sexta-feira, 19 de julho de 2013
DE SEMELHANÇAS E COINCIDÊNCIAS!
No começo tudo foram flores. O Grande Líder, Pai da Pátria, Guia Espiritual e Material de Todo o Povo, Senhor da Verdade Única e Mestre do Caminho Certo tirou o país da pasmaceira e caos no qual jazia inerte e inerme. Primeiro o mercado interno foi sendo novamente consolidado e melhorado até atingir patamares nunca dantes sequer imaginado. A indústria foi se restabelecendo, reinstalando-se até atingir níveis impensados de crescimento. Nos campos, a produção agro-pastoril se consolidava. E aquele país que há pouco tinha sido vítima da dilapidação de todo seu patrimônio público, readquiriu sua pujança e auto-confiança voltando a ser respeitado no concerto de todas as nações da Terra. As taxas de emprego explodiram num desenvolvimento pleno e absolutamente inusitado. Todos os povos e países começaram a se render e prestar respeitosa homenagem àquele líder, de estatura modesta, pouquíssima cultura mas de uma verve e retórica inigualáveis quando discursando para as massas. Com num passe de mágica todo o país começou a acreditar na sua redenção levado pela mão daquele líder nascido no povo e que fundia a própria personificação do carisma. Seus discursos nos comícios, encontros de seu partido recém fundado, nas grandes fábricas de metalurgia, nos imensos bares e cervejarias levantavam seguidores como um novo Jesus Cristo em meio a uma Galileia inculta. Seus índices de aprovação sempre beiravam a unanimidade e os contrários eram violentamente desacreditados e depois perseguidos como se fizessem parte de uma casta inferior daquela sociedade. A inflação, antes domada, pode subir um pouquinho pra suportar a reação tsunâmica do crescimento violento. As bandeiras, os militantes, os símbolos, o exacerbado patriotismo do povo, tudo conspirava para que aquele pequeno homem, na verdade, conquistasse o mundo. Os reis e governantes de todo o mundo lhe rendiam elogios: esse é realmente O CARA! Ninguém conseguiu elevar um país há pouco sem qualquer charme, aos píncaros do mundo. E o povo cantava, se divertia, gritava e louvava. Tudo era felicidade e encantamento. Até que, bom, até que, certo dia, a inflação começou a subir de novo; a indústria fraquejou; os empregos escassearam; as compras massificadas do governo diminuíram; o petróleo começou a desaparecer e a energia a encarecer; as obras faraônicas e megalomaníacas foram paralisando uma a uma; a fulgurante economia foi fazendo água como um barco furado; a corrupção desenfreou; desabastecimento; medo; pranto; ranger de dentes. De repente, o povo, amargurado, descontente e órfão começou a reunir-se em grupos que foram crescendo e, como num passe de mágica, formavam as massas que antes freneticamente aplaudiam e agora, em silêncio ou ruidosamente, dirigiam-se, aos borbotões, à capital daquela outrora orgulhosa nação. Aqui e ali ouviam-se os gritos de misericórdia e busca no seio do povo, citando o nome mágico de seu inconteste líder. Iam chegando, crescendo como um enorme bolo inchado pelo fermento da angústia. Procuravam nos palácios de onde outrora acenava e vociferava seu mágico Líder. Mas agora tudo estava vazio e dele não se tinha notícia há meses. Boatos espoucavam, cá e lá, de que ele estaria muito doente ou mesmo havia se suicidado. O povo chorava e clamava. E nesse medo coletivo só ele teimava em não aparecer, aliás, nunca mais foi visto. E a massa só saiu de sua letargia quando Russos pelo Leste, Americanos e Ingleses pelo Oeste e pelo Sul, foram aparecendo e tomando tudo. Então era verdade. O Deus da História, Adolf Hitler, estava morto e a Alemanha de joelhos. Ah! Você pensou que eu tava falando de OUTRA PESSOA, então tá! Mas custa nada dar uma olhadinha em nossas perspectivas atuais. Afinal, a História é um romance que aconteceu e se repete. Simples assim!
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