terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Ser diferente é normal?


Não! Ser diferente é ser diferente e ser normal é ser normal! As diferenças atuam como as exceções que existem para se fazerem as regras. Sem exceção não há regras. Sem o conceito de diferente também não haveria o conceito de normalidade, por ser esta a referência e aquela a raridade. Em termos científicos estou explanando um conceito, quase uma lei. Em estatística existe uma curva em forma de sino, também chamada de Curva de Normalidade ou curva de Gauss. Ela significa um gráfico de distribuição normal (termo usado pela ciência estatística, logo não criado por mim nem pela mídia) de um determinado conjunto de dados. Assim, organizando-os na coordenadas cartesianas, ordenada e abscissa, a conformação da curva será tão mais normal quanto a "corcova" for menor, uma elevação muito leve em meio a duas longas retas. Quanto mais alta e estreita for a elevação (ou o sino), maior será a visibilidade das exceções e minorias em relação à regra e às maiorias, dado seu afastamento do eixo horizontal. O problema é ideologizar as coisas, tendência muito em voga, e dar juízos de valor ao que deve ser estudado apenas como juízo factual. Se, digamos, 70% da humanidade são compostos por heterossexuais, eles comporão a parte normal do gráfico e os demais 30% de homossexuais serão classificados como exceção ou diferentes. Sem julgar se isso é BOM OU RUIM. Assim como os cegos, surdos, mudos, portadores de síndrome de Down etc. e que não são a maioria da população logo eles são diferentes e o resto normal, sem juízos de valor. A grande diferença está na cabeça das pessoas que, incluídas no "sino", na "corcova" se sentem diminuídas justamente por causa disso. E quando não se sentem são levadas pelos imbecis da objetividade que ficam pagando publicidade para dizer que eles se sintam diminuídos, envergonhados e vilipendiados se não estiverem dentro da curva de normalidade. Eu sou normal por ser pobre, não ter casa própria, empresa ou banco. Sou normal por pagar aluguel, ganhar mau, me esfalfar para sobreviver e não possuir a certeza de que meu corpo morto será respeitado justamente porque não possuo nem um jazigo. Diferente seria se eu fosse um capitalista biliardário, futebolista, cantor de axé e outras merdas, além de artista "famoso". Só então eu sairia de minha normalidade e, como exceção, gravaria comerciais afirmando baboseiras tais como; SER DIFERENTE É NORMAL! Com o bolso cheio de erva, de gastar ou de fumar. Simples assim!

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