Bom dia, sem complexo de profeta.
No dia em que mataram Kennedy, 22 de novembro de 1963, eu acabara de fazer 16
anos e sofri um desmaio inexplicável, no Colégio. Como eu morava só com meu avô
e uma empregada, pois meus pais se mudaram para Capanema, no interior do Pará,
onde meu pai foi gerenciar a primeira indústria pesada do Estado (uma fábrica
de cimento), eles decidiram me mudar, em janeiro de 1964, para a casa de um
casal de tios muito amados por mim: Celestino e Idalina. Ele, hoje morto e ela,
com a graça de Deus, ainda a curto em Belém aos 92 anos. Tia Lili, como a
chamamos com muito carinho, ajudava na renda da família, além de costurar muito
bem, fazendo almoço para uns poucos comerciários, bancários e funcionários que
trabalhavam perto da casa. Sempre muito curioso, aproximei-me de um jovem
engenheiro agrônomo que contava histórias da China Continental, onde fora
estudar por ser egresso de uma família comunista de carteirinha. Esqueci o nome
do narrador de histórias mas uma delas me intriga até hoje. Disse-me ele que,
viajando às expensas da Polop, movimento operário de cunho Maoísta, conseguia
conversar com os trabalhadores e camponeses chineses daquela época, enfim,
entrava no espírito do povo. Certo dia, visitando uma escola primária na zona
rural, percebeu que as crianças estavam estudando PORTUGUÊS. Intrigado,
perguntou a razão, sendo informado pelo Comissário do Partido que, no último
Congresso do PCC, o Grande Timoneiro discursara informando que, a partir
daquela data a língua portuguesa seria ensinada nas escolas fundamentais pois a
China disputaria a hegemonia do mundo, no final do século XX, com o Brasil. Mao
foi um líder sanguinário de uma ditadura fechadíssima e em um país de mais de
um bilhão de habitantes, que servira de quintal do mundo sendo dominado,
seguidamente, por Portugueses, Espanhóis, Ingleses e Japoneses. Mas, confesso
que sua previsão, à época, me soou como uma piada de mau gosto. Mas o camarada
Mao era visionário e percebeu as possibilidades de países gigantescos, como a
própria China, a Rússia, a Índia, o Brasil e os Estados Unidos, notadamente com
potencial populacional incalculável, tomariam a dianteira do mundo pela força
de suas riquezas naturais e não por papel pintado de verde. A China é a 2ª e o
Brasil a 7ª economia do mundo, caminhando para a 5ª posição. Mao não acertou a
mosca pois pensava que a corrupção aqui seria combatida como lá: processos
sumaríssimos e um tiro na nuca. Aí errou o velho camarada! Simples assim!
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