segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
ALGO SOBRE A VERDADE!
Geralmente busca-se a verdade em nossa vida. Penso que é uma busca inútil pois poucas verdades serão absolutas. Tento explicar! Emitimos juízos de fato sobre o que percebemos pelos nossos cinco sentidos físicos e então pensamos: não há como tergiversar sobre isso! Há sim! O som alto ou baixo, apesar de factual é, na verdade, valorativo pois depende da acuidade de cada ouvido. Parece que a cor cinza, ou o preto ou o branco são unanimidades, contudo, há vários tons de cinza; o branco pode ser gelo, pálido, neve e outros tons e até o preto, a negação da cor ou a reunião de todas elas, também admite nuanças. Desnecessário juntar mais exemplos. Os outros juízos que emitimos são valorativos e dependem de escolhas pessoais. Nesse campo dificilmente encontraremos unanimidades pois o feio bonito me parece. Existe uma área, um pouco nebulosa, sobre o sentido da verdade e que consiste na produção do conhecimento em seus vários aspectos: religioso, ideológico, científico e filosófico. Aí mesmo as verdades são falíveis. Para um religioso cristão a verdade está contida na Bíblia, concebida como a Palavra de Deus. Jesus Cristo, Filho de Deus, afirma categórico "eu sou o caminho, A VERDADE e a vida" e completa, conhecereis A VERDADE e ela vos libertará. Mas que verdade? Para o Muçulmano a verdade será o que está escrito no Alcorão, palavra de Alá, transmitida a seu único profeta Maomé (Mohamed); para o judaísmo a verdade está explícita no Torah e nas menagens proféticas, assim por diante. O conhecimento filosófico é o reino máximo da racionalidade e cada filósofo, desde os jainistas, sofistas, idealistas e realistas, reivindica a única verdade para suas filosofias. Nas ideologias esse problema do relativismo da verdade assume contornos bem nítidos já que cada uma delas não admitide refutação e tudo o que se diz ou faz, em nome de tal ideologia, quando não é seguido ou respeitado por todos, assume foros de mentira vantajosa, cabotinismo ou demagogia. Estamos passando por um obscuro tempo de patrulhamento sobre toda a forma de pensamento e ação no sentido contrário à ideologia que se quer impor no Brasil e sabemos o que acontece com os desviantes. Parece claro que vamos encontrar, na ciência, um porto seguro para nossa verdade. Ledo engano! O conhecimento científico é o único refutável e que só evolui não pelas adesões mas pelas negações das teorias vigentes e apresentação de novas. Até as chamadas lei científicas, axiomas ensinados como eternos, imutáveis e universais, não são isso. Desde a mais tenra idade aprendemos que a "água ferve a 100º C", contudo essa verdade é relativizada pelo que a própria ciência criou, tomando-a de empréstimo à filosofia, e que se chama LICENÇA EPISTEMOLÓGICA. O direito de criar posturas que expliquem e justifiquem a lei. Aquela velha conhecida só é lei quando são reproduzidas as "condições normais de temperatura e pressão", que só foram conseguidas em laboratório. Na natureza elas se modificam conforme a altura na qual se situa o experimentador. No topo de uma montanha, certamente a 85 a 90º C se dará a ebulição enquanto na base de um profundo vale ou depressão, isso ocorrerá somente entre 115 e 120º C. Logo, nossa tão querida e ansiada verdade é uma quimera apenas alcançável em minúsculos lapsos de tempo. Um valor que se apresenta a cada um a quem mostra sua face. Para toda a humanidade e o tempo todo, creio que a verdade absoluta não existe. E você, que sempre se achou dono dela, pode ser que esteja certo, mas em seu pequeno mundo. E que venham as refutações. Simples assim!
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