sábado, 17 de novembro de 2012
Bom dia para Pelé.
Me emocionei muito com as lágrimas de Pelé e chorei junto com ele, na aparição de ontem na saída do hospital onde operara, dizem que, um câncer ósseo. Pelé tem 72 anos e É a maior glória esportiva do Brasil. Considerado o Atleta do Século XX, segundo estatísticas da UNESCO foi o ser humano, ao lado de Jesus Cristo e os Beatles, mais conhecido pela Humanidade. Não é preciso listar as suas conquistas para saber que ninguém, em tempo algum, elevou e fez conhecido o nome do Brasil em patamar inimagináveis. Sempre tem sido um ser humano completo em suas virtudes e defeitos. Jamais foi santo ou anjo de presépio, como a massa imagina que devem ser as pessoas públicas. Faliu com uns seis anos de carreira, não reconheceu sua filha Sandra Regina que, aliás, já está morta; teve desempenhos algumas poucas vezes deplorável no campo de jogo; se envolveu com a Xuxa quando essa ainda era menor de idade além de outras porcarias comuns a qualquer ser humano normal, como eu que escrevo e você que me lê. Não é necessário dizer o que fez dentro das quatro linhas. Eu morro de rir quando alguém tenta compará-lo a qualquer outro jogador, diria eu, a qualquer outro atleta. Ele é e parece ser incomparável. 1.245 gols, três copas do mundo, com ganho definitivo da Taça Jules Rimet, inúmeros títulos internacionais, acho que uns trinta. Campeão de tudo, por aqui e nos Estados Unidos onde encerrou a carreira. Separado mais de uma vez e, principalmente, de sua mulher Rosemary, paixão da juventude, pai ausente que gerou a facilidade para que Edinho, seu filho, se tornasse ligado ao tráfico, nada porém pode apagar o brilho das virtudes de Pelé. Parou a guerra de Biafra, na África; fez a torcida expulsar um árbitro, na Colômbia, por havê-lo excluído de campo. Primeiro atleta a ser escolhido como Embaixador do UNICEF, Embaixador da ONU para os Povos, coroado como Rei do Futebol em Paris, quando ainda não existia o prêmio da FIFA. Recebido pela Rainha da Inglaterra,. por mai de um Papa e visitado por grandes chefes de estado quando vinham ao Brasil (Célebre foto sua, nu e ensaboado, sendo abraçado no vestiário do Maracanã por Bob Kennedy que seria assassinado meses depois). Nunca levantou bandeira dos pobres e negros "deste país", apesar de ter sido os dois numa só pessoa. Suportou o desprezo de ídolos do futebol, como Romário (para quem Pelé, calado, é um poeta), Maradona, velho chincheiro que jogou 10% do que ele pugnou nos gramados e fora deles, mas vive a falar mal dele além de Messi que vomitou a besteira de que nunca vira Pelé jogar e isso em nada interessava a ele. Não quero repetir o óbvio mas senti ontem, pela primeira vez, o que poderá ser o Brasil sem Pelé; quanta falta ele nos fará; quem surgirá, em seu lugar, para receber as pedras que lhe atiram no cotidiano e ele, muitas vezes em silêncio, pouco rebate. Como todo grande homem, só depois de morto talvez se descubra a verdadeira grandeza desse homem amado por todos os brancos do mundo, racistas ou não, como o resto da humanidade em todas as idades, principalmente as criancinhas que sempre lhe cercaram. Todos não, certamente menos um conhecido meu que cunhou a frase símbolo da estupidez humana, o qual faço questão absoluta de manter no anonimato: Não gosto do Pelé porque ele é preto! Simples assim!
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
Good morning, Mr. Alckmin.
Acabo de ver e ouvir, aterrorizado, manifestação do Sr. Geraldo Alckmin, Governador de São Paulo. Não sei se consigo repetir textualmente mas vou tentar: São Paulo tem a terceira maior e mais populosa área metropolitana do mundo, com 22 milhões de habitantes, logo um pequeno aumento nas estatísticas de homicídios não é coisa para tanto alarido. Temos o menor índice de homicídios entre as cidades brasileiras. Conseguimos atingir esse patamar depois de muito trabalho. Não vai ser com essa campanha de difamação que vão aterrorizar nossa população. (Ponto Final). Cara Pálida! Vai falar de estatística para as mães, pais, parentes e amigos das pessoas cruelmente assassinadas nesses últimos 60 dias. Explica para a família de um exemplar Policial Militar barbaramente executado, só pelo fato de ser policial. Criminoso não nasce em chocadeira. Por mais bárbaro que seja geralmente tem um pai ou mãe ainda vivo e que rezava por ele todos os dias. Essa minimização, ou melhor, coisificação dos dramas cotidianos está destruindo o tecido social da nação brasileira. Como é possível um imbecil desses disputar a Presidência da República? E contra outros mais imbecis, ainda, e que insistem em espalhar a "tese" de que o Mensalão não existiu e é criação da "mídia nazista". À Direita, Esquerda, ao Centro e nos Extremos, a verdade é que se multiplicam essas notoriedades que estão se especializando na arte de tentar iludir o povo. Pena que Deus é pura bondade e não deixa que sentimentos de ira, como o que agora sinto, se transformem em realidade. Tenho, na verdade, vergonha do que penso neste instante. Simples assim!
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Bom dia para as consciências tardias.
Sou sempre tentado a ser onisciente mas sempre a vida me dá um tranco e me recoloca no meu verdadeiro lugar: aprendiz de tudo! Muitas coisas tenho a lamentar mas me despedaço para não possuir a última palavra sobre tudo. Aprendi pela vida e a duras penas, que a máxima Socrática (só sei que nada sei) parece muito com a ansiada verdade. Lutarei até o fim pelo direito de não ser usado como massa de manobra, não perder o senso de criticar o que me parece injusto, mesmo que eu esteja errado, como tantas vezes estive e certamente posso estar agora. Ao longo de uma vida só consegui aprender que a felicidade não tem porto nem destino, mas reside na jornada. A liberdade total é uma quimera; o dinheiro ainda é a mola de tudo; Deus é usado quase sempre de forma indevida e sem haver passado Procuração a ninguém; a guerra ainda é a solução mais buscada por quem perde a razão e sobeja a força (um recurso sempre desgraçado). Em nome do amor muito ódio é disseminado. Animais indefesos quase sempre merecem mais atenção que crianças famintas. Diplomas hoje pouco significam num mundo onde a mudança é a regra. Princípios dogmáticos se escorregam por dentro do ralo da realidade. E esta, a realidade, parece não existir mas se transforma na expressão da percepção. A versão vale mais que o fato, restando a esperança de que, afinal, a morte seja o começo e não o fim!
sábado, 10 de novembro de 2012
Bom dia para os navegadores portugueses.
Ah esses navegadores portugueses!
Quando eu ainda estudava o antigo Ginasial, no Colégio Marista de Belém (1959),
um colega de sala viajou a Portugal nas férias, para conhecer a família de seu
pai. É fato de que quase todos os paraenses descendem de portugueses, índios ou
africanos e dessa mistura grossa. Na volta, a primeira coisa que fez foi reunir
os colegas mais chegados, eu junto, para dizer de seu espanto sobre o que ele
classificou como uma comprovação da burrice portuguesa, representada numa
inscrição numa lápide sobre uma pedra, no Cabo da Roca, em Sintra, ponto mais
ocidental da Europa e que diz, parafraseando o Canto III, dos Lusíadas, de Luiz
de Camões: Aqui...onde a terra se acaba e
o mar começa! Todos gargalharam em minha volta, alegando um pleonasmo, uma
repetição do óbvio, uma legítima estupidez portuguesa. Confesso que não ri.
Tinha dois avós, vários tios e primos portugueses e me incomodava esse desrespeito.
Apesar de meus onze anos logo fui pesquisar o que significava aquilo e não
demorei a descobrir. Tento resgatar essa injustiça de minha adolescência,
perpetrada por jovens descendentes de portugueses e justamente contra a maior
grandeza da santa terrinha: a bravura do seu povo! Na verdade tudo começa no
Egito, 3.000 anos antes de Cristo, com a navegação em barcas de junco (o
papiro) pelo Mares Mediterrâneo e Vermelho, sob a influência do Faraó Snofru.
Mas é com os Fenícios, por volta de 1.500 a.C., povos essencialmente mercantis
da costa norte da África, lá por onde hoje fica o Líbano, Norte de Israel e
Síria, que galés birremes parecem ter partido para além dessas fronteiras de
água, chegando até as costas do Brasil (Rio de Janeiro e Sete Cidades , no
Piauí). Estava descerrado o primeiro mistério sobre a Atlântida que não deu
vestígios de existência nessa primeira viagem. Os nórdicos (vikings), em suas
naus extremamente velozes e construídas para navegar, com a mesma eficiência,
em águas profundas ou rasas, as drakar (dragões)
e snakar (serpentes), estabeleceram,
já no século X, bases nas Ilhas Britânica, Groenlândia, Islândia e América do
Norte. Só para se ter uma ideia da genialidade desses povos do mar, a quilhas
de seus navios era retrátil, coisa muito difícil de entender como é possível isso,
há tantos séculos atrás. Maravilhando-me com esses feitos, dei com os costados
na genialidade da Ciência Náutica Portuguesa, que se desenvolve a partir do
Século XII, através de invenções e adaptações formidáveis. A invenção das
caravelas de um, dois ou três mastros, chegando a deslocar DUZENTAS TONELADAS,
com uso da vela latina triangular, permite aos portugueses a façanha de “navegar
à bolina”, ou seja, avançar o barco em ventos desfavoráveis, ziguezagueando,
praticamente, contra o vento. A “idiotice” dos portugueses era tamanha, que
geraram o desenvolvimento de instrumentos de navegação já conhecidos,
notadamente pelos povos semitas, como os astrolábios e quadrantes aos quais se
somaram a bússola chinesa e os sextantes. Posteriormente, a criação das Naus
patrícias, trouxe à baila navios de 120 bocas de canhão e até 2.000 T de
deslocamento. E estamos falando da passagem dos séculos XIV para o XV. Antes, a
“burrice” portuguesa já criara os Pinhais de Leiria, plantação de pinheiros em
1.741 km2, feita por D. Afonso II ou D. Sancho II (e não D. Dinis,
como se imaginava) no século XII, para proteger os terrenos marítimos da
degradação, gênese da portentosa indústria naval portuguesa, não só pela
madeira abundante como pela pez (alcatrão vegetal retirado dos pinheiros e que
eram usados na impermeabilização dos navios). Além disso, o Infante D.
Henrique, no século XV, rodeou-se de marujos experimentados e cientistas, criando um grande estaleiro, com enorme galpão,
que ficou imprecisamente conhecido como Escola de Sagres, na Vila do Infante, e
que, na verdade, se tratava de um local físico onde se discutiam assuntos como
novos métodos de navegação, desenhos de cartas náuticas e adaptação de navios
às condições de navegação extremamente adversas para a tecnologia existente.
Foi lá que nossos corajosos ancestrais modernizaram o Mapa Mundi do Almirante
Turco Piri Reis e assentaram as bases para o início do ciclo de navegações
planetárias e grandes descobertas. Tente imaginar, mesmo de relance o que seja
navegar meses entre calmarias e tempestades que chegavam a durar duas semanas,
ora com mansidão ora com vagas de vinte ou trinta metros de altura, sem gelo,
GPS ou eletricidade, carregando os víveres que pudessem ser conservados no sal,
pescando diariamente para sobreviver, em pequenas cascas de noz balançando sob
a intempérie, água escasseando, escorbuto grassando entre a tripulação. E isso
seria até muito fácil não fosse o temor do desconhecido. Quantas vezes você já
enfrentou um caminho físico que nunca trilhou antes? Teria coragem de enfrenta-lo
mesmo sabendo que ele ia dar em um local
que nunca ninguém antes foi? Ou pior: teria coragem de enfrentar a CERTEZA de que
provavelmente você morreria antes? Pois saiba que o conhecimento humano
ajuntado até aquela época asseverava que você iria atingir um Mar chamado de
Tenebroso, onde sempre haveria noite e o sol nunca brilharia; em outros locais
habitariam serpentes e monstros gigantescos prontos a engolir navios inteiros;
na linha do equador o calor era tão grande que nenhum ser humano havia
suportado sem entrar em combustão espontânea????? Que tipo de liderança era
aquela que os Almirantes portugueses possuíam, a ponto de convencer seres
humanos, duros, analfabetos, ignorantes e temendo cada dia da jornada, a
prosseguir nela? Que promessas eles faziam a esses rudes marinheiros, muitos
separador de raparigas e filhos pequenos, os quais só uma certeza tinham: a de
que o mundo era um disco e o mar terminaria em uma imensa cachoeira que tragava
a todos. Mas eles seguiam mar adentro tocados por um sentimento que já não
existe: a coragem, a bravura de nosso irmãos portugueses, aqueles ignorantes e
idiotas aos quais devemos o conhecimento do mundo como hoje a realidade o
concebe. Muitas vezes me achego à praia, quando pude e posso, geralmente nos
fins de tarde e solitário, para sentir passando perto de mim as figuras de Gil
Eannes (primeiro a navegar além do Bojador, em 1434), Bartolomeu Dias (o
primeiro a ir além da Angra dos Ilhéus), Vasco da Gama ( o primeiro a dobrar o
Cabo as Tormentas, rebatizando-o para Cabo da Boa Esperança, em 1497), Pedro Álvares
Cabral (atingindo as costas do nosso Brasil, em 1.500) e, principalmente,
Fernão de Magalhães, o primeiro a sair de um porto europeu e ir para o ocidente,
cruzando o Cabo Horn na Terra do Fogo, subindo pela Oceania, até a costa da
Índia e voltando pelo Índico e Atlântico (já sob o comando de Juan Sebastián
Elcano, pois o Almirante morrera no longo périplo de três anos. Sinto suas
silhuetas gigantescas; pasmo diante de sua bravura e penso que, afinal, só me resta
dizer: navegar é preciso, viver não é preciso. Como meus colegas não perceberam
o quanto de coragem e desassombro havia naquela frase, a qual hoje sempre choro
ao repetir: aqui onde a terra acaba e o mar começa! Simples assim!
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Bom dia para as frases mais importantes.
Ah as frases que se diz! Falei e
ouvi milhares de frases ao longo de 60 anos conscientes de minha vida, já que abandonei os primeiros cinco, como
sendo inconscientes. Muitas delas eu próprio cunhei (as que não tiverem
identificação do autor), outras li e as principais ouvi. Numa improvável síntese
vou tentar expressar as mais importantes. “É só a cabecinha”; “Sim” (em
resposta à indagação de que vai ser fiel a vida inteira, na saúde e na doença,
na riqueza e NA POBREZA (?), ATÉ QUE A MORTE OS SEPARE?); “Se eleito
prometo......”; “Eu nunca menti na vida”; “Meu amor, tô atolado de coisas aqui no escritório”
(antes do celular); “Claro que eu perdoo aquela sacanagem que fizestes comigo
às duas da tarde do dia 14 de setembro de 1953, bem no lado esquerdo do
corredor daquele ônibus lotado indo pra Feira de Santana”; “Sabes que eu só
falo quando tenho certeza”; “Tá todo mundo de prova”; “Deus lhe favoreça!”
(Negando uma esmola a um mendigo); “A professora tá me perseguindo, pai!”;
“Olha filho, que exemplo de menino. Como eu gostaria que você fosse assim” (da
vizinha do Hitler sobre o comportamento do Adolfinho, seu coleguinha de rua); “Tá queimando o almoço, amiga, depois eu te ligo”; “Agora me pegaste
desprevenido” (em resposta ao pedido de empréstimo de cinco reais, muitas vezes
para comprar um prato de comida); “Leva tudo, faz o que quiseres, mas não me
mata” (pedido do assaltado, da iminente estuprada ou do sequestrado a um “di
menó” com a arma apontando, exatamente UM SEGUNDO antes dele meter fogo no meio
de sua testa). “Deus lhe pague” (sem avisar a Deus Sua nova, e quase sempre não
autorizada, dívida); “Deixa comigo”; “Calma, calma....” (do Comandante da Gol
ao co-piloto que urrava desesperado, após o choque com o Legacy, com o avião caindo
em chamas, se desmanchando e incendiando, a 100 metros do solo que “voava” na
direção deles); “Eu não disse, porra!” (Epitáfio do hipocondríaco); “Eu juro
que não faço mais”; “Ano que vem retomo minha carreira (Adriano, o Imperador,
todo o fim de ano); “Veni, vidi, vinci” (Expressão de Júlio César meses antes
de ser assassinado a punhaladas, na porta do Senado Romano, inclusive por seu
filho de criação); “Eu te amo como nunca amei na vida”; “Nunca antes nesse
país..” (Sic. O certo seria NESTE); “Só respondemos ao fogo dos meliantes, estritamente dentro da Lei e os mesmos
acabaram chegando a óbito” (Coronel Comandante da PM de São Paulo ao explicar o
fuzilamento de sete marginais e que gerou a onda de dezenas de PM’s mortos
desde então); “Ele pode até ser o chefe desse esquema criminoso mas, NOS AUTOS,
não existe prova robusta para condená-lo” (Lewandowski sobre Dirceu); “Não tem
jeito! A violência só acaba com mais verbas para a Educação”; “A CPMF será integralmente
gasta na Educação” (FHC); “Fora FHC” (Lula); “Me passa antonce o remédio pras
que pegam na pica” (Cabocla paraense pedindo ao médico um remédio para a
Gonorreia adquirida, segundo ela em privada. Ao que o médico respondeu que o
remédio dele só servia para as adquiridas na cama). “Pimenta no olho dos outros
é refresco”; “Tem horas que , quando falo, parece que estou pregando para as
areias do deserto” (Edgar Morin e que adoto); “Quem dá o primeiro passo já está
no meio do caminho” (Pitágoras); “Há
homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores,
há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e
estes são imprescindíveis" (Brecht). “Será que essa(e) menina(o) já tá pensando
nisso?” (Três dias antes de pintar um “boneco” inesperado). “Olha como meu
filho é lindo!” (Mãe de primeira viagem mostrando um monstrengo de duas horas
de vida pras amigas e amigos). “Lindooooooooooooooooooooo!” (Resposta
mentirosíssima no Face, pra indagação anterior). “Vamos discutir a relação?”
(Pergunta de esposa insensata). “Só se for agora, meu amor!”(Resposta de marido
esperto). “Por favor bata antes de entrar pois tenho direito à minha
privacidade” (Adolescentes atuais, resguardando o quilo de maconha escondido na
prateleira). “Splish, plesh” (Barulho das taponas na cara executadas pelos pais de antigamente
em resposta à frase anterior). “Tinha uma luz no fim de um túnel” (Quase mortos). “Mas ele tinha assinado um Pacto
de Não Agressão?!?!” (Stalin para Béria). “Não se preocupe, Lavrenti, afinal
sempre poderemos fuzilá-los a qualquer momento” (Stalin para Béria, de novo,
sobre a ansiedade de seu assessor acerca da possibilidade dos cientistas
soviéticos não conseguirem criar uma bomba atômica no Projeto Arzhamar-16). “Liberdade,
igualdade e fraternidade” (Lema da Revolução Francesa poucos meses antes da
instalação do chamado período do terror que levou todos as vítimas e seus
algozes para a guilhotina); “Homem que bebe e joga, cachorro que come bode e
mulher que dá uma vez, coitadinhos deles três” (Dito popular espalhado pelo
velho Michel); “Elementar, meu caro Watson!” (Sherlock Holmes resolvendo o mais
difícil e intrincado enigma de sua vida); “Reze dez ave-marias e sete pai-nosso”
(Um padre absolvendo os pecados de qualquer ser humano); “Não dê um centavo se
não ouvir o chamado de Deus” (Edir Macedo); “Será o Benedito?” (E era!): “Tô
chegando em 10 minutos”; “Gordo é referência” (Jô Soares sobre as pessoas
apontarem e afirmarem “É aquele ali, ao lado do gordo”); “Nada faz concentrar a
mente humana com tanta intensidade, do que saber que será enforcado logo de
manhã” (Dr. Johnson, criador da Johnson & Johnson, sobre como incentivar a
criatividade nas empresas); “Glub, glub, glub” (Últimas palavras de Gonçalves
Dias, afogado nas costas do Maranhão); “L’État c’est moi” (Fernandinho
Beira-Mar, antes de ser preso); “E cadê meus direitos humanos?” (Fernandinho
Beira-Mar depois da prisão); “A maneira mais eficiente de NÃO resolver um
problema é nomear uma comissão ou marcar uma reunião”; “Não!” (Resposta jamais
a ser dada à indagação dos portugueses, ao telefone, se “Tá lá?”); “Escuta cá,
ô gajo filho de uma rapariga, vou voltar pra Portugal pra pegar a croa que está
vezia. Então para de fornicare todas as mulatas do Rio, senta logo tua bundona
no trono, antes que os militares tomem conta de tudo, como sempre fazem” (Frase
verdadeira dita por D. João VI a seu filho, o raparigueiro e rotundo Príncipe
Regente, D. Pedro de Alcântara, ao invés da afamada: “Pedro, em breve o Brasil
se separará.......”, quanta babaquice que nos ensinam); “Porra, Alair. Não
morri e tô me acabando de sofrer” (Frase de Hugo, primo de meu pai, que tentou
o suicídio em 1948, dando um tiro de 38 no ouvido. A bala “driblou” tudo de
importante e foi tirada com uma pinça, no orifício auricular do outro lado.
Morreu nos anos 80!); “Quem me tocou?” (Jesus Cristo, a seus Apóstolos, em meio
a uma grande multidão que se espremia à sua volta, na estrada de Jericó, após
uma viúva ter tocado a ponta inferior de sua túnica e se curado de uma
hemorragia que já durava dez anos); “Tô certo ou tô errado?” (Sinhozinho
Malta); “Nossos veículos são revisados diariamente nos itens fundamentais e
rigorosamente em todos os itens importantes, de dez em dez dias” (Resposta do
porta-voz de uma empresa de viação sobre a comprovada perda de freios de um
ônibus que rolou ribanceira abaixo, mantando mais de vinte ocupantes); “Não
acho que o Flamengo tenha jogado mau!” (Frase de uma querida prima minha, indo
pela primeira vez ao Maracanã, assistir a um grande clássico entre Fluminense x
Botafogo, ao final do jogo e se levantando para ir embora); “Quem é a bola?”
(frase da granfina das narinas de cadáver, de Nelson Rodrigues, também chegando
à Tribuna de Honra do Maracanã, ao qual ia pela primeira vez); “De grátis nóis
toma até injeção nos óio, manu!” (Eleitor analfabeto do PT); “O mundo só será
feliz quando o último comunista for enforcado nas tripas do último capitalista!”
(Leon Trotski) ; “Este é um país livre!” (Capitalista norte-americano sobre as
delícias da democracia e da “livre” iniciativa); “Israel deve deixar imediatamente
os territórios ocupados na guerra” (Decisão do Conselho de Segurança da ONU,
após a Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967, onde Israel ocupou a península
do Sinai, no Egito, a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, tomadas
da Jordânia além das Colinas de Golan, na Síria, desenhando praticamente o mapa
que tem hoje, com pequenas exceções advindas do Acordo de Paz de Camp David,
entre Begin e Sadat); “ÔÔÔÔÔÔÔÔIIIIIIIIIIIIIIII! HHAHAAAAAAAAAAAAIIIIIIIIIIIIIII”
(Sílvio Santos); “Acuuuuma? ”(Jumarú, caboclo recém chegado ao Paysandu, em
1963, em resposta à afirmação de Santo Cristo, Técnico do “Papão”, de que
poderia chegar à Seleção Brasileira); “Framengo!” (Resposta dada em um Concurso
Interno do Senado Federal à pergunta sobre qual o nome do navegador português
que dobrou o Cabo das Tormentas, em 1497); “Porcos e Suecos pela entrada à
direita” (Aviso em um porto dinamarquês sobre por onde deveriam entrar os
emigrantes da Suécia, atingida por uma grande epidemia de fome em 1773); “Foi
gostoso?” (Homens babacas indagando sobre o seu primeiro desempenho sexual com
qualquer mulher, imaginando que ela vai ser sincera na resposta); “Filho!
Amanhã tudo isto será seu!” (Lula, mostrando o mapa do Brasil a seu primogênito);
“Te manda, te manda que lá vem o Davi com os salmos dele” (Componente da tchurma
do Rei Davi, quando ele se aproximava); and, last but not least: “Resquiat in pacem”. Simples assim!
sábado, 3 de novembro de 2012
Bom dia para a segurança pública.
Ah a segurança pública nas
megalópoles brasileiras. Decididamente o problema da segurança pública é a mais
grave questão a ser enfrentada por todas as esferas governamentais no Brasil.
FHC é um poço de vaidade mas, cerca de dois anos após haver largado o osso,
ouvi nitidamente um comentário feito por ele em uma entrevista para o Roberto d’Ávilla
acerca de uma pergunta sobre o que teria deixado de fazer durante seus oito
anos de governo e se isso lhe trazia arrependimento. A resposta foi clara e
forte: Me arrependo por não haver dado à questão da segurança pública a
importância que ela merecia! Nove anos se passaram desde o fim de sua
administração e me parece que as coisas só estão piorando. Nada me afasta da
ideia de que a política de “pacificação”, em que pese uma completa inadequação
do termo ao problema, só aconteceu no Rio por duas razões básicas: a
internacionalização diária das críticas e os eventos da Copa e das Olimpíadas.
Não fosse a existência do NY Times, Washington Post, Time, France Soir, Zedeutsch
Zeitung, BBC e outros, e certamente a coisa não teria tomado esse rumo. O mesmo
se pode dizer dos dois eventos internacionais para fixar definitivamente o
Brasil como “potência” mundial. O vergonhoso ataque ao Hotel em São Conrado, os
arrastões constantes nas linhas vermelha e amarela e outros feitos desassombrados
da bandidagem, no Rio, provocaram uma reação internacional a ponto da então
Cidade Maravilhosa ter perdido a posição de grande destaque como primeira
cidade em número de turistas, lugar logo ocupado por São Paulo. As invasões massificadas,
com uso de tropas e blindados militares, retomaram grandes partes da cidade do
Rio de Janeiro, para o controle da soberania estatal. A fixação de Fortes
Apache no alto das favelas, ponto estratégico para a ocupação militar, na
verdade expulsou a criminalidade para outros bolsões geograficamente menos
vulneráveis, na própria cidade, nos municípios do Grande Rio e nos interiores
próximos na trilogia Rio, SP e Minas. Evidente que o problema em São Paulo tem configuração
diferente. São Paulo não é uma cidade com topografia acidentada nem possui
morros altos onde os meliantes possam se aquartelar ou distribuir-se
estrategicamente a ponto de vislumbrarem a chegada de grandes contingentes
policiais e escaparem rápido. Heliópolis e Paraisópolis, além da pletora de “Jardins”,
são quase planos, espalhados em enormes territórios entrecortados por pequenas vielas e becos, sem pontos de
referência para a defesa ou para o ataque. A teia é gigantesca e a invasão seguida
da instalação de UPP’s me parece impraticável, até para o efetivo de 30.000
homens da PM paulista. Para fazer isso o efetivo teria que dobrar o custo
desses homens aquartelados seria inviável, até para São Paulo. Obviamente que a
isso se soma a deslavada corrupção policial, civil ou militar, infiltrada por
X-9s ao melhor estilo Mata Hari. Além de um eficiente serviço de inteligência
militar, do tipo SNI, CENIMAR, ABIN (digamos, DO BEM!) e uma limpeza
profilática em seu corpo, a PM paulista não pode prescindir da ajuda da Polícia
Federal, dos presídios federais para “guardar” os chefes do crime, da
inteligência da Marinha que, por ser uma força militar quase inoperante, pela
anemia das verbas federais, tem se especializado em relevantes serviços
prestados à sociedade e ao progresso da ciência no Brasil, como o Projeto
Tamar, a construção do primeiro reator nuclear efetivamente brasileiro assim
como o projeto do protótipo de um submarino nuclear. Da mesma forma beira a
loucura continuar sem proibir todos os celulares, de bandidos ou de mocinhos,
nos presídios. Em São Paulo a hora não é de buscar combater causas mediatas
remotas do problema. O tempo é de atacar as causas visíveis: desbaratar e
prender as lideranças, afastando-as do território paulista; despolitizar o recebimento
de auxílio federal que, em qualquer circunstância, não deve ser entendido, como tibieza do
governo tucano face ao PT. Assisto diariamente à guerra entre Dilma, o Ministro
da Justiça e o da Defesa, de um lado, e Alckmim e o Secretário de Segurança de
São Paulo, do outro. Esse conflito não tem vencedores; todos são derrotados de
antemão. As ridículas declarações diárias do Secretário e também do Governador,
afirmando que a morte de mais de cem policiais e bandidos, em cerca de um mês,
decorre de briga entre gangues rivais ou luta pelo controle do tráfico de
entorpecentes, beira o absurdo. Enquanto isso, a guerra sem fronteiras da vendetta prossegue: matam policiais, a
polícia vai pra rua em massa e mata marginais, tudo completando um círculo
vicioso sempiterno. Isso é um moto perpétuo e não vai parar. Será que esses
insanos estão calculando a coisa pela ótica do mercado, ou seja, por cálculo de
custo e benefício? Eu indago: que benefício, cara pálida e que custo? Ainda não
conseguiram criar uma equação eficiente para calcular o preço de uma vida
humana. E sobre isto prosseguem discutindo os opositores políticos. Por muito
menos que isso Israel criou sistemas de combate nos quais busca proteger, a
ferro e fogo, a vida de seus valiosíssimos soldados: engenheiros, cientistas,
profissionais liberais, pensadores e religiosos. Nessa estúpida guerra das
cidades brasileiras, mais que nunca é hora de perderem-se todos os anéis e
salvarem-se todos os dedos. Simples assim!
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
Bom dia para os desejos insatisfeitos.
Ah as coisas que
deixamos de fazer! Já é lugar comum ouvirmos dizer que devemos nos arrepender
pelo que deixamos de fazer não pelo que fizemos. Apesar de motivo estranho e muito
pessoal para servir de mote a uma crônica e ainda considerando o fato de que
não sou “celebridade”, mesmo assim gostaria de deixar registrado para a
posteridade, meus desejos insatisfeitos no tempo de uma vida. Vamos lá para as
coisas que gostaria de ter feito antes de morrer, não fiz e acho que não vou
fazer, pois sinto que já são muito
improváveis hoje. Pular de paraquedas e dar um voo de asa delta, já que sou
ferrenho crítico de todos os chamados esportes radicais, chegando a ansiar por
finais infelizes (do tipo torcer para o leão comer o domador), todas as vezes
que alguém arrisca a vida em troca de um uh huuuuuuu! Entrar em campo no antigo
Maracanã, com quase 200.000 pessoas, num domingo de sol, junto com o time do
Vasco em uma final de campeonato contra o Flamengo. Fazer meu doutorado (PhD) e
pós-doutorado na Universidade de Stanford, na Califórnia, recebendo a aprovação
da Tese com a menção suma cum lauda.
Aqui cumpre explicar que PhD (Philosopher Doctor) é um título exclusivo para
quem defende uma tese de doutorado em UNIVERSIDADE NORTE AMERICANA. Não existe
PhD fora dos Estados Unidos. Na Grã-Bretanha é DPh (Doctor in Filosofy), ou
seja doutor na filosofia da disciplina escolhida. Logo, não há PhD tirado em
qualquer outro país do mundo, inclusive no Brasil, onde se usa o título de
Doutor ou Professor Doutor. Desvirginar uma mulher pois, conscientemente, não
tenho a certeza de ter feito isso alguma vez na vida. Se fiz, não percebi. Visitar
o Egito, a Índia e o Himalaia, terras onde reside a origem de todo o misticismo
antigo. Ter presenciado a uma pregação de Jesus Cristo. Perguntar a Marx por
que ele chamou sua genial construção filosófica de Socialismo CIENTÍFICO quando
a ciência é o único tipo de conhecimento refutável. Passar, pelo menos um dia,
na presença dos meus mortos mais amados: Tio Ernane, Tio Edmundo, Tio Celeste.
Tio Belarmino, papai, mamãe, André, minha prima Ilma e meu saudoso Anfrísio.
Todos juntos fazendo uma “igrejinha”, tomando uma gelada e terminar jogando uma
canastra uruguaia. Morar na mesma cidade que meu amigo Cássio. Publicar um
livro dos treze científicos e um de poemas que produzi e nunca consegui mandar
para o prelo. Voltar no tempo ainda a ponto de desfazer a maior idiotice que
realizei em toda a minha vida, que foi acabar com meu casamento, praticamente
jogando fora o amor de três filhos meus. Nunca ter fumado ou entrado em um
cassino clandestino para jogar minha saúde fora. Surfar uma pororoca como meu
pai fez, viajando sozinho e em noite escura, em uma lanchinha voadeira da
Petrobrás, na foz do Rio Amazonas, mais precisamente entre as costas da Ilha de
Marajó e do Amapá. Fazer um périplo de volta ao mundo em um desses transatlânticos
supermodernos. Ler todos os livros que
deixei de ler. Com a velhice, exacerbar minhas virtudes e diminuir meus tantos
defeitos. Ter nascido mulher só para ter útero e ovários, podendo parir um
filho e compreender como é, na realidade, o universo feminino. Conversar com as
pessoas que conseguiram resistir a forças muito mais poderosas e venceram, como
Ho Chi Min, Giap, Fidel, Mao, Samora Machel, Mandela, Bolívar, Tito e outros
menos votados, ainda que tenham usado mal o poder, posteriormente à vitória. Ter
a genialidade histriônica do Anfrísio Nunes e a genialidade empreendedora de
seu irmão André Nunes. Visitar os poucos rincões que não consegui atingir, em
todo o Brasil. Passear de mãos dadas com uma velha que me ame romanticamente,
em uma pracinha do interior. Ter feito mais terapias psicológicas do que fiz.
Ser mais humilde. Comer algum manjar desconhecido em qualquer parte do mundo,
pois comi tudo o que me apresentaram como comestível e gostei! Bater um papo
com uma Carmelita Descalça, fora do claustro, para entender por que ela
entregou sua vida à Igreja sem sequer poder ministrar um sacramento. Ter
assistido, de uma colina e com potente binóculo na mão, aos quase quatro dias
de duração da Batalha de Gettysburg, na Pensilvânia, aquela que decidiu
antecipadamente o destino da sangrenta Guerra da Secessão Norte-Americana. Cavalgar
um dia com Gengis Khan, Amilcar e Alexandre o Grande. Ter descoberto a
identidade de Jack, the ripper. Visitar a floresta tropical da Costa Rica,
percorrendo-a do Atlântico ao Pacífico. Falar fluentemente cinco idiomas. Andar
um dia pelo Saara. Evitar o desastre que matou Albert Camus. Ter vivido em
Paria nos anos vinte, sentando numa mesa de bar com Sartre, Simone, Anaïs Nin,
Gertrude Stein, Virginia Woolf, Hemingway, Henri Miller, F. Scott e Zelda
Fitzgerald, Ezra Pound e James Joyce. Tá bom pra vc? Ser assistente de direção de Lang, Eisenstein,
Kurosawa, Ford, Buñuel e Glauber. Rever todos os filmes nos quais chorei por
algum motivo: tristeza, emoção e de rir. Ouvir minhas velhas fitas k-7,
gravadas ao longo de minha vida. Assistir ao “rapto” da Igreja e subir junto. Rever
todos os poucos mas enormes amigos que cultivei e não mais cultivo. Tocar piano
como César Camargo Mariano, Luiz Eça, Wagner Tiso e Luiz Carlos Vinhas (um mix
deles todos). Quero pouco, né? Gravar um CD de bossa-nova. Continuar a fazer as
pessoas rirem , até meu fim neste plano. Dar aulas de pós-graduação até perder
minhas forças. Não morrer afogado no seco. Assistir ao soerguimento do Vasco
como o maior time do Brasil, como era nos anos 50, quiçá um dos maiores do
mundo, hoje relegado a um terceiro plano no futebol brasileiro, pela
incompetência de um grande ídolo (que na verdade conclui um processo iniciado
há muito tempo) que sabia, como poucos, fazer muitos gols mas NADA entende de
Administração. Ser amado e possuir a felicidade possível, aquela que a gente
planta pra depois colher os frutos, bons ou maus. Simples assim!
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