sexta-feira, 31 de maio de 2013
Politicamente incorreto!
Para os padrões de hoje, sou a pessoa mais politicamente incorreta que existe. A ninguém é dado firmar-se em seus padrões para esquivar-se de práticas naturais no passado mas absolutamente condenáveis no presente. Fui educado para ser homofóbico, porque perseguidos e ridicularizados eram os homossexuais de minha infância e juventude; machista nojento, porque era afirmação da masculinidade bater e trair as mulheres; fumante inveterado porque era bonito e valorizado por Hollywood o homem que fumava; crente nas pessoas públicas porque elas trabalhavam para honrar cargos eletivos e morriam pobres do jeito que nasceram; flagrantemente racista porque os poucos amigos negros que tinha eram aprovados pelos meus pais e avós, como "pretos de alma branca" e minha avó dizia que temia encontrar, na volta do culto na Igreja Assembléia de Deus, um preto no meio do caminho; nazista e anticomunista porque meus avós assim eram, como também o ídolo Getúlio Vargas e os políticos respeitados pela minha família, todos da elite, nenhum progressista. Para mim, cego era cego e não deficiente visual; deficiente físico era aleijado, sem qualquer pecha ou ofensa; portador de síndrome de Down era chamado, PELOS JORNAIS, de mongoloide; portador de hanseníase era leproso; deficiente auditivo e da fala, eram surdos e mudos, mesmo; homossexuais masculinos, eram bichas, viados, frutas, qualiras e femininos, sapatonas, bico largo ou macholas; alcoólatra ou alcoólico era bêbado ou bebum; tudo era falado com naturalidade ou desdém. Poucos anos antes do meu nascimento, em 80% dos países do mundo o homossexualismo era crime punido com prisão e, no mundo islâmico, com a morte. Eu convivia com essas coisas sem aprofundar meu pensamento a respeito. Só agora, muito recentemente, o mundo passou a perceber o nojo do preconceito e suas consequências danosas para a humanidade. Não foi fácil rever tudo na minha cabeça e adaptar-me a mudanças guturais em minha formação. Como sou civilizado, minha luta contra isso prossegue viva mas nem sempre obtenho êxito. Tem uma coisa que não abro: aos 65, doente e dando um duro inimaginável para meus dias, há valores que não abro a mão só para agradar os outros. Minha linguagem é ferina e debochada. É assim que escrevo e é assim que sou. Me manifesto publicamente só depois que descobri a net, os blogs e o Face. Antes me restringia às salas de aula. Se você que me lê não gosta, é simples: não me curta, não me leia, me esculhambe, discorde, me xingue pois aceito TUDO COM PRAZER. Mas, por favor, não me obrigue a ser politicamente correto só para agradar à plateia como faz a Rede Globo. Decididamente não vou embranquecer meus pelos pubianos, também conhecidos por pentelhos, só pra que concordem comigo ou me aplaudam. Dentro desse espírito eu pergunto: cadê aquela grita geral contra a escolha do Deputado-Pastor para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados? Por que o silêncio repentino? Será que o Deputado Willys, aquele com nome de Jeep, cansou ou as meninas resolveram dar um tempo? Ou, mais importante ainda, será que todo mundo acordou para o que eu desconfio há SÉCULOS: aquele Feliciano me parece a maior bichona inserida no armário mais profundo da história, e a tchurma ensarilhou as armas? Quem viver verá a continuidade dessa novela, nesta mesma bathora e neste mesmo batcanal! AAAAAFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFf garotas, não parem, não parem, não parem! Simples assim!
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