quinta-feira, 11 de julho de 2013

ELIS REGINA CARVALHO COSTA

Ontem, Dra. Evellyn mexeu com minha memória musical e toda essa emoção desabou sobre as figuras de Gonzaguinha e uma de suas mais fiéis intérpretes, Elis! Foi minha maior, imorredoura e irrealizável paixão artística. Morreu aos 36, de overdose de cocaína (na verdade ums poucos gramas misturadas a whisky e jogadas no estômago, o que é sempre fatal). Estava em Barreiras, no oeste da Bahia, no dia 19 de janeiro de 1982, quando meu pai entrou pelo meu quartinho de hotel, esbaforido, conhecedor de minha fissura por ela, informando o acontecido. Depois escrevo mais sobre como conheci Elis pessoalmente, pouco antes do "Arrastão" quando ela ainda era, em 1965, uma cantorinha gaúcha que imitava Ângela Mari, pelo carinho de sua prima Gláucia, minha amiga, que era gerente de uma sapatria no Lido, Posto Dois. Agora importa dizer que ela era uma menina normal, geniosa, sem estrelismos e muito insegura. Sempre perguntava aos amigos se Betânia e Gal eram, realmente, melhores que ela. Seu vício se restringia a fumar pois era abstêmia. Depois que conheceu César Camargo Mariano, maestro, arranjador, pai de Pedro e Maria Rita, o homem de sua vida, sua carreira atingiu os píncaros pois ele, César, a preparou para isso. Burilou sua voz e montou a melhor banda, fazendo os melhores arranjos que vestiam suas interpretações memoráveis. Ela deixou César, ao final de 1979, justamente por haver sido introduzida à cocaína e começou a pirar. Em 1980, a Globo estava levando ao ar especiais com os melhores intérpretes brasileiros e Daniel Filho, velho amigo do casal, chamou-os. Ela aquiesceu, junto com César e depois do que veremos logo mais adiante em dois inesquecíveis instantes desse show, quando compartilharei o "Atrás da porta", de Francis e Chico e o encerramento apoteótico, como se fosse uma despedida emblemática da vida e da beleza, com o "Redescobrir" de Gonzaguinha, Elis e César reatariam numa saleta perto do estúdio, após o final do espetáculo. Ainda viveram mais seis meses para ela ser vencida pela morte em vida, outra vez. Elis saiu de casa, pela última vez, namorou, pela ordem, Fábio Júnior, Guilherme Arantes em flashes e terminou quase nos braços de Samuel MacDowell de Castro, emblemático advogado do PT, de perseguidos pela ditadura e do seu divórcio. Para lembrá-la e homenageá-la, eu acho que tenho até certo estofo, por ter escrito, inclusive um lindo poema em sua homenagem, quando anunciada sua morte e que publicarei amanhã. Simples assim!

segunda-feira, 8 de julho de 2013

PANIS ET CIRCENSES!

Táticas diversionistas. Parece um palavrão mas é muito fácil de entender. Quando existe uma concentração de problemas e consequentes cobranças, geralmente os governos usam essa tática, antes apenas usada nas guerras, para distrair a atenção do inimigo (aqui, a opinião pública) criando um fato ou factoide ou ainda re quentando uma notícia que desloque o eixo do debate para bem longe da raiz dos problemas em discussão. Gregos usaram um cavalo nas portas de Troia, após exatos dez anos de cerco, fazendo com que os troianos pensassem que estavam recebendo um presente por sua bravura e a persistência de sua resistência à invasão, aí relaxaram e o resto da história você já conhece. Quando faltava o pão, em Roma, os Imperadores enchiam o Coliseu de espetáculos macabros e o povo esquecia a fome. É drible do elástico, inventado pelo grande Roberto Rivelino; grudava a bola no pé esquerdo e a movimentava para longe. Quando o adversário dava o bote para tomá-la, Rivelino a puxava para trás escondendo uma espécie de elástico que a mantinha presa a seus pés. Coisa de gênio. Iniesta, Xavi e Davi Villa nem sabem o que é isso. Leopoldo Galtieri, tirano argentino, ao perceber a verga se aproximando de seu traseiro, criou uma guerra pela posse das Malvinas, contra uma potência atômica, no caso a Inglaterra, para afastar a opinião pública dos hermanos sobre a falta de liberdade. Usou um valor de patriotismo muito caro aos porteños. Jango fez o mesmo em 1963, ao quase declarar guerra à França atômica de De Gaulle, por causa de barcos lagosteiros franceses que estavam pescando o crustáceo em nosso mar territorial, fato que teria motivado ao lendário estadista francês a cunhar sua célebre frase: Le Brésil ce n'est pas un paix serieux! O Brasil não é um país sério! Jango sentiu a iminência do golpe (ao que ele não reagiu para, segundo disse, não derramar o sangue de seus irmãos) e buscou a tática diversionista de levantar o pífio patriotismo brasileiro: quase deu certo. Deslocou toda a força de nossa Marinha de Guerra para o teatro de operações, junto com aviões armados da FAB e colocou o II Exército aquartelado em Recife e comandado pelo Mal. Humberto de Alencar Castelo Branco para entrar em ação. Deu em nada e o mesmo Castelo viria a, insidiosamente, traí-lo meses depois chefiando o país após uma vil quartelada e acabar com nossa frágil democracia por exatos 21 anos. Como a história é um romance que aconteceu e se repete, nosso desgoverno, acuado pela chamada "voz das ruas", adorou e faturou a vitória de nosso futebol na Copa das Confederações. Como não foi o bastante, requentou um fato óbvio de que, se os americanos espionam o mundo desde 1945 e o Brasil faz parte do mundo, lógico que somos espionados e bem, desde então. Está criada a tática e parece que povo e a mídia compraram o pacote e não se fala de outra coisa. As ruas estão caladas; o foco mudou. Agora só falta declarar guerra aos Estados Unidos da América do Norte e, ao invés de hospitais, escolas, saneamento, eficácia e ética, vamos gritar juntos, como no hino português: às aaaaarmas, às aaaaaaaaaarmas!  Simples assim!

domingo, 7 de julho de 2013

SANTA INGENUIDADE!

Será que todos pensavam MESMO que esse negócio de UFC era uma disputa esportiva? Hello, hello, HELLO! The Ultimate Fighting Championship e que é a parte pragmática das Mixed Martial Arts (Artes Marciais Mistas) é uma associação privada ao estilo do Conselho ou da Associação Mundial do Boxe. Pertence a dois irmãos mafiosos de carteirinha, Frank e Lorenzo Fertitta, representados por um laranja de nome Dana White. Tanto quanto no boxe o UFC é completamente dominado pelo banditismo americano sediado em Las Vegas. É coisa que vem desde 1920, ou quando ainda se amarrava cachorro com linguiça. A manutenção de vários campeões brasileiros já havia custado a Junior Cigano passar cinco rounds levando porrada até entregar o título recém conquistado. Anderson foi importante enquanto não começou a se vestir com a bandeira brasileira e continuar falando em português. A armação de ontem deve ter lhe rendido uma impensável aposentadoria, obviamente tendo ele, a família e amigos, apostado milhões contra si próprio. Deve estar rindo à toa do imbecil patriotismo brasileiro. Amigos, estamos em um mundo ubiquamente capitalista e as coisas funcionam assim em todos os reinos onipresentes. Não sei quando será a vez de José Aldo. Certamente pode se beneficiar como sendo o boi de piranha. Ora se os norte-americanos, com seu proverbial patriotismo, iriam deixar escapar esta chance de abarrotar um brasileiro, em pleno mês de julho, o do seu Independence Day! Pelo menos permitiram aquela palhaçada e resguardaram a cara de nosso "ídolo" que, na verdade, tomou um leve cascudo no queixo e dormiu como um anjinho. Senhoras e senhores, a honestidade e o amadorismo, em qualquer esporte ao redor do mundo, acabaram no dia em que o Barão de Coubertin falou aquela coisa de que o importante não era vencer mas sim competir. Então é isso? Então coloca as galinhas para competirem com o raposão mas fecha bem a porta dos galinheiros. Santa ingenuidade. Simples assim!

sexta-feira, 5 de julho de 2013

OS MAIORES DESPERDIÇADORES DE SEU TEMPO NO TRABALHO!

Querido leitor! Tudo o que vou falar aqui é fruto de anos de pesquisa empírica e indutiva; nada é achismo de minha parte pois achismo não é ciência e não posso brincar com esse importantíssimo assunto. Só pra você ter uma ideia de onde nasceram estes aconselhamentos, vamos aos elementos que os sustentam: a lista dos 18 (dezoito) maiores desperdiçadores de tempo, no mundo do trabalho, obedece a uma classificação baseada nas prioridades de um número representativo de relações dos causadores de desperdício de tempo, compiladas levando-se em conta os perfis de 300 gerentes, 285 administradores públicos, 200 administradores de escolas, 40 presidentes de bancos, 100 gerentes de bancos de nível médio, 47 membros da American Banking Association, 20 administradores de hospitais, 14 assistentes de administradores de hospitais, 50 cardiologistas, 50 clínicos gerais, 24 membros da Young Presidents Organization, 30 comandantes militares, 125 gerentes de nível médio de uma grande indústria de alimentos (certamente a Procter & Gambles) e 60 supervisores de primeira linha. Esta pesquisa raramente detectou exceções e realizou-se, nos anos 90, na Venezuela, México, Dinamarca, Alemanha, Hong-Kong, Bangkok, Singapura, Estados Unidos e Canadá, totalizando um universo de 1.198 PROFISSIONAIS PESQUISADOS. Seus resultados foram sendo adotados em 21 países em todo o mundo. Penso que, no Brasil, pouca gente deu ou dá valor a ela, DAÍ MINHA PREOCUPAÇÃO EM DEMONSTRAR ESSES RESULTADOS a todos os meus leitores. Vamos aos desperdiçadores, SEM ORDEM DE IMPORTÂNCIA:
1) Interrupções telefônicas: pouca gente se dá conta dos tempo que perde ao telefone, sem falar em assuntos que interessam à Organização aonde trabalha. Parentes, amigos, esposas ou maridos, namorados ou namoradas, jogar conversa fora, papo cricrica (criança, criadas e comida). Você nem sonha o quanto você joga fora de seu tempo inutilmente. Procure centrar-se em ligações no interesse do serviço.
2) E-mails pessoais: a mesma coisa do uso indevido do celular e fixos no trabalho.
3) Visitantes inesperados: não ceda à tentação de receber gente que só vai tomar seu tempo.
4) Delegação insuficiente: ao delegar alguma atribuição que é sua, para um subalterno, não esqueça de dar-lhe, além dos encargos, as informações e conhecimentos necessários para o bom desempenho do serviço que você pediu; caso contrário você vai desperdiçar seu tempo e o dele. Aproveite para aprender que, quando se delega, se dá o objetivo e a META, isto é, quando vai lhe cobrar o resultado e COBRE!
5) REUNIÕES: esse é um dos campeões. Todo mundo vive convocando e participando de reuniões quase sempre com resultados pífios. Uma reunião, dentre outros princípios aplicáveis a essa forma de trabalhar, deve ser convocada com antecedência razoável, informação da PAUTA DOS ASSUNTOS que serão tratados nela e o tempo de duração. Todos terão tempo para se inteirar do quê se vai tratar e já trazer suas contribuições. Aí a coisa anda; caso contrário, vai ser consumida em discussões paralelas, COMO SEMPRE!
6) Falta de objetivos, prioridades e planejamento: objetivos são pontos no futuro que se pretende alcançar, geralmente dentro de um certo período de tempo, que se chama META; prioridades vem do grego prior que quer dizer os primeiros. Sem conhecer o que colocar em primeiro lugar você vai sempre se perder e atirar em todas as direções. Planejamento é um processo administrativo que consiste em tomar decisões antecipadamente no tempo. Sem um planejamento, até do seu tempo, você não conhece o porto que busca  alcançar e as alternativas que possui para contornar as dificuldades normais do caminho. Sem um porto pré-determinado, nenhum vento será favorável ao seu barco!
7) Gerência por crises: todo mundo adora usar a palavra PROATIVO mas a grande maioria sempre termina gerenciando as suas coisas apagando incêndios e reagindo ao fogo na sua roupa. Aí a tal da proatividade já foi pro espaço. Administrar é agir não usar declarações meramente retóricas.
8) Fazer coisas demais ao mesmo tempo: os experientes americanos dizem que first things first! Isso quer dizer: as primeiras coisas em primeiro lugar!
9) Mesa atulhada e desorganização pessoal: ninguém produz nada no caos. Claro que mesinha arrumada não significa eficácia mas, pelo menos, afasta a ineficiência (eficiência é fazer certo as coisas e eficácia é fazer as coisas certas, entendeu?).
10) Indecisão, atraso: Só existe uma coisa pior que uma decisão errada; NÃO TOMAR NENHUMA DECISÃO! Uma decisão errada, e você é humano, portanto pronto para errar, gera alguma merda nas informações gerenciais da Organização e podem ser consertadas. Nenhuma decisão, A PARALISA!
11) Incapacidade para dizer NÃO: há pessoas que dizem sim a tudo e acabam não fazendo nada. Enquanto é tempo seja honesto(a) e diga um sonoro NÃO quando ele merecer ser dito. Isso não demonstra fraqueza de sua parte, ao contrário, FIRMEZA!
12) Comunicação e informações obscuras: certifique-se que a pessoa que recebeu sua ordem direta, está realmente entendendo o que você está pedindo para ela. Peça para ela lhe explicar o quê você pediu usando suas próprias palavras. Você vai se assustar com as besteiras que vai ouvir.
13) Responsabilidade sem autoridade: delegar alguma coisa a seu subalterno pode precisar, para seu êxito, que ela seja investida da autoridade necessária para cumprir sua determinação. Caso contrário as pessoas só vão esnobá-la e ela vai entrar em parafuso!
14) Informações atrasadas inexatas: pedir determinada prioridade no cumprimento de uma Norma ou Projeto que já foi revogada ou encerrado é terrível para você e seu funcionário.
15) Falta de auto-disciplina: só depende de você ser disciplinado com você mesmo, por exemplo, tentando colocar em prática o que aprendeu aqui.
16) Tarefas deixadas por terminar: é terrível ter em cima da sua mesa 10 meias-tarefas realizadas. Conclua uma coisa de cada vez, quando depender de você mesmo esta decisão.
17) Pessoal não treinado e ineficiente: não fique esculhambando com todo mundo por não saber nem entender o que você quer. Mande treiná-los pois ninguém nasce sabendo!
18) Convivência social: ninguém trabalha comendo e tomando cerveja pois isto é para a happy hour! Não existe almoço de negócios nem reuniões em restaurantes. Intervalos são feitos para se alimentar e repousar. Depois de um churrasco regado a cerveja sua produtividade vai para seu pé.
Sei que falei muito e provavelmente poucos vão me ler. Mas quem o fizer estará lapidando um diamante puro. Simples assim!

Egito e Democracia!

Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Estamos nos acostumando a explicações pela metade, meias verdades e, principalmente, explicar as besteiras do presente acusando, estupidamente, os erros do passado. Como se esses erros possam ser usados para serem repetidos. Ô cara-pálidas, se houve erros, por quê vocês não fizeram tudo diferente e ainda estão piorando tudo? Respondam críticas com ações e não com erros pretéritos para justificá-los. Tá combinado? Isso vem a calhar com a história do golpe de estado mortal na democracia egípcia. Isso virou bandeira pra ser usada pelas neo-esquerdas latino americanas. Há dois anos o Egito foi resgatado, com a morte de milhares de manifestantes, pelo mesmo Exército que depôs 30 anos de ditadura sanguinária de Osny Mubarach. Se o Exército não apoia o povo, o cara mataria um terço da população civil daquele país, como está fazendo o Assad na Síria. Deposto, bem ou mal, aquele ditador, esse mesmo exército garantiu a aprovação de uma nova Constituição para aquele país, eleições gerais livres, sob supervisão internacional, tendo a maioria eleito esse idiota do Mohamed Morse, EM MUITO BOA HORA DEPOSTO. Explico! Esse imbecil simplesmente, e ninguém do nosso governo vem a público para dizer isso, estava implantando uma República Islâmica, ao melhor estilo iraniano (bem ao gosto dessa turma), em um país onde o espírito laico é muito mais forte do que o atraso que representa a tal Fraternidade Islâmica. O Egito não pertence àquela visão xiita, medieval, de que fora de Alá, nada há. Lá muçulmanos convivem com coptas, cristãos maronitas, greco-cismáticos, que seguem o Patriarca de Jerusalém e milhares de livre-pensadores, basta ver o exemplo que a Praça Tahir tem dado ao mundo inteiro. Morse, além disso, praticamente fechou o parlamento, passando a governar por decretos. Num deles, um primor de democracia, o governo tirou da Constituição o princípio da independência dos poderes, colocando os atos de seu governo fora de apreciação do Judiciário. Além disso, mas não menos importante, estava formando milícias na Irmandade Muçulmana, travestida de partido político, ao melhor estilo Chávez. Transformou-se num tirano equiparado a Mubarach. A Praça Tahir voltou a ferver. Já havia centenas de mortos e o Egito estava dentro da maior crise econômica de sua história. O caos ia se aprofundar quando o Exército, como Instituição séria, preservou o resto que havia da democracia egípcia, mandou esse louco pastar e colocou o presidente da Suprema Corte (que estava de joelhos) para presidir o país e convocar eleições gerais imediatamente para ver se, FINALMENTE, a democracia começa a viger naquelas bandas do mundo. Não vou me aprofundar mais pois o óbvio está do meu lado, com ou sem condenações do nosso governo ao golpe na democracia. Uso fatos e não retórica. Graças aos milicos, execrados por tudo o que fazem, a democracia egípcia ESTÁ SALVA! Simples assim!