domingo, 21 de julho de 2013

UM ENIGMA DIGNO DA MEDUSA! VAI ENCARAR?

Muito bem então, meu incauto leitor! Queira responder, sem acessar a pesquisa do GOOGLE e em, no máximo, três minutos, o quê essas pessoas abaixo listadas possuem em comum? Vamos à lista, sem qualquer tipo de ordem, alfabética ou cronológica, para dificultar sua resposta:
- Tarcísio Padilha
- Ivo Pitanguy
- General Aurélio de Lira Tavares
- Lauro Muller
- Getúlio Vargas
- Roberto Marinho
- Fernando Henrique Cardoso
- Jose Sarney
- Marco Maciel.
Provavelmente você não vai saber, claro se já não tiver morto a charada ou se não estiver acostumado com o assunto específico que trataremos neste artigo. Já passaram os três minutos? Posso responder? Então lá vai: TODOS FORAM "DEMOCRATICAMENTE" ELEITOS, GRAÇAS ÀS SUAS FANTÁSTICAS, QUALITATIVA E QUANTITATIVAMENTE, PRODUÇÕES LITERÁRIAS!!!!!?????? É isso mesmo, cara, todos foram eleitos para ocupar uma disputadíssima Cadeira na Academia Brasileira de Letras, a Casa de Machado de Assis, eleitos em voto secreto em vários escrutínios até atingir o piso mínimo de vinte votos favoráveis, tornando-se IMORTAIS, até morrer, é claro! Pasmem mas desconheço a produção do ex-ministro Padilha; como também de Roberto Marinho e Ivo Pitanguy, a bem da verdade com grande expertise em jornalismo e empreendedorismo, aquele, e medicina plástica, o segundo. Mas livros???????? O Gen. Lira Tavares foi membro da Junta com Marcio de Souza e Mello da Aeronáutica e Augusto Hammam Rademaker Grunewald, da então fascista Marinha de Guerra do Brasil,  também conhecidos como dos três patetas e que trancaram o regime após a morte de Costa e Silva e deram posse ao pior momento da Ditadura com Emílio Médici. Lauro Muller político obscuro de Santa Catarina. Getúlio Vargas, protagonista de uma  terrível tirania nazi-fascista e depois aderindo ao caudilhismo Peronista. Fernando Henrique Cardoso, brilhante sociólogo mas que mandou que esquecessem o que ele tinha escrito. Marco Maciel, obscuro vice de FHC também não veio ao que dizer na literatura Brasileira para merecer tal honra. Na verdade, dessa lista, do ramo mesmo só Sarney com incursões na poesia, romances regionalistas, jornalismo e crítica literária. Nada que o fizesse merecer a mesma honraria que tantos conterrâneos maranhenses fizeram por onde como Josué Montello, Ferreira Gullar, Bandeira Tribuzzi, Odylo Costa, filho e o grande crítico marxista literário e meu amigo pessoal, Oswaldino Marques. Conheço o romance Norte das Águas e o livro de poemas Marimbondos de Fogo mas jamais no nível para tal distinção. Isso, por óbvio, leva a crer que, em se tratando de ABL há mesmo algo podre no reino da Dinamarca. E isso se exacerba quando me lembro do gaúcho Mario Quintana, maravilhoso poeta, autor infantil,  de antologias e incontáveis traduções desde clássicos até literatura infantil, contos, novelas e romances até policiais, sendo algo em torno de quase uma centena de produções literárias. Um monstro sagrado, autor do conjunto mais belo de frases e filosofias populares na história da literatura brasileira. Candidatou-se TRÊS VEZES a uma cadeira na ABL e nunca logrou ser eleito, justamente para que dessem ingresso a essas excrescências literárias que antes listei. Ao perceberem a injustiça que praticavam contra esse luminar da literatura brasileira, convidaram-no para uma quarta disputa, garantindo-lhe uma unanimidade e consagração de votos mas que lhe soou como prêmio de consolação. Daquela feita, ele não aceitou e afirmou em alto e bom tom: SÓ ATRAPALHA A CRIATIVIDADE. O CAMARADA LÁ VIVE SOB PRESSÕES PARA DAR VOTO, DISCURSO PARA CELEBRIDADES. É PENA QUE A CASA FUNDADA POR MACHADO DE ASSIS ESTEJA HOJE TÃO POLITIZADA. SÓ DÁ MINISTRO!
Quintana saiu da cena da vida em cinco de maio de 1994, aos 88 anos, na sua querida Porto Alegre, após morar sempre em hotéis, dono de personalidade algo arredia e que amava a solidão (Majestic, Royal e, finalmente, pago por uma grande amiga e admiradora, no Porto Alegre Residence). Mas por que lembrei de Quintana e dessa história? Claro! Vi sua frase cunhada não sei aonde: O TEMPO NÃO PARA. SÓ PARA QUANDO SENTIMOS SAUDADE! A mesma que eu sinto agora de você, meu querido poeta. Simples assim!
 

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