quarta-feira, 4 de julho de 2012

Bom dia para a emancipação das mulheres


Ah como é bom o movimento de emancipação da mulher! Acho que vocês sabem por quê chamam o leão de rei dos animais. Além de seu tamanho, ferocidade e imponência da juba, certamente ele não é o mais feroz ou forte dos felinos. Um leão adulto mede até 3,3 m de comprimento e um metro de altura; chega até 250 kg e corre até o limite de 58 k/h. Um tigre siberiano chega a 400 kg, 4,5 m de comprimento e metro e meio de altura e certamente derrotaria o leão em uma luta caso pertencessem ao mesmo continente. O mesmo aconteceria com Rinocerontes e Elefantes. Mas persiste a dúvida: por quê o leão é chamado de rei dos animais? Outros elementos de seu currículo desautorizam o aposto. Sabe você que ele não caça pois é lento e a leoa, sua esposa, corre a 85 km/h. Ela vela por ele e, em contrapartida, ao começar a envelhecer e antes de ser despachado do bando, o macho Alfa escolhe UMA ÚNICA LEOA e vai fiel com ela até a morte. Se ele morrer antes ela nunca mais se deixa cobrir. Se ela morre primeiro ele nunca mais transa com outra leoa. Que fato intrigante! Mas tem mais coisa incrível com esse nobre do topo da realeza animal. Quando ele envelhece é expulso ou morto pelos machos mais novos. Os leões chegantes brigam entre si (3 ou 4) e o Alfa é o mais valente. Daí ele come todos os pequenos leões, filhotes ou mesmo taludinhos, das 5 ou 6 leoas do bando. Imediatamente todas as meninas entram no cio e são cobertas para parir a posteridade. Isso, na verdade, muito me intriga no leão: a noção exacerbada de proteção à família que esse felino transmite-nos. Desconhece-se, no reino animal, quem preserve tanto essa instituição tão maltratada. Cisnes são fiéis até a morte. Outras espécies possuem características de proteção à prole mas certamente nenhum outro animal possui essa noção tão presente na vida inteira, NEM O SER HUMANO. E é aí que morre o Neves! Humilhadas e anuladas através dos tempos, desde a pré-história, as mulheres vêm lutando por um lugar ao sol, reclamando igualdade plena em relação ao macho da espécie. Parece que, com algumas exceções sobre certos preconceitos de mercado, finalmente a mulher conseguiu o que queria: é maioria quantitativa no planeta; está sendo considerada profissional mais cuidadosa e humana no trato com o semelhante, aliás questão central na gestão das organizações; consegue já penetrar feudos antes instransponíveis pelo culto à masculinidade; consegue reter mais conhecimento útil que os machos e os distribui melhor e mais organizadamente, mesmo possuindo menos neurônios que eles; levou para o mercado aquele charme hoje indispensável no mundo profissional e do trabalho: afinal, quem dispensa uma maravilhosa fêmea (em qualquer sentido, físico ou psicológico) por perto para melhorar todos os astrais? Só louco ou quem não gosta do gênero. Mas tem um problema que me angustia e me acompanha ferozmente nesta análise que ouso fazer: as famílias estão sendo brutalmente atingidas pela ausência da mulher na administração do lar! Por mais que elas se desdobrem (e olha que se desdobram mesmo) cada vez fica muito mais difícil conciliar a condição de excelente profissional, ousada e ambiciosa segundo as regras do mercado e conseguir ser mãe de crianças pequenas, dialogar e distribuir carinho e atenção aos filhos quando eles mais precisam. As novelas da Globo pululam de exemplos de famílias desestruturadas; aliás, você já viu alguma família bem estruturada em qualquer novela da Globo? Cada vez mais sou tentado a imaginar que o descontrole das drogas, a violência nas escolas, o fechamento nos quartos, a proliferação desenfreada de celulares e computadores, tudo isso que desordena o princípio da família, possui um pedaço muito grande de suas raízes na ausência da mulher dos lares, repito, quando ela é mais requisitada. De certa forma distante, acompanho a vida de filha, sobrinhas, primas, outras parentes e amigas e constato o quanto é difícil lutar pela vida e desempenhar o papel que as leoas fazem em suas famílias. Tive o prazer de, mesmo descasado há anos,  ter visto que minha ex-mulher só trabalhou quando nosso último filho já tinha feito dois anos e um mês de vida. Todos foram cercados do carinho e da presença marcante que aquela então minha leoa lhes dedicava e dedica até hoje. Sem creches, essenciais mas desumanas. Com tempo para cuidar dos filhotes de leão se preparando para a dureza que se avizinhava. Evidente que jamais serei um empecilho ao andamento da vida, mas sempre me assoma uma ideia desgastante que as leoas cuidam melhor de suas famílias que as mulheres contemporâneas. Não fugirei das porradas que tomarei decerto, por essa altamente polêmica posição. Não possuo certeza mas me assomam e entopem dúvidas brutais nesse campo. Como o Canal Futura, não são minhas respostas que me ajudam e aos que me leem, SÃO AS MINHAS PERGUNTAS. Será que estou certo? Será que essas ondas de bullying, violência estúpida e desenfreada, separações e desestruturação da família, desamor e inconsequência, drogas e quejandas não serão causadas pela ausência das leoas em volta de suas crias? Como eu gostaria de estar errado nessa minha inquietação, ainda que constate que os filhos da atualidade são educados por babás, acariciados por professoras, alimentados por atendentes de creche, comunicados com facebook e celulares. Não leem mais nada. Não se conversa. As portas dos quartos são trancadas a chave para preservar a intimidade, inviolabilidade e privacidade dos filhos da Malhação, enquanto as leoas estão disputando com os leões nichos de mercado com toda a ferocidade que lhes é peculiar. Vou morrer sem saber onde vai dar essa celeuma. Mas o problema vai piorar e quem estiver vivo verá. A propósito, existem teorias que dizem que os leões são considerados reis pela potência de seus urros. Um pastor evangélico amigo meu que morou na África do Sul, foi àquelas Reservas de Vida Selvagem e constatou, segundo informes dos guias e por observação participante, que o urro de um macho adulto chega a 351 Kb (não sei quanto isso dá em decibéis) e é o mais grandioso e aterrador dos sons emitidos por qualquer animal na natureza. Pode ser ouvido a nove km de distância e, num raio menor, o chão treme com num pequeno terremoto. Rugem ao anoitecer para avisar a todos os outros animais que o território está ocupado. Nós, pobres machos acuados de hoje, rugimos como leões na quaresma: miiaaaaaaaaaaauuuuuuuuuu! Simples assim!  

Um comentário:

  1. Pois é...

    Teremos que esperar alguns séculos para saber a resposta das suas perguntas...

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