sexta-feira, 7 de junho de 2013
Se correr ou se ficar o bicho pega de qualquer jeito!
.Existem certos valores na vida que são normalmente dicotômicos. Parece ilógico mas é. Hélio Jaguaribe diz que, no Brasil, liberdade e desenvolvimento são inconciliáveis, sugerindo que só se consegue progredir em regimes fortes, ditatoriais. Isto é obviamente hediondo mas, infelizmente, uma constatação histórica. Vejam o que ocorre nos Estados Unidos nos dias atuais. Obama está sofrendo pesada carga da opinião pública que por lá pressiona pesado mesmo e pode ser formada por algo bem mais forte do que um inconformado do Facebook, como eu! Historicamente o povo americano desenvolveu uma exacerbada consciência de liberdades individuais, claro que só no PLANO INTERNO. Vamos abstrair, portanto, o que eles fizeram e fazem pragmaticamente ao redor do mundo. Essa noção nasceu, parece claro, na necessidade de sobrevivência de uma nação com forte tendência ao confederalismo. Após o vitorioso processo de independência, só então a América foi descortinar seus imensos territórios além da costa leste. Nesse contexto, os Daniel Boone e David Crockett eram um exemplo a ser seguido. A figura do colono em sua cabana de toras cuidando de uma numerosa família, cercado de indígenas "ferozes" por todos os lados. Claro que eram pois não suportavam a ideia de dividir seus quintais com novos e espúrios proprietários. Nesse instante, a Emenda que permitia a posse dar armas de fogo para defesa de bens e pessoas parecia indispensável. Séculos depois, com a reação ao anti-islamismo vicejando nos próprios quintais americanos, essa Emenda só mantem seu sentido para armar lunáticos que matam estudantes e criancinhas. Com o episódio de 11 de setembro, um falcão como George W. Bush só ganhou pano de fundo para jogar suas cartas em cima desse inimigo invisível. A guerra fria terminara e, com isso, foi-se a necessidade premente de desenvolver o Programa Guerra nas Estrelas, da era Reagan. Escolhido o inimigo interno, Bush determinou um concentrado ataque às liberdades individuais de sigilo nas comunicações e de ir e vir, criando superestruturas de atualizadíssima tecnologia, constantemente modernizada, da mais pura e deslavada, apesar de super velada, espionagem interna. Algo como saber a marca da guimba (bagana no Pará) de cigarro amassada no chão e um número incalculável de palavras que, se pronunciadas por comunicação oral ou mesmo escritas, disparam uma reação do tipo SWAT e o FBI aparece no seu jardim em três minutos. Obama não é um falcão, ao melhor estilo republicano mas, vamos combinar, também não é uma pomba. E tem dado sequência à coisa, até porque os caras não param, exemplo disso a recente explosão na Maratona de Boston. Ora, o preço da liberdade é a eterna vigilância e vigiar implica em ferir as liberdades individuais sacralizadas por Thomas Jefferson, George Washington, Benjamim Franklin e George C. Adams. Mantido o espírito das Treze Colônias de Virgínia, a liberdade romantizada será incapaz de salvar vidas. Afinal, mais do que as atrocidades externas agora o bicho está pegando na ruazinha de cidades interioranas deles. O povo vocifera, os políticos contrários aproveitam e a bata assa na mão de Obama. Mais do que sempre, não há pra onde correr nem como ficar se o bicho vai comer de qualquer forma. Simples assim!
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