação de qualidade, os conteúdos chegam a todos os cantos do país por uma rede de TV. 

A avaliação de professores é uma realidade nas escolas coreanas. 
São turmas pequenas, de no máximo 35 alunos, constantemente subdivididas para aulas de diferentes disciplinas. Uma das fixações, o ensino da língua inglesa, ocupa sete horas semanais e é feito em turmas com 10 alunos. São 16 professores de países onde o inglês é a língua principal. 

Estudar é uma disputa. Um dos pontos da cultura do país é ser o primeiro e estar sempre entre os melhores. Além do inglês, os estudantes tem duas horas de Educação Musical por semana. As salas são equipadas com pianos. 

A competição, saudada por alguns, é vista por outros como pressão sobre as crianças. ]

As escolas garantem que o ensino se baseia em fazer com que os alunos tenham suas próprias opiniões e as expressem. Uma das metas é formar líderes. Esta é também a filosofia que impulsionou o país...

A educação, como se pode ver, sempre vai fazer toda a diferença.
VEJA COMO A RECEITA É SIMPLES! Claro que sem corrupção!
1. Concentrar os recursos públicos no ensino fundamental – e não na universidade – enquanto a qualidade nesse nível for sofrível
2. Premiar os melhores alunos com bolsas e aulas extras para que desenvolvam seu talento
3. Racionalizar os recursos para dar melhores salários aos professores
4. Investir em pólos universitários voltados para a área tecnológica
5. Atrair o dinheiro das empresas para a universidade, produzindo pesquisa afinada com as demandas do mercado
6. Estudar mais. Os brasileiros dedicam cinco horas por dia aos estudos, menos da metade do tempo dos coreanos
7. Incentivar os pais a se tornarem assíduos participantes nos estudos dos filhos

Fontes: Valor Econômico, Uniemp e Educarparacrescer.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

A ORGANIZAÇÃO DO FUTURO!

           Não existe assunto que mais excite a mente dos estudiosos em Administração e em Teoria Organizacional do que tentar descobrir para onde se encaminharão as teorizações sobre o papel e as estruturas organizacionais no novo milênio. Abstraindo os trabalhos meramente ideológicos e modistas, que visam conceber receitas infalíveis e engordar a conta bancária dos chamados gurus da administração, constata-se muita perplexidade entre estudiosos e pesquisadores sérios sobre os destinos desses agrupamentos humanos nos próximos anos.

Parece haver dicotomias fundamentais que dificultam a compreensão do tema. De um lado a questão da racionalidade necessária à produção em massa dos bens  e serviços que trazem felicidade e conforto à sociedade, pugnando com a despersonalização daqueles que os produzem e ofertam, num ambiente onde o prazer na realização do trabalho é relegado a um plano secundário. Parece que   compatibilizar esses valores é um problema ainda insolúvel nos dias atuais.

Também a questão de como gerenciar a criatividade e a inventividade no    interior das organizações ainda patina entre posições contrárias, ambas amparadas em teorias e pesquisas com resultados paradoxais, mas nem por isso menos científicos. Pinchot III afirma que a submissão dos escravos dos Faraós foi      suficiente para construir as monumentais pirâmides do Platô de Gizeh. Robert Johnson, fundador da Johnson & Johnson – uma empresa atuante no mercado há muitos anos, o que comprova sua efetividade – por seu turno anunciou que nada mais atiça a criatividade humana do que saber que se vai ser enforcado logo ao amanhecer.

Uma interpretação simplista dessas contradições aponta para o binômio  liberdade comportamental e flexibilidade estrutural, de um lado, versus planejamento e controle (leia-se: burocracia) do outro. Em suma, até que ponto o indivíduo organizacional deve trabalhar em uma estrutura horizontalizada e flexível, com as comunicações fluindo em todas as direções e sentidos na organização, tomando parte ativa no processo decisório e livre para manifestar sua criatividade pessoal em prol dela ou deve se restringir à perseguição obsessiva dos objetivos organizacionais, cumprindo regras formalizadas e eficientes que dirigem seu papel e suas funções? A resposta a essa pergunta ainda não foi pacificada pela teoria e pesquisas.

Há exemplos de sucessos e disfunções para ambos os lados. Um gerente de um banco nos EUA deixava os clientes do lado de fora da agência, tiritando de frio em um inverno rigoroso, tendo à mão um cronômetro para abrir as portas somente na exata hora constante nos Manuais. Uma cliente desse mesmo banco teve seu cartão de saque engolido pelo caixa eletrônico, no exato momento em que deveria se dirigir ao aeroporto de La Guardia (em Nova Iorque) para empreender uma importante viagem de negócios. Telefonou ao banco e um simples funcionário providenciou os 200 dólares de que ela precisava, pagando o taxi de seu bolso e resolvendo depois o problema do saque.

Na produção do Windows NT, Gates permitiu que os cientistas da computação trabalhassem livremente na crença de que não poderia intervir no processo criativo de suas mentes privilegiadas. Quase um ano depois e 150 milhões de dólares já queimados na empreitada, contratou David Cutler, seu amigo pessoal e um burocrata convicto, para gerenciar o projeto. Cutler introduziu uma técnica de trabalho que ele chamou de comer sua própria comida de cachorro, e que consistia em determinar que partes novas do programa só poderiam ser escritas usando as partes que já haviam sido escritas até então, i. e., era como se, de repente, a única forma de as pessoas poderem escrever novos capítulos de uma novela fosse recortando e colando palavras de capítulos anteriores já escritos. Em dois meses o Windows NT estava no mercado!

A história do Projeto Manhattan – criação da bomba atômica americana – tende a ser uma repetição do caso acima. Enquanto o projeto foi gerenciado por     Oppenheimer – o maior físico nuclear do mundo, à época – meses se passaram             e bilhões de dólares gastos sem nenhum resultado concreto. Só quando Truman colocou à frente do empreendimento um o Gen. Groves, seu amigo e veterano da     primeira guerra mundial, excelente comandante de tropa, a bomba foi construída     através da aplicação de rígido planejamento operacional, com prazos fatais a serem  cumpridos.

Existe uma terceira via defendendo a tese de que não seria a imposição de    planejamentos e controle inflexíveis que moveria a criatividade desses cientistas mas a resposta positiva ao desafio, fenômeno que motivaria seres humanos a irem além das fronteiras do imaginável.

Em qualquer dessas alternativas, há histórias de sucessos e fracassos. Talvez a única conclusão plausível seja a de que não há conclusões plausíveis. Com efeito, essas situações ocorreram e ocorrem em um paradigma em mutação   constante e o problema, na verdade não se situa no microcosmo de uma análise   realizada sob padrões que de tão conhecidos já se encontram desgastados e      impedem ao analista uma visualização macrocósmica do futuro.

Pode-se estar discutindo um assunto usando ferramentas inadequadas e,       pela leitura acostumada do paradigma vigente, apontando soluções que somente      se materializarão em um novo paradigma, difícil de divisar por sua invisibilidade        e proximidade.

Em última análise, uma verdade tende a se destacar: é papel preponderante dos Administradores pesquisar prospectivamente esse futuro incerto e fornecer as pistas para uma solução conciliatória: ser racional e feliz, atendendo aos reclamos da sociedade moderna sem perder de vista o trabalho como realização máxima do ser humano, ao mesmo tempo que se preserva a eficiência e a produtividade.
*Sérgio Barros é Professor do  ADM, Mestre em Administração pela UnB e orientador de diversos trabalhos da AD&M Consultoria Jr.



Carta a um casal de alunos!

Em 05 de dezembro de 2000, dois alunos meus se casaram e eram muito participativos e queridos e me mandaram um convite personalizado. Em resposta fiz a carta abaixo que guardei e comaprtilho com o Face mais de 12 anos depoisÇ

Sérgio e Flávia:

Na vida de um professor, quando este encara a profissão como um sacerdócio, alguns eventos tornam-se muito marcantes. Nenhum deles o é tanto quanto a lembrança dos alunos excepcionais, aqueles que ultrapassam a geografia da sala de aula e se instalam na história da vida do pretenso mestre.

Vocês se tornaram, em um momento particularmente difícil de minha vida, em marcantes exemplos desse evento, dando-me apoio e carinho além dos papéis normalmente exercidos por um aluno comum. Nunca a relação é de amizade, pois o mundo é grande e todos partem para suas missões. Mas a remuneração permanece, marcando as fronteiras de um pedaço de meu coração loteado que passa a lhes pertencer, por lídimo direito de conquista.

Agora, quando ambos iniciam uma etapa tão maravilhosa quanto difícil, que é a vida em comum, cuja realização máxima é a formação de uma nova família, pouco tenho a lhes dar em troca do muito que recebi dos dois. Experiências não se transferem. Conselhos são mais válidos para quem os dá do que para os que os recebem. Cada ser é um indivíduo, inigualável, inimitável, divisível por si próprio e pela unidade, como os números primos.

Resta então a esperança de que compreendam os componentes insondáveis e personalíssimos de um casamento, cultuando, acima de tudo, a mútua renúncia e o sentimento da igualdade; o apoio de um ao outro, pois a vida é um projeto complexo e complicado na individualidade quanto mais na dualidade.

O amor é argamassa de tudo, mas não é o bastante. Amizade e respeito devem ser cultuados até o ponto em que surja a dependência entre vocês. Ai aparece no horizonte a visão de um futuro distante, de mãos dadas, envelhecendo gloriosamente juntos.

A felicidade não existe como um fato perene, mas é viável moldá-la a uma condição possível de momentos mais felizes do que infelizes. A paz surge no arrefecimento da paixão e a liberdade transforma-se em um sentimento compartilhado, não mais individual.

Só podemos dar o que possuímos. Feliz ou infelizmente este é o melhor presente de casamento que lhes posso entregar.



quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

BRINCANDO COM O UNIVERSO

Agora não é mais mera estística mas já deve ser tratado pela matemática e outras ciências exatas. Isto significa que saiu da perspectiva de possibilidade para ser uma certeza. Não mais se pode especular SE um corpo celeste poderá se chocar com a Terra mas QUANDO isto vai acontecer. Como o tempo cósmico não possui medida que caiba em nosso raciocínio objetivo, tanto é possível que ele já esteja no nosso caminho desde o Big Bang ou ainda ontem foi disparado, levando miríades de anos-luz para aqui chegar. Já não interessa aos cientistas calcular quantos serão mortos no choque mas, voltando à estatística, qual a possibilidade dele consubstanciar um evento de extinção total de vida na Terra ou, quem sabe, completa explosão de nosso planeta. A ciência comprova cerca de 100 a 200 desses eventos, no passado remoto ou recente, em tempo histórico. Uns maiores como talvez o que extingui os dinossauros há 65 milhões de anos, o meteoro da Sibéria no século XIX que devastou imensas quantidades de florestas intocadas e provavelmente gerando o buraco mais profundo detectado na superfície do planta e que teria se transformado no mar ou lago de Baikal, ou simplesmente nosso Bendegó, meteorito do Bendegó caído no sertão baiano e exposto no Museu Nacional da Quinta da Boa Vista desde 1888, sendo hoje considerado o 16º maior corpo celeste que se chocou com a Terra. A grande preocupação que se tem, na comunidade científica no estado-da-arte, é a chance de deter esses monstrengos antes de chegar aqui. As teorias são das mais simples como explodí-los com artefatos atômicos antes de ingressarem na nossa atmosfera às mais remotamente reais como a que passaremos a expor em seguida. Na verdade essa teoria já é científica e, portanto, baseda em dados reais analisados em supercomputadores mas, como todo o arcabou científico, pode e deve ser refutada no caminho de descobir-se sempre algo mais palpável e plausível. A coisa é gigantesca e parte de pesquisas já em andamento sobre a possibilidade do universo ser, ele todo, um ser vivo, formado por partículas, da mais improvável como a matéria escura que gera os vácuos intergaláticos, passando pelos buracos negros e chegando aos suborganismos, órgáos e células que seriam, no macrocosmo, as galáxias, nebulosas, planetas, estrelas, cometas, meteoros, meteoritos e outras partículas em suspensão cósmica, tudo partindo do bóson de Higgs, equivalente ao elétron no microcosmo humano. Conhecendo-se como pulsa o ritmo da vida nesse organismo, como se comunicar com ele, poder-se-ia pensar em "dialogar" com ele e desviar qualquer câncer espacial configurado nessas células invasoras em sítios que não lhe são peculiares nem rotas normais. Duas coisas me chamam profundamente a atenção. Essa teoria já existe disseminada no planeta em escritos arcanos dos Keri-Hebs, sacerdotes egípcios que teriam seuas ascendentes na Lemúria e Atlântida, assim também chamada de Continente Perdido de Mu. Tive acesso a muitos desses escritos depositados no Museu Egípcio Rosa-Cruz, no Parque Rosa-Cruz, em San josé da California. Pois esses sacerdotes geraram uma teoria à qual chamaram de Adão Cadmo onde o universo inteiro seria exprimido por um gigantesco homem com todas essas características. A segunda é este escrito milenar recolhido da Kabala Mística: (...) O texto yetzirátião eco descritivo de Kether, como todos os dizeres da Sepher Yetzirah, é uma sentença oculta. Afirma ele que Kether se chama Inteligência Oculta, a os diversos títulos conferidos a Kether na literatura cabalística confirmam essa denominação. Kether é o Segredo dos Segredos, a Altura Inescrutável, a Cabeça Que Não É. Temos aqui novamente a confirmaçáo da idéia de que a coroa está acima da cabeça do Homem Celestial, o Adão Cadmo; o ser puro está atrás de toda manifestação, a não é por ela absorvido, sendo antes a causa de sua emanação ou manifestação (...). Realmente não gostaria nem gosto de misturar ciência e religião pois empobreço meu discurso. Mas sempre me incomoda, e muito, quando encontro uma teoria científica tão avançada cruzada por escrito tão antigo. Apesar de serem conhecimentos produzidos de forma antagônica, um na razão e experimentação, quase-exato e refutável, que é a ciência, o outro é inspiracional e definitivo posto que gerado pela fé irrefutável pela razão. De qualquer forma, a ciência prossegue caminhando alargando as fronteiras que cada vez mais descortinam o homem para si mesmo. O quê ela encontrará no fim do caminho (se existe um), nem o cientista, nem o filósofo ou o religioso podem afirmar com certeza sua natureza e composição. Incerteza, caos, renascimento ou destruição? Simples assim!