domingo, 23 de março de 2014

A IDEOLOGIA DA DITADURA!

A quartelada brasileira muito lutou para dar uma cara revolucionária a um simples golpe de estado. Assim, tinha que criar uma ideologia  que a sustentasse e Golbery do Couto e Silva assumiu o ônus de criar uma ideologia que explicasse o inexplicável. Daí passaram a usar a Escola Superior de Guerra, multiplicada em Associações de Diplomados da ESG, disseminadas em cada estado da federação, para espalhar, notadamente dentro os jovens profissionais liberais e emprenndedores de todas as matizes, uma tal de Ideologia da Segurança Nacional, como todas as ideologias, um monte de baboseiras sem sustentação científica, filosófica ou racional. Por muitos anos os militares navegaram em bilionários empréstimos regiamente fornecidos pela Banca Internacional, para mostrar ao mundo que os militares tinham trazido para o Brasil uma era de prosperidade chamada de Milagre Brasileiro. Pena que não era sustentável e nos jogou numa hiperinflação da qual nos livramos no Plano Real mas que já está de volta. Digo isto tudo só para lembrar que houve, no governo Geisel e sob a inspiração de Slveirinha, no Ministério do Exterior, um momento de lucidez necessária, empurrada pelos nefandos resultados do primeiro choque do petróleo. O Brasil, desde a Grande Guerra, se alinhava automaticamente aos Estados Unidos, no plano internacional. O que era bom para Washington, era bom para o Brasil (inicialmente no Rio e depois em Brasília). Como os árabes passaram a mandar na economia mundial, com seus petrodólares, e eram quase todos aliados da União Soviética, o Governo Geisel surpreendeu o mundo denunciando o Acordo Armado Brasil-Estados Unidos e congelando o alinhamento automático com Israel, passando a namorar árabes e palestinos, no conflito milenar. Tínhamos mais grana do nosso lado, no xadrez geo-político do oriente médio. Espantamos o mundo ocidental mas levamos alguma vantagem financeira nisso. Os militares logo chamaram a essa manobra imprescindível, à época, de Pragmatismo Responável e, pela vez primeira, pareceu aos menos avisados que, afinal, debaixo de um quepe poderia existir alguma vida inteligente. Simples asim!

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