quinta-feira, 21 de novembro de 2013

MARX FOREVER!

Marx é o único pensador que se renova mesmo depois de morto. Renova-se pela atualidade constante das análises, sendo a de Hobsbbawn a mais atual. É permitido rever seu pensamento desde  que respeitada sua essência. Também renova-se no fato incontestável de prosseguir sendo a única alternativa pragmática ao capitalismo desumano que se pratica no mundo, ainda hoje. Renova-se, ainda, por uma razão muito interessante: muito poucos o leram pacientemente. Muitos de seus detratores e seguidores apenas leram o que outros pensadores disseram sobre suas teorias e isso segue sendo um risco em sua continuidade. Afinal, acautelai-vos contra os apóstolos e discípulos. Eles nem sempre sabem o que fazem. Mas o que queria dizer sobre ele, ainda que telegraficamente pois já devo ter escrito umas quatro longas crônicas sobre o inigualável filósofo, sociólogo, ensaísta, jornalista e grande pensador, é que Marx foi profundamente falho em sua aplicação pragmática apenas por um intrigante fato: ele escreveu pensando em ser implantado na Alemanha, sua Pan-Germânia, berço das maiores produções do espírito humano das quais a sua seria uma das mais destacadas. Por essas ironias do destino ele veio a ser aplicado em um gigantesco país, gelado e pouco habitado, ainda no sistema feudal, sem passar sequer por uma experiência pré-capitalista. A Rússia era e é um imenso gigante, com um operariado e campesinato absolutamente ignorante e analfabeto (real, funcional e, principalmente, político). Marx só daria certo em um país dividido e dilacerado por constante luta de classes como era a Alemanha, e lá seria possível implantar-se sua mais importante criação teórica que era a ditadura do proletariado, cambiando o eixo do poder social, político e econômico para o operariado organizado no rumo de formar o primeiro exemplo do Estado Comunista Internacional com Liberdade Organizada. Na estúpida Rússia isso não foi possível. Cedo Lenin percebeu que o proletariado de lá não sabia dirigir nem suas próprias vidas e criou o que seria possível: a ditadura da nomenclatura, do stablishment  soviético, simbolizado no Presidium do Soviet Supremo. Morreu cedo e não teve tempo de apontar as saídas reais para a gradual transferência do poder para os proletários, como foi o caso da moeda brasileira, o real, passando pelo estágio das URV’s. Béria, Stalin, Kruschev e outros menos votados terminaram por gozar das delícias do superpoder sem amarras ou controles. Deu no que deu. E Marx ainda espera um país sério e de representatividade mundial, para aplicar suas teorias sem tirar nem por. Humanismo puro! Que pena! Simples assim!