Antes da primeira revolução industrial, ocorrida por volta do quarto final do século XVIII, sempre houve trabalho mas praticamente não haviam empregos no mundo. Exércitos regulares, clero, vassalagem. O resto era por conta própria: pequenos ofícios como armeiro, ferreiro, alfaiate, sapateiro, curandeiro etc.Os empregos surgiram, naquela época, com as fábricas e uso maciço da energia fornecida pelo vapor e pelo carvão mineral. Ao final do século XIX, após o barateamento na produção do aço (Conversor Bessemer), descoberta e exploração do Petróleo em Titusville (Pensilvânia, USA), além do desenvolvimento do Dínamo de Faraday, os grandes empreendimentos explodiram, dando ao capitalismo uma ubiquidade na qual navega até hoje, mesmo com a experiência do comunismo pragmático entre 1917 e 1991, com o fim da União Soviética e colapso da economia do leste europeu. A verdade é que o início do século XX trouxe os maiores e primeiros gigantescos empreendimentos da História. Figuras como Cornelius Vanderbilt, Andrew Carnegie, J.P.Morgan e John Rockefeller, nos Estados Unidos e Krupp, Rotschild e outros, na Europa inauguraram uma era de gigantismo dos empreendimentos: imensas ferrovias e estradas de rodagem; canais de eclusas interoceânicas (como Suez e Panamá); enormes plantas industriais; barragens, minas, estaleiros. Isso tudo exigia uma grande expertise e cálculo sem erros dos enormes riscos envolvidos pois, qualquer deslise, levaria à bancarrota não só os milhões de empregos gerados como também países inteiros. Os centrais, como no crack de 1929 e periféricos, desde então transformados em chão de fábrica do mundo. Com a grande crise de petróleo de 1979 (segundo choque), o mundo capitalista buscou ajustar-se à nova realidade reduzindo estados, cortando empregos e dizimando organizações seculares ao redor do planeta. O trabalho tomou uma conotação diferente, os empregos formais escassearam, notadamente os ofertados pelos governos e os pequenos e médios empreendimentos seguraram o rojão. Continuam segurando. De pipoqueiro passando por cabeleireira e chegando nos terceirizados da NASA, empreender passou a ser a saída para milhões de pessoas sem condições de competir no mercado formal de trabalho. Estudei muito a vida desses homens e perscrutei todas as teorias sérias sobre os empreendedores de qualquer tamanho e tirei, para meus alunos e para mim mesmo, as seguintes regrinhas para bem empreender:
1 - Não existe qualquer glamour em ser chefe de si mesmo. Você provavelmente trabalhará muito mais do que antes pois não terá quase ninguém para dividir seu êxito ou malogro, além de sua ROTINA.
2 - Pense que não existem negócios privados ou particulares. Ao abrir uma birosca que só vende cachaça, para os cachaceiros, ela já será uma empresa pública e eles, os cachaceiros, seus reais patrões.
3 - Não crie embaraços para seu público alvo. "São normas da casa, senhor!" devem ser guardadas para o serviço do governo. O cliente já está de saco cheio de tanta regra para ter que enfrentar mais algumas na padaria ou farmácia.
4 - Se for possível e rentável, empreender num hobby pode ser muito gostoso. Fazer o que se gosta de fazer não é trabalho mas prazer.
5 - Nuca inicie o negócio sem uma séria e científica pesquisa de mercado. Você pode ser um excelente cão farejador para negócios, do mesmo jeito que eram os fabricantes de diligências, de locomotivas a vapor e os que se entupiram comprando linhas telefônicas que se transformaram em nada em minutos.
6 - Criatividade não é sonho nem gera-se num ambiente de liberdade caótica. Nada mais excitará sua criatividade do que saber que será enforcado logo pela manhã.
7 - Nunca esqueça que você não casou com seu empreendimento, se tem um cônjuge e filhos esperando no quarto até dormir. De nada adianta ganhar o mundo e perder a felicidade.
8 - Trabalhar em casa é uma armadilha mortal se você não tiver autodisciplina.
9 - Se você quer saber mais, deixe de ser preguiçoso e vá trás de uma cartilha do SEBRAE. Simples assim!
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