domingo, 23 de março de 2014

AS VAGAS HUMANAS!

Pelo menos dois exemplos a História nos dá, da vitória de vagas humanas a soldo da morte heróica. No cerco de Stalingrado, Stalin fez um emocionado chamado a todas as repúblicas soviéticas a mandarem homens, todos os homens possíveis, para deter  Hitler. Kruschev capitaneou essa epopeia, conseguindo que milhões de tártaros, cazaques, eslavos, uzbeques, turcormenistãos etc., acorressem às margens do Volvo. Cada par de combatentes recebia um mosquete e cinco cartuchos. Quando um morria o outro assumia e assim por diante. Cada combatente jurava ali mesmo lealdade ao Exército Vermelho, recebia sua patente conforme suas habilidade e nível de educação formal e partia com a meta de matar, pelo menos, um alemão por dupla. Morriam cerca de três mil desses bravos por dia. Mas as vagas humanas detiveram, fizeram retroceder e contra-atacaram a maior máquina de guerra que o mundo jamais havia concebido antes. Quando caiu o Xá Reza Pahlevi, no Irã, os Estados Unidos sabiam que viria o Aiatolá Khomeini para se instalar no poder e ali seria instaurada uma grande república islâmica de inspiração xiita. Algo que movia urticária na inteligência americana. A solução rápida pensada pelos gênios do Pentágono, com a assessoria dos sábios da CIA, foi financiar e armar a ditadura sunita de Saddan Husein, que aproveitaria a balbúrdia da Guarda Revolucionária iraniana, a qual acabara de desmontar e substituir, estapafurdiamente, a máquina azeitada do Xá pró América, para tentar uma vitória rápida. Inclusive o governo americano deu sobrevida à ditadura brasileira incentivando a produção em massa de armamentos modernos, com mercado absolutamente garantido, através das estatais ENGESA e IMBEL que criaram os urutus e cascavéis da vida, mísseis convencionais de curto e médio alcance, foguetes e veículos de transporte rápido além de armas leves. Foi uma festa! E as forças iraquianas tiveram vitórias aos borbotões jogando o que parecia ser um monte de covardes, em recuo desordenado até os poços iranianos de petróleo e o Golfo Pérsico. Já se cantava vitória e Saddan aparecia na mídia americana como o mais importante aliado norte-americano do pós guerra. De repente, como vindas do nada, as imensas vagas humanas convocadas pela reencarnação de Alá (Khomeini era assim considerado, quase como um deus vivo do tipo Imperador do Japão), uma renovada Guarda Revolucionária veio desbaratando o quê encontrava pela frente, a um custo incalculável de vidas humanas, exatamente como acontecera nas bordas de Stalingrado. O resto da história você conhece. Os Estados Unidos lideraram um rapidíssimo cessar-fogo, que viraria uma paz formal, para evitar que o Iraque de maioria xiita fosse anexado aos seus irmãos iranianos. Foi a maior criação de cobra venenosa pra picar seu dono, na história recente americana. Quanto à Engesa e a Imbel, sem mercado, viram suas modernas armas se transformarem nas peças de museu que hoje compõem o arsenal de nossas Forças Armadas e quebraram. Simples assim!

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