segunda-feira, 15 de julho de 2013
A LEITURA DO MUNDO E O GRANDE DILEMA!
Domingo de manhã, após o café na Tapiocaria Mosqueirense, fui me pesar na Farmácia e na mesma balança que sempre me peso e constatei que já perdi muito próximo de oito quilos. Feliz com os resultados rápidos de meus esforços sai para a rua sorridente e mais ainda fiquei quando vi um casal bem jovem passeando com sua primeira filhinha, uma moreninha belíssima de cabelinho encaracolado. Devia ter no máximo 15 meses e já ia andando, segura por ambas as mãos, pelos pais, ainda que isso fosse desnecessário pois dava pra ver que já andava bem. Após um breve cumprimento e rápida troca de informações sobre a menina e que alegraram muito os orgulhosos pais, notei que ela apontava insistentemente o dedinho indicador direito, para muitas coisas. As poucas pessoas que passavam, a imponente Basílica Santuário de N. Sra. de Nazareth, as frondosas samaumeiras da Praça, os carros passando, enfim, pra quase tudo. Usava a quele dedinho como a cobra usa a ponta da língua: para reconhecer as coisas que não podia enxergar. Imediatamente me assaltou o seguinte pensamento: está CONHECENDO o mundo que a cerca. Mas, imediatamente, a dialética me chamou a atenção e eu contra-pensei: ou estará RECONHECENDO as coisas? Abstraindo toda a carga emocional ou religiosa desses conceitos, na verdade eles não retratavam cristianismo, judaísmo, espiritismo ou qualquer ismo em vigor, eu estava simplesmente FILOSOFANDO. Se a criança estava CONHECENDO o mundo, Aristóteles teria razão, ao criar a Escola do Realismo ou Realista, e afirmar que nada pode me ser lícito conhecer antes que passe pelos meus sentidos físicos: paladar, olfato, visão, audição e tato. Para enunciar sua teoria ele tinha rompido com seu grande Mestre o filósofo Platão que, tendo fundado a Escola do Idealismo ou Idealista, defendia que os seres humanos já nascem com ideias preconcebidas sobre o mundo no qual ainda iriam se mover, como se fosse um disco formatado e a preencher. Se Platão tem razão, aquela bela garotinha estava RECONHECENDO o mundo. Como não sou dono da verdade nem me lembro de minhas concepções em idade tão tenra vou ter que, mais uma vez, deixar essa discussão em aberto, sugerindo que você, meu inteligente e culto interlocutor, faça suas escolhas, se possível, defendendo-as. Respostas aqui no Face. Por final lembro que Platão nunca perdoou seu aluno preferido, Aristóteles, por haver contestado seu edifício teórico-filosófico e, de certa feita e em um dos últimos diálogos que ainda puderam ter, certamente entremeados de alguma mágoa de ambas as partes, Platão, como Mestre, admoestou o aluno por tê-lo abandonado, assumindo convicções bem diferentes das quais lhe havia ensinado. E perguntou de chofre: Por acaso não és meu amigo? Aristóteles deu, então, uma das mais emblemáticas respostas que um discípulo poderia dar a seu grande mestre: Amicus Plato sed magis amica veritas! Em português corrente: Sou amigo de Platão mas muito mais amigo da verdade. Simples Assim!
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