domingo, 26 de maio de 2013

De congruências e paradoxos!

A coisa que mais me cobraram na vida, todos os que cruzaram meu caminho, foi ser um cara congruente. A quem se considera paradoxal ou incongruente eu digo: acalme-se afinal TODOS são assim. Não falo em tergiversar sobre nossos valores fundamentais de vida, aqueles que adquirimos em nossa educação, socialização e aculturação formal e informal e que são congelados em nosso tronco psicológico até mais ou menos os nove anos de idade, segundo as mais sérias pesquisas e escolas desse pensamento. Quando você rompe com eles, o seu demônio interior (como Sócrates chamava a consciência de cada um) berra na mesma hora e lhe incomoda por toda a vida. Não adianta você tentar justificar para os outros e até pra você mesmo. A gente consegue até iludir uns poucos mas, JAMAIS, iludiremos esse cruel juiz que habita em nós mesmos. Eu falo daquelas incongruências que você pratica no cotidiano que lhe trazem incômodos e todos cometem, tipo: mentirinhas (eu tô com panela no fogo e depois te ligo; ele tá em reunião). Inconfidências (por favor não conta isto a ninguém, aí você não conta até dobrar a esquina e encontrar seu maior confidente). Alguns elogios mais se chegando a bajulação; algumas negativas quando você tá cheio de grana pra emprestar pro primo viciado em jogo. Às vezes a coisa é mais primal, curial. E você que posa de congruente, não venha com esse discurso moralista pois, sendo humano, NINGUÉM O SERÁ! Tenho certeza que alguma vez, mesmo aos 47 do segundo tempo, você enfiou os dois pés numa jaca mole. Nunca conheci um semelhante a mim que mais detestasse a injustificável, sob todos os aspectos (exceto a pedidos em certas horas), violência física contra mulheres, seres mais fracos nesse aspecto do que os homens. Pois saiba que, uma certa e ÚNICA VEZ NA VIDA, dei um tapa em uma mulher. Sim, fiz isto e confesso em público, para lastrear minha opinião, mais que isso, meu estilo mais caro e recôndito de vida, de que fui e sou um incongruente. Por esse ato já pedi perdão ao vivo e prossegui pedindo à Deus, à vida, a mim mesmo mas nunca consegui me perdoar pois nada justifica isso, nada! Assim, meus queridos irmãos, sou um incongruente e paradoxal, exatamente como o é o ser humano e a própria existência. Simples assim!

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