sábado, 29 de junho de 2013

Parece perseguição contra a Globo, e é mesmo!,

Sem ser saudosista, há motivos para que eu seja compelido a ir buscar no passado fatos, elementos e coisas quRosa, considerando as enormes dificuldades de adaptçãoe mostram as mudanças para pior. Hoje, para alavancar a audiência de suas novelas e séries humorísticas, algumas nada mais que PÉSSIMAS, a Globo é obrigada a jogar um programa de uma hora, contendo bajulações insuportáveis, o "Vídeo Show", para perguntar a cor da calcinha ou da cueca do personagem tal na cena xis. Lamentável mas indispensável! Antes a Globo trabalhava, em seu Departamento de Teledramaturgia, com nomes do porte de Paulo Gracindo, Cacilda Becker, Cleide Yaconis, Walmor Chagas, Tônia Carrero, Paulo Autran e verdadeiros ícones do cinema e do teatro brasileiros. Rostinhos bonitos e bundas fartas, não eram, absolutamente, condição para atingir o "estrelato" e a condição, histriônica em sua base, de "celebridade". Monstros sagrados como Aracy Balabanian, Juca de Oliveira, Chico Anysio, Gian-Francesco Guarnieri, Fernanda Montenegro, Flávio Migliaccio, Carlos Verezza, Plínio Marcos, nunca foram, convenhamos, padrões de beleza. Da mesma forma, a direção do complexo não está, há milênios, nas mãos de um megalomaníaco visionário intergalático Walter Clark, aquele que apenas criou o mito da Vênus Platinada; muito menos sob a batuta do criador do Padrão Internacional Globo de Qualidade, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni; muito menos a direção operacional de Daniel Filho, na dramaturgia, Armando Nogueira, no Jornalismo, Walter Avancini, na modernização de equipamentos e Juarez Machado, Ziraldo e Hans Donner, na atualização das descobertas nas artes visuais. Dá pra sentir a diferença? E como eu provo isso! Simples, muito simples! Em 1985, Walter George Durst e José Francisco de Souza, sob a direção do gênio Avancini, a emissora lançou uma minissérie IMPOSSÍVEL de ser adaptada da obra homônima de Guimarães Rosa, GRANDE SERTÃO, VEREDAS, considerando ser o regionalista mineiro um incorrigível neologista, criando palavras nunca antes faladas em português; nem faziam parte de nossos dicionários. Fez o que o irlandês James Joyce, produziu em ULYSSES. As filmagens foram todas realizadas nas locações da Chapada Diamantina, na Bahia. Uma visão da Lua com vida. Para espanto geral a Globo chama Bruna Lombardi, um rostinho belíssimo, sem tradição em representação, para o papel dificílimo de Reinaldo ou Diadorim, um vaqueiro machão que era uma belíssima mulher. Papel denso. Contracenou com ela outra surpresa, Tony Ramos, no papel do jagunço e vaqueiro Riobaldo Tatarana. Quando li sobre, pensei na hora: nunca essa menina vai fazer uma Diadorim convincente e perfeita como pede a obra de Rosa, assim como esse garotão brancão de voz fina vai fazer o diabólico Tatarana. Para meu espanto ambos deram um banho de interpretação e até hoje permanecem no limbo intocável dos artistas que conseguiram essa proeza. Mas o que eu quero destacar é que, Bruna Lombardi mergulhou tão forte no universo masculino, para vestir uma alma diferente daquela Barb de aluguel, que suas menstruações suspenderam durante os exatos quatro meses que duraram as gravações. Porra, a garota virou homem! Quanta tristeza comparar aquilo tudo às peripécias da outra Bruna, a Marquezine. E chega por aqui se não vou começar a xingar de montão. Salve a qualidade! Simples assim! Ia esquecendo, ao voltar pra São Paulo, as menstruações voltaram como um relógio!

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