sexta-feira, 31 de maio de 2013
Ditaduras!
Eu vivi numa época de ditaduras. Peguei Vargas eleito mas Pai do Povo, como Perón, na Argentina. Perez Jimenez na Venezuela, Bautista em Cuba, Stroessner no Paraguai, Somoza na Nicarágua. Na quartelada de 1964 fui morar em Brasília, para estudar na nova Universidade fundada com o mesmo nome, idealizada por Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro nos moldes da Patrice Lumumba, em Moscou. Foi um estrago! A Redentora acabou com tudo. Em 1965 morre o Senador Lobão da Silveira e assume um grande amigo da família, Armando de Moura Palha (um beijo pro Armandinho, Mariazinha e Maria Augusta, onde estiverem). Dr. Palha nos convidou para almoçar no Hotel Nacional, a mim e meu irmão André. No meio do seu papo muito inteligente meu irmão pergunta: Dr. Palha, esses gorilas não aguentam três anos né? A velha Raposa Felpuda, acostumada com as coisas do poder, deu um sorriso maroto (igual do conjunto musical) e decretou: vinte anos, no mínimo. Ficaram 21! Depois vi Videla, Pinochet e coisa pior, tomando mais asco e ojeriza das ditaduras, qualquer forma delas, até as de esquerda que escangalharam meu latente comunismo, com os horrores da Europa Oriental e Ásia. Consegui salvar meu Marxismo Cristão! Mas tô falando disso porque tenho um grande pavor que, de repente, as tentativas de repetir Chávez, Evo Morales, Rafael Caldera, Cristina Kirschner, Daniel Ortega e quejandos, comecem a tomar vulto "neste país". Lula tentou convocar uma mini-constituinte e eu fiquei hirto de pânico. Sabia o que ele tava querendo. Mas agora, com a aprovação maciça de Dilma, sua reeleição garantida e os Bolsas tirando a fome do povo, a base do governo normalmente crescerá e garantirá os dois terços necessários para convocar uma constituinte. e, se isso acontecer, pelo amor de Deus escrevam o que estou dizendo, vão transformar nossa democracia representativa (ainda que mambembe com esses parlamentares de meia-tigela) em democracia participativa. Isso quer dizer que tudo passará a ser decidido não por leis mas por plebiscitos para indagar se podem fazer ou referendum, para aprovar o que já está feito. Aí, meu amigo, com todo mundo sem fome, grana no bolso, de repente carrinho na porta, frango na panela, pleno emprego garantido, Minha Casa Minha Vida arranjando um zero quarto pra "patroa" e PUMBA: aprova-se a Emenda da reeleição eterna e pronto! Nunca mais vamos nos livrar dessa corja. Claro que você pensará que sou o rei das teorias da conspiração e do caos e aí mora mais perigo ainda. Você abre a guarda, constata que a participação direta do povo no comando da nação é melhor do que pelo Congresso Nacional e tem até maior representatividade internacional. Não esqueça que, convocada a constituinte, eles terão maioria de qualquer jeito, até por mensalão, quinzenão, semanão ou diarião. Meu amigo, nesse momento a serpente já chocou os ovos e Hitler redivivo tá nas ruas do Brasil. Aí você vai conviver com a ditadura mais dura que se conhece: com apoio popular das massas analfabetas ou ignorantes e suporte da ONU. Me tira o tubo, antes. Simples assim!
Politicamente incorreto!
Para os padrões de hoje, sou a pessoa mais politicamente incorreta que existe. A ninguém é dado firmar-se em seus padrões para esquivar-se de práticas naturais no passado mas absolutamente condenáveis no presente. Fui educado para ser homofóbico, porque perseguidos e ridicularizados eram os homossexuais de minha infância e juventude; machista nojento, porque era afirmação da masculinidade bater e trair as mulheres; fumante inveterado porque era bonito e valorizado por Hollywood o homem que fumava; crente nas pessoas públicas porque elas trabalhavam para honrar cargos eletivos e morriam pobres do jeito que nasceram; flagrantemente racista porque os poucos amigos negros que tinha eram aprovados pelos meus pais e avós, como "pretos de alma branca" e minha avó dizia que temia encontrar, na volta do culto na Igreja Assembléia de Deus, um preto no meio do caminho; nazista e anticomunista porque meus avós assim eram, como também o ídolo Getúlio Vargas e os políticos respeitados pela minha família, todos da elite, nenhum progressista. Para mim, cego era cego e não deficiente visual; deficiente físico era aleijado, sem qualquer pecha ou ofensa; portador de síndrome de Down era chamado, PELOS JORNAIS, de mongoloide; portador de hanseníase era leproso; deficiente auditivo e da fala, eram surdos e mudos, mesmo; homossexuais masculinos, eram bichas, viados, frutas, qualiras e femininos, sapatonas, bico largo ou macholas; alcoólatra ou alcoólico era bêbado ou bebum; tudo era falado com naturalidade ou desdém. Poucos anos antes do meu nascimento, em 80% dos países do mundo o homossexualismo era crime punido com prisão e, no mundo islâmico, com a morte. Eu convivia com essas coisas sem aprofundar meu pensamento a respeito. Só agora, muito recentemente, o mundo passou a perceber o nojo do preconceito e suas consequências danosas para a humanidade. Não foi fácil rever tudo na minha cabeça e adaptar-me a mudanças guturais em minha formação. Como sou civilizado, minha luta contra isso prossegue viva mas nem sempre obtenho êxito. Tem uma coisa que não abro: aos 65, doente e dando um duro inimaginável para meus dias, há valores que não abro a mão só para agradar os outros. Minha linguagem é ferina e debochada. É assim que escrevo e é assim que sou. Me manifesto publicamente só depois que descobri a net, os blogs e o Face. Antes me restringia às salas de aula. Se você que me lê não gosta, é simples: não me curta, não me leia, me esculhambe, discorde, me xingue pois aceito TUDO COM PRAZER. Mas, por favor, não me obrigue a ser politicamente correto só para agradar à plateia como faz a Rede Globo. Decididamente não vou embranquecer meus pelos pubianos, também conhecidos por pentelhos, só pra que concordem comigo ou me aplaudam. Dentro desse espírito eu pergunto: cadê aquela grita geral contra a escolha do Deputado-Pastor para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados? Por que o silêncio repentino? Será que o Deputado Willys, aquele com nome de Jeep, cansou ou as meninas resolveram dar um tempo? Ou, mais importante ainda, será que todo mundo acordou para o que eu desconfio há SÉCULOS: aquele Feliciano me parece a maior bichona inserida no armário mais profundo da história, e a tchurma ensarilhou as armas? Quem viver verá a continuidade dessa novela, nesta mesma bathora e neste mesmo batcanal! AAAAAFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFf garotas, não parem, não parem, não parem! Simples assim!
quarta-feira, 29 de maio de 2013
Desgraça em andamento.
Não vou continuar batendo na mesma tecla para não ficar repetitivo e mais chato do que sou. Tem um burguesão ex-aluno meu, claro que um vagabundo social mamando nas tetas dos pais e tirando a vaga de quem queria estudar em uma universidade federal séria, que dizia ser eu tão chato que poderia sentar numa lâmina de barbear e ficar balançando as duas pernas bem livres e longe do chão. Pois bem, as coisas estão piorando a passos de Usein Bolt. Nosso orçamento da União foi cortado drasticamente em bilhões de reais, diminuindo-se a meta de superavit primário (o dinheiro que sobraria de nossa arrecadação para rolar os juros da dívida pública além de mantê-la em níveis palatáveis) exatamente a metade, de 120 para 60 bilhões de dólares, simplesmente por que não terá dinheiro para manter a meta anterior. Praticamente tudo está sendo "investido!(?)" nas Bolsas Sociais, dentre elas as mais recentes versões da Bolsa Puta e, pasmem, da BOLSA ABORTO. Aquele soluço no pagamento do Bolsa Família, na verdade, parece ter um baita susto de falta de grana no caixa para pagar o benefício que só faz crescer, enquanto o Ministro MANTEIGA, com o cinismo que lhe é peculiar, anunciava como BONS os ridículos números de nossa economia no primeiro trimestre do ano. Crescemos exatos 0,6% AO LONGO TRÊS MESES, e ele insiste em que ainda iremos, ao final do ano, para um crescimento entre 4 e 4,5%. Como, cara pálida? De que cartola tiraremos cerca de 3,4 a 3,9 de evolução da atividade econômica? A gastança está desenfreada para a verdadeira e grande Bolsa em ebulição: a Bolsa Eleição, aquela que garantirá a continuidade dos desmandos, o poder pelo poder, sem qualquer planejamento ou direção. Na verdade a enorme capacidade de nosso empresariado ainda conseguiu auspiciosas taxas de evolução do investimento, da ordem de 4%, o que é messiânico. Da mesma forma, a indústria nacional recuou, crescendo como rabo de cavalo, PARA BAIXO, o mesmo acontecendo com o consumo das famílias, aquela balela sempre usada na TV para explicar a evolução da economia, o "fim" da miséria e a "explosão da nova classe média", sem falar que também arrasta a INFLAÇÃO! O Setor Terciário, nosso recente motor, patinou em 0,9% de crescimento no semestre. Acabamos dependurados no desempenho de nossos campos, responsáveis por 10% de subida mesmo em meio aos sem-terra e índios que lotam até fazendas produtivas. Nossos fazendeiros e empresários agropecuários, tidos como os demônios capitalistas, ainda que se esquivando de políticas inexistentes ou que só beneficiam a agricultura familiar (louvável para espantar a fome mas insubsistente pra segurar um país espoliado), combates ao grande capital nos campos, escapando das expulsões de suas terras, abandono de imensas lavouras produtivas, crédito mambembe, ainda continuam segurando a tocha pra farra da gastança federal. Recuaram, imaginem, as nossas exportações de minérios a números alarmantes e nossas importações cresceram a níveis equivalentes aos anos de ouro da política neo-liberal da abertura de mercados e de desregulamentação da era de Collor a FHC. Ah, ia esquecendo: NUNCA SE PRIVATIZOU TANTO! E nunca se gastou tanto nesses estádios para Copa do Mundo e que já estão desmanchando na Copa das Confederações. Tá bom por aqui, né? Simples assim!
domingo, 26 de maio de 2013
De congruências e paradoxos!
A coisa que mais me cobraram na vida, todos os que cruzaram meu caminho, foi ser um cara congruente. A quem se considera paradoxal ou incongruente eu digo: acalme-se afinal TODOS são assim. Não falo em tergiversar sobre nossos valores fundamentais de vida, aqueles que adquirimos em nossa educação, socialização e aculturação formal e informal e que são congelados em nosso tronco psicológico até mais ou menos os nove anos de idade, segundo as mais sérias pesquisas e escolas desse pensamento. Quando você rompe com eles, o seu demônio interior (como Sócrates chamava a consciência de cada um) berra na mesma hora e lhe incomoda por toda a vida. Não adianta você tentar justificar para os outros e até pra você mesmo. A gente consegue até iludir uns poucos mas, JAMAIS, iludiremos esse cruel juiz que habita em nós mesmos. Eu falo daquelas incongruências que você pratica no cotidiano que lhe trazem incômodos e todos cometem, tipo: mentirinhas (eu tô com panela no fogo e depois te ligo; ele tá em reunião). Inconfidências (por favor não conta isto a ninguém, aí você não conta até dobrar a esquina e encontrar seu maior confidente). Alguns elogios mais se chegando a bajulação; algumas negativas quando você tá cheio de grana pra emprestar pro primo viciado em jogo. Às vezes a coisa é mais primal, curial. E você que posa de congruente, não venha com esse discurso moralista pois, sendo humano, NINGUÉM O SERÁ! Tenho certeza que alguma vez, mesmo aos 47 do segundo tempo, você enfiou os dois pés numa jaca mole. Nunca conheci um semelhante a mim que mais detestasse a injustificável, sob todos os aspectos (exceto a pedidos em certas horas), violência física contra mulheres, seres mais fracos nesse aspecto do que os homens. Pois saiba que, uma certa e ÚNICA VEZ NA VIDA, dei um tapa em uma mulher. Sim, fiz isto e confesso em público, para lastrear minha opinião, mais que isso, meu estilo mais caro e recôndito de vida, de que fui e sou um incongruente. Por esse ato já pedi perdão ao vivo e prossegui pedindo à Deus, à vida, a mim mesmo mas nunca consegui me perdoar pois nada justifica isso, nada! Assim, meus queridos irmãos, sou um incongruente e paradoxal, exatamente como o é o ser humano e a própria existência. Simples assim!
sábado, 25 de maio de 2013
(In)segurança de voo!
Voo desde a barriga de minha mãe. Nunca tive o menor medo de
voar pois, ao entrar num avião, sempre fazia e faço uma prece: Senhor! Se for o
dia de minha partida, perdoa meus pecados e Me recebe no teu Reino! Isso não
uma reza mas uma convicção. Não possui nada de superstição, apenas sou realista
e, daí em diante, curto até mau tempo. Mas não sou idiota para perceber, desde
sempre, que sempre, que a expressão SEGURANÇA DE VOO não passa de uma mera
exortação retórica sem qualquer ligação avião é o meio mais seguro de om a
realidade. As estatísticas dizem que o meio de transporte mais seguro é o
avião.. Retórica também! Se você fizer a relação entre o número de viagens de qualquer
meio de transporte e o avião, ele não será o mais seguro. Mas se você inclui a
extensão dos deslocamentos, evidentemente que nenhum outro meio de transporte carrega
tanta gente e tão rapidamente, a relação muda a favor do avião., EVIDENTE QUE
VAI DAR O AVIÃO COMO O MEIO MAIS SEGURO. Repito só ele carrega tanta gente, tão
longe e tão rápido, mas também MATA MAIS! Há razões claras para isso. Todas as
medidas adotadas para segurança dos voos obedece, em primeiro e destacado
lugar, a lógica capitalista DE MERCADO, nada mais. Se você invertesse a lógica
para a segurança e depois o mercado, claro que você já teria à disposição, com
a tecnologia atual, penso que os seguintes itens de segurança real: pistas de
pouso de 10 km para permitir um avião em decolagem, abortar com segurança qualquer
falha humana ou mecânica; além disso, o episódio da TAM em Congonhas, não teria
acontecido pois aquele problema no manche teria pista de sobra para reverter ou
dar o cavalo de pau, assim como qualquer pouso problemático, sabendo-se que o
pouso e a decolagem são os momentos mais críticos do voo, sendo o primeiro até
considerado um acidente controlado. Uma boa parte dos fundos do avião para
colocar um imenso paraquedas, tipo aquele que segura a Soyuz, para não permitir
a carnificina ocorrida com aquele voo da Japan Air Lines que deu uma pane
hidráulica (um furo vazou todo o óleo do sistema) que faz o avião não obedecer
a qualquer comando e voar a seu bel prazer até bater ou acabar o combustível.
Mais de quinhentas pessoas morreram chorando e mandando sms de despedida a seus
entes amados, quando um acionamento do enorme paraquedas tenho certeza que
salvaria alguém ou muitos. Por que não paraquedas individuais. Deu pane, abre a
porta, pula, conta até cinco e puxa a corda. Se vai todo mundo morrer mesmo,
qual o problema de tentar[i]?
Que tal materiais especiais para os tanques que evitem explosões? Pelo lado dos
seres humanos, pilotos são isso e cometem falhas que matam muitos. Então bota
um super computador pra solucionar. Não dá! Quantas vezes você já viu aquele
aviso que começa num X vermelho: seu computador executou uma operação ilegal e
será desligado. Não dá pra dizer: espera que eu vou consertar pois você estará
de bico em baixo caindo. Apesar de tudo dizer o contrário, o avião é o único
meio de transporte que, diante de qualquer problema, não dá para frear, parar e
saltar para a segurança do solo, pois você estará a milhares de metros dele!
Claro que vou ser moído pelos pilotos a começar de meu sobrinho. Mas se a vida
humana valesse algo, essas coisas já teriam sido criadas há muito. Aceito
sugestões. Simples assim!
As lápides anônimas!
Existem pessoas que, por razões muitas vezes
incompreensíveis, são condenadas à morte e executadas friamente e, por espantoso
que seja, PERMANECEM VIVAS! Falo dos velhos abandonados, física, psicológica,
financeira e socialmente à sua própria sorte. Eu mesmo conheci e tive amplo e
profícuo contato com esses mortos-vivos. Gente que gozava de respeito e
admiração em seu meio que, às vezes por um deslize, são incineradas no altar da
vida. Amigos, famílias, meios pelos quais se movia, de repente, se escondem e
até pessoas que os prestigiavam ou ainda precisavam deles, colocavam-nos em um
limbo de absoluto silêncio e abandono. Como Descartes, “Penso, logo ele não
existe”! Cruzaram em minha vida velhos famosos nessa condição e Deus me
concedeu a supina graça de amá-los, respeitá-los e dar-lhes a coisa mais
importante que de mim pediam: um pouco de atenção. Apesar de não ser usual nos
dias de hoje, aprendi a me interessar pelo que me ensinavam. Suas histórias de
vida. Minha bisavó Cunhã, morou conosco até um ano antes de morrer, com 94 anos
quando escolheu ir para o Pão de Santo Antônio, vivendo com suas velhas amigas,
todas, como ela perto de cem: Lulú, Donana, Da. Sofia... Mas tive tempo útil
para, entre seis e dez anos, ouvir suas histórias VIVIDAS sobre o Batalhão de
Voluntários de Itapipoca marchando na principal avenida da cidade. A caminho da
Guerra do PARAGUAI. Sua admiração pelo “maior governante da História do Brasil”,
sim, apenas D. Pedro II a quem viu em Fortaleza descendo da Catraia Imperial e
andando pela avenida principal (hoje, do Imperador) a metros de distância de
seu êxtase, junto com Da. Tereza Cristina (Terezina), Princesa Izabel e seu
marido, o Conde D’Eu. Quer mais ou já tá chorando, como eu? Seu genro, meu
amado Cacá, um dos mais sensíveis homens que conheci. Também morava em casa,
até os 81, quando mudamos pra Brasília e ele ficou com Tio Celeste e Tia Lili
morrendo, hoje sei que de banzo, aos 84. Falava francês e latim vulgar.
Escrevia em Latim clássico. Um poço de sabedoria no qual eu bebia gulosamente
mesmo nos dias de sábado à noite quando todos meus amigos estavam na esbórnia.
Meu tio-avô Belarmino, gostava de falar e contar histórias com detalhes. Puxei
a ele o meu memorialismo. Ele dava datas, horas e referências e eu babava em
sua volta. Um místico, espírita, maçom do mais alto grau, chegando a Sereníssimo
de todas as Grandes Lojas do Pará, umbandista e, por último, andou visitando
igrejas evangélicas por instância de meu tio Abreu, português como ele, um
maravilhoso contador de causos da Serra da Estrela. Meu Deus, que saudade da
sabedoria deles! Meu tio Sérgio, velhinho, cabecinha branca. Visita obrigatória
em seu asilo na Penha, quando ia ao Rio. Me aproximava fazendo a saudação
comunista, punho direito fechado e braço levantado e ele, trêmulo, respondia
com lágrimas de emoção. Genioso, matou quatro ao longo da vida e jogou dez
Guardas Civis de Belém que tentaram prendê-lo, na Baia do Guajará. Comigo era
um doce. Que sorte eu dei na vida! Tinha dez anos e já ia sozinho a Bento
Ribeiro, sábado cedo e voltava domingo à tarde para Copa. Ia ficar o fim de
semana com meu tio Jerônimo (Mundico), sua mulher Lídia (tia Lili) e sua
cunhada Felicidade (tia Feli). Pegava o 12, ia até a Central do Brasil e o
resto ficava por conta das histórias da Revolução de 32 na Serra da Mantiqueira
e nosso TV Rio Ringue, das 10 a uma hora, que tia Lucy não me deixava ver, mas
eles sim. Faziam para eu comer o que lhes pedia e deixavam eu andar no quintal
montado no jabuti. Foram largados em vida por quase todos. Eu era um dos poucos
que me babava com suas histórias. É! Esses meus velhos inesquecíveis; como
sinto a falta deles. Uma falta que pouca gente sentia mesmo quando ainda eram
vivos, mortos-vivos, como se habitassem cemitérios abandonados onde nomes e
datas foram apagados das lápides. Simples assim! Perdão mas não deu pra
escrever menos!
terça-feira, 21 de maio de 2013
Um boato e seus desdobramentos!
Confesso que fiquei chocado com os boatos sobre suspensão do programa e pagamento de abono, do Bolsa Família ainda que guarde um certo incomodo com as manifestações açodadas acusando a oposição de tê-lo espalhado. Sei não!!!! Mas o que me deixou pasmo, mesmo, foi assistir ao estouro da boiada, em ataque às máquinas da CEF, tal qual novos dragões do Homem de La Mancha, desde sábado e entrando pelo domingo. Aprumei bem a vista para identificar os maltrapilhos, esfomeados retirantes, comedores de ratão do sertão e outros abandonados da sorte. De repente me passavam à frente hordas de mulheres parrudas, jovens, muito fortes, prontas pra trabalhar, pelo menos, abraçar-se a uma carrada de roupa suja para lavar e ganhar dinheiro. Ledo engano! As beneficiárias todas exibiam Romanéis pelos dedos e pulsos; grossas bijus; roupas suspeitosamente de grife de feira popular. Poucos homens, quase nenhum idoso (a), nenhum maltrapilho pra fazer um caldo. Esse crime decerto será denunciado e desancado pela história "deste país". Conseguiram criar uma geração de preguiçosos, indolentes e vagabundos amarrados às tetas da Viúva, parindo estrategicamente um filho por ano para aumentar os ganhos com o Programa. Nenhuma possibilidade de desistência ética e unilateral para diminuir o tamanho da Bolsa. Vão ficar nele até secarem as tetas. Afinal, não são eles a "nova classe média brasileira" ou os que "deixaram a linha de extrema pobreza"? Tenta tirar essa chupeta pra ver o que te acontece! Mais fácil enfiar mais uns três aviões em outros prédios de Manhattan. Simples assim!
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